Mercado reage à decisão de taxar produtos brasileiros em 50%; o aumento do dólar levou a moeda a R$ 5,61, e Ibovespa opera em queda com ações da Embraer despencando.
O mercado financeiro brasileiro reagiu com forte instabilidade após a decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre os produtos vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos, com validade a partir de 1º de agosto. A notícia provocou um forte aumento do dólar em relação ao real e uma queda generalizada na bolsa de valores, com a fabricante de aeronaves Embraer sendo uma das empresas mais prejudicadas.
A reação imediata dos investidores é uma antecipação aos efeitos que a medida pode causar na economia. A expectativa de uma menor entrada de dólares no país pressiona a cotação da moeda para cima, enquanto a perspectiva de prejuízos para empresas exportadoras derruba o valor de suas ações.
A volatilidade do dólar no dia
O dia começou com um forte aumento do dólar. Às 9h11, apenas 11 minutos após a abertura do mercado de câmbio, o dólar comercial, usado como referência para transações entre empresas, registrava uma alta de 2,08%, sendo vendido a R$ 5,6183. No dia anterior, a moeda havia fechado em R$ 5,503.
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No entanto, ao longo da manhã, a cotação perdeu força. Por volta das 10h37, a alta era de 0,59%, com o dólar cotado a R$ 5,537. O dólar turismo, usado em viagens, também subia 1,74%, para R$ 5,79. A corrida de empresas para comprar a moeda e se proteger de altas futuras explica a volatilidade.
Ibovespa em queda e o impacto direto na Embraer
A bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, também sentiu o impacto negativo da notícia. Às 10h15, o principal índice da bolsa cedia 0,86%, operando aos 136.292 pontos. A maioria das ações registrava queda, com exceção de algumas siderúrgicas, como Vale e Gerdau, que subiam quase 3%.
O destaque negativo ficou com as ações da Embraer (EMBR3). Nos primeiros minutos do pregão, os papéis da fabricante de aeronaves já registravam uma queda de 7,58%, cotados a R$ 72,28 por volta das 10h40.
Por que a Embraer foi a mais afetada pela tarifa de Trump?
A Embraer é uma das empresas brasileiras mais expostas ao mercado norte-americano. Cerca de 60% do faturamento da companhia vem de vendas para os Estados Unidos. Como sua produção é totalmente realizada no Brasil, a nova tarifa de 50% sobre seus produtos impacta diretamente sua competitividade e lucratividade.
“Embraer deve ter um impacto bem grande, já que a produção é totalmente no Brasil”, afirma Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital. A consultoria XP Investimentos calcula que o lucro líquido da fabricante pode ter uma queda de 11% em 2026 por conta do aumento de despesas gerado pela tarifa. Apesar do baque, as ações da empresa acumulavam uma alta de 48,74% no primeiro semestre de 2025, após um crescimento de 150,96% em 2024.
O cenário geral do mercado e os pontos de atenção
Além do aumento do dólar e da queda da bolsa, o mercado financeiro também repercute outros fatores internos, como os dados do IPCA de junho e as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A decisão de Trump adiciona uma camada extra de incerteza para a economia brasileira, e os investidores seguirão atentos aos desdobramentos da nova política comercial dos Estados Unidos e seus efeitos sobre as empresas exportadoras do Brasil.
Como você acha que essa nova tarifa pode impactar a economia brasileira nos próximos meses?