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Dono da Microsoft, Bill Gates tem PLANO NUCLEAR para produzir energia elétrica; entenda

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 16/06/2024 às 12:55

O bilionário Bill Gates, dono da Microsoft, esteve em Kemmerer, nos Estados Unidos, na semana passada, com o objetivo de inaugurar a usina nuclear Natrium, um projeto inovador que visa produzir eletricidade sem emissão de dióxido de carbono, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa e aquecimento global.

A TerraPower, empresa da qual Bill Gates é presidente, é a responsável pelo empreendimento e, embora os trabalhadores já estejam preparando o terreno, o projeto ainda aguarda aprovação da Comissão Reguladora Nuclear.

De acordo com as informações, especialistas alertam que a matéria-prima utilizada na usina pode representar um risco de proliferação de armamentos nucleares.

Detalhes do plano nuclear

A usina Natrium foi projetada de forma a manter as principais peças, como turbinas a vapor e a bateria, fisicamente separadas do reator.

Conforme a TerraPower, a montagem dessas partes não exige aprovação regulatória, permitindo o início das obras – no entanto, a aprovação completa do projeto pode levar mais de dois anos.

A TerraPower recebeu financiamento do Departamento de Energia dos EUA e espera concluir a construção da usina até 2030.

O reator utilizará Haleu, que é um tipo de urânio enriquecido que pode reduzir os custos de construção do reator nuclear.

Além disso, o reator contará com uma bateria de sal fundido, permitindo o controle da potência conforme necessário e contribuindo para a economia de energia.

Em 2022, a empresa estimou que o reator de Kemmerer custaria US$ 4 bilhões. Todavia, segundo o The New York Times, os custos podem ser ainda mais elevados.

Bill Gates investiu mais de US$ 1 bilhão de sua fortuna na TerraPower, que planeja criar pequenos reatores para abastecer diversas cidades que, hoje, são dependentes do carvão.

Você sabe o que é Haleu?

Haleu é uma sigla para classificar um urânio de alto teor e baixo enriquecimento. O material é enriquecido a até 20%, comparado aos cerca de 5% utilizados na maioria dos reatores.

O urânio, encontrado na natureza, precisa passar por um processo de enriquecimento para se tornar combustível nuclear, aumentando a concentração do isótopo urânio-235.

Até recentemente, Haleu era produzido comercialmente apenas na Rússia. No entanto, os EUA passaram a investir para criar sua própria cadeia de suprimentos.

Prova disso é que o presidente do país, Joe Biden, destinou 700 milhões de dólares, por meio do Ato de Redução da Inflação, para o programa de disponibilização de Haleu, visando abastecer novos reatores modulares.

Os riscos e a segurança

Em entrevista ao The New York Times, um porta-voz da TerraPower afirmou que o uso de Haleu torna a produção de energia mais eficiente e reduz o volume de resíduos nucleares.

Segundo ele, a empresa tem o compromisso de minimizar os riscos de proliferação. No entanto, um estudo publicado na revista Science alertou para os perigos do uso do urânio, que poderia ser utilizado em armas nucleares sem enriquecimento adicional.

Nesse sentido, também ao jornal citado, Scott Kemp, professor do MIT e ex-conselheiro científico do Departamento de Estado dos EUA, afirmou que os novos reatores representam um risco sem precedentes para a segurança nuclear.

Como funciona um reator nuclear

A energia nuclear é gerada quando um combustível radioativo sofre fissão dentro de um reator, dividindo o núcleo do átomo e gerando calor.

Nos reatores tradicionais, a água ao redor do combustível ajuda a transformar o calor em vapor, que movimenta as turbinas para gerar eletricidade.

O projeto da TerraPower utiliza cloreto líquido, onde o combustível de urânio e o agente refrigerante estão no mesmo sal fundido.

A fissão aquece diretamente os sais, que fluem pelo núcleo do reator e passam por trocadores de calor para gerar eletricidade.

O protótipo da usina pode produzir até 1.100 megawatts, energia suficiente para abastecer 825 mil casas, segundo a Comissão de Energia da Califórnia.

No entanto, a ONG União de Cientistas Preocupados (UCS) alerta que as novas tecnologias de reatores podem ser menos seguras e mais propensas a acidentes graves e proliferação nuclear, conforme declarado por Edwin Lyman, diretor da UCS.

Nesse sentido, destaca-se que a usina Natrium representa um passo importante na busca por energia limpa. Todavia, acaba enfrentando desafios significativos em termos de segurança e regulação.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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