É possível trocar a correia dentada banhada a óleo por corrente? Especialistas explicam se é viável trocar a correia dentada banhada a óleo por corrente e mostram exemplos de motores que já passaram pela mudança em outros países.
Muitos motoristas questionam se é possível trocar a correia dentada banhada a óleo por corrente e, assim, evitar os problemas de desgaste precoce e dissolução relatados em diversos modelos no Brasil. A ideia parece simples, mas na prática envolve fatores técnicos e limitações que tornam a adaptação bem mais complexa do que parece.
De acordo com análise da DR Auto Mecânica, a troca direta não pode ser feita de forma caseira ou improvisada. Para transformar um motor com correia banhada a óleo em corrente de comando, seria necessário um kit desenvolvido pela própria montadora, com engrenagens, réguas de apoio e polias específicas.
Por que surgiu a correia banhada a óleo?
Segundo as fabricantes, a adoção da correia dentada banhada a óleo foi feita para reduzir atrito, diminuir ruídos e melhorar a eficiência do motor. Na teoria, o sistema deveria ser mais durável e silencioso, mas na prática surgiram relatos de desgaste e dissolução precoce em diversos modelos.
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A corrente de comando, por outro lado, é conhecida pela maior robustez e, em muitos casos, dura toda a vida útil do motor. É por isso que tantos donos querem trocar a correia dentada banhada a óleo por corrente, mesmo sem kits oficiais no mercado nacional.
É tecnicamente possível trocar?
Para trocar a correia dentada banhada a óleo por corrente, não basta apenas substituir a peça. O motor precisaria receber novas polias de comando variável, engrenagens ajustadas e guias para tensionamento. É um processo que exige projeto de fábrica, com precisão milimétrica e integração ao sistema de lubrificação.
Na prática, isso significa que somente as montadoras poderiam fornecer kits completos para a conversão. Até hoje, não existem opções oficiais para motores como o 1.0 3 cilindros do Onix, mas há registros de adaptações em outros propulsores no exterior.
Exemplos de motores que já mudaram
O motor 1.2 PureTech da PSA (Peugeot/Citroën) utilizava correia banhada a óleo até 2023, mas a partir desse ano passou a sair de fábrica com corrente de comando. Isso mostra que a transformação é possível quando feita pelo fabricante, com kit projetado especialmente para o motor.
Outro exemplo é o motor 1.0 turbo da Ford, que também teve sua arquitetura revisada para adotar corrente de comando em versões mais recentes. Esses casos reforçam que a solução existe, mas depende de decisão das marcas, e não de adaptações independentes em oficinas.
Existem kits paralelos?
Em alguns países, há relatos de kits paralelos vendidos para trocar a correia dentada banhada a óleo por corrente, mas eles são limitados a motores específicos, como versões 1.3 usadas em SUVs compactos fora do Brasil. Esses kits não servem para o motor 1.0 nacional, e instalar peças adaptadas traria risco de falha mecânica grave.
Especialistas afirmam que um kit realmente confiável só poderia vir do fabricante, com suporte técnico e garantia. Enquanto isso não acontece, motoristas brasileiros seguem convivendo com a necessidade de manutenção mais frequente da correia banhada a óleo.
Vale a pena insistir na troca?
Por enquanto, não. Trocar a correia dentada banhada a óleo por corrente em oficinas independentes não é viável nem seguro. O que resta ao proprietário é reforçar a manutenção preventiva, utilizar o óleo correto e acompanhar de perto a durabilidade da peça.
O futuro pode trazer mudanças, já que montadoras como Stellantis e Ford já mostraram que a conversão é possível em novos motores. Se surgirem kits oficiais no mercado, a troca pode se tornar uma alternativa real e segura para quem busca durabilidade maior.
A discussão sobre trocar a correia dentada banhada a óleo por corrente mostra como uma solução considerada moderna acabou se tornando fonte de controvérsias. Enquanto não existem kits originais no Brasil, os motoristas seguem presos à manutenção constante da correia.
Você acha que as montadoras deveriam oferecer kits de conversão no Brasil? Ou acredita que o problema é menor do que parece? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem já viveu essa experiência na prática.