Brasil conquista o 6º maior crescimento do G20: PIB avança 3,2% em 12 meses, mas perde força no 2º trimestre
O Brasil voltou a ganhar destaque no cenário internacional ao registrar, em 12 meses, o sexto maior crescimento econômico entre as principais potências do G20. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (2), o Produto Interno Bruto (PIB) acumulou alta de 3,2% no período. Apesar do bom desempenho, o segundo trimestre de 2025 revelou perda de fôlego, com avanço de apenas 0,4% em relação aos três meses anteriores.
Brasil no ranking global de crescimento
O levantamento da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda comparou os resultados de 16 países que já apresentaram seus números referentes ao trimestre encerrado em junho. Nesse cenário, o Brasil aparece à frente de economias como Estados Unidos (2,3%), União Europeia (1,5%) e Japão (1,3%), ficando atrás apenas de Índia, China, Indonésia, Arábia Saudita e Turquia.
No acumulado anual, a liderança do ranking ficou com a Índia (6,8%), seguida por China (5,2%) e Indonésia (5%). O Brasil, com seus 3,2%, consolida-se entre os países que ainda conseguem sustentar crescimento, mesmo em meio a juros altos e desaceleração global.
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Já na comparação trimestral, o Brasil caiu para a nona colocação, refletindo a desaceleração. Enquanto a Indonésia saltou 4% e os Estados Unidos avançaram 3,3%, o Brasil cresceu apenas 0,4%, resultado bem abaixo do 1,3% registrado no trimestre anterior.
Veja como ficou a variação do PIB entre os países no último ano:
- Índia: 6,8%
- China: 5,2%
- Indonésia: 5%
- Arábia Saudita: 3,7%
- Turquia: 3,3%
- Brasil: 3,2%
- Rússia: 2,6%
- Estados Unidos: 2,3%
- União Europeia: 1,5%
- Reino Unido: 1,3%
- Japão: 1,3%
- França: 0,8%
- Coreia do Sul: 0,7%
- México: 0,7%
- Itália: 0,6%
- Alemanha: -0,1%
Quando se observa apenas a variação trimestral, do 1º para o 2º trimestre de 2025, o Brasil ocupa o 9º lugar:
- Indonésia: 4,0%
- EUA: 3,3%
- Arábia Saudita: 2,1%
- Índia: 1,7%
- Turquia: 1,6%
- China: 1,1%
- México: 0,6%
- Coreia do Sul: 0,6%
- Brasil: 0,4%
- Japão: 0,3%
- França: 0,3%
- Reino Unido: 0,3%
- União Euroeia: 0,2%
- Itália: -0,1%
- Alemanha: -0,3%
- Canadá: -0,4%
O peso da política monetária
Para especialistas, a desaceleração tem relação direta com a política de juros elevados mantida pelo Banco Central (BC) como forma de conter a inflação. Segundo explicou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, o crédito mais caro reduz o consumo das famílias e desestimula investimentos, fatores que naturalmente reduzem a velocidade de expansão da economia.
Esse movimento é típico de períodos em que o controle da inflação se torna prioridade. Ao reduzir a demanda por bens e serviços, a política monetária atua como um freio, mas também compromete a intensidade da atividade produtiva.
Perspectivas para o próximo trimestre
A expectativa da Secretaria de Política Econômica é de que o terceiro trimestre de 2025 registre desempenho ainda mais moderado, com crescimento inferior ao observado entre abril e junho. A análise do órgão destaca o impacto da alta da inadimplência e da retração no crédito bancário.
Por outro lado, alguns fatores podem dar suporte à economia: a resiliência do mercado de trabalho, o pagamento de precatórios federais e a recente ampliação do crédito consignado para trabalhadores devem manter parte da demanda interna ativa, evitando uma queda mais brusca no PIB.
Viés de baixa na projeção anual
A SPE ainda revisou suas expectativas para o ano. A projeção inicial de expansão de 2,5% em 2025 agora passa a ter “viés de baixa”, em função da desaceleração mais acentuada no segundo trimestre. De acordo com o órgão, os efeitos cumulativos da política monetária devem continuar impactando a atividade econômica nos próximos meses, exigindo atenção tanto do governo quanto do setor privado.
Com a economia mundial enfrentando incertezas e a maior parte das potências avançando em ritmo lento, o Brasil busca equilibrar crescimento e estabilidade, mantendo-se entre os países que ainda conseguem apresentar resultados positivos dentro do G20, bloco responsável por mais de 85% da economia global.