Após prejuízos e redução de produção na China, BYD busca ampliar mercado europeu, supera Tesla e planeja fábricas na Hungria e Turquia
Problemas no paraíso para a BYD. A maior fabricante mundial de carros elétricos viu seus lucros recuarem pela primeira vez em três anos. No segundo trimestre de 2025, a empresa registrou queda de quase 30% em seus ganhos líquidos em relação ao mesmo período do ano anterior.
A situação contrasta com o primeiro trimestre, quando a companhia havia alcançado um crescimento superior a 100%.
A guerra de preços no mercado chinês, somada à redução das vendas e a outros fatores, corroeu as margens da BYD.
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Portanto, sua expansão para os mercados internacionais tornou-se mais necessária do que nunca, com atenção especial para a Europa.
Da bonança à perda bilionária
O lucro líquido da BYD caiu 28,9% entre abril e junho, chegando a 6,4 bilhões de yuans, o equivalente a R$ 4,8 bilhões.
O número ficou bem abaixo das expectativas dos analistas, que previam 10,7 bilhões de yuans, ou R$ 8,1 bilhões.
Além disso, as margens brutas também recuaram, de 18,7% no ano passado para 16,3% agora. Outro ponto de pressão é o déficit de capital de giro, que ultrapassou 122 milhões no fim de junho.
Essa queda se explica por várias razões. O governo chinês decidiu intervir de forma mais dura na guerra de preços do setor, impondo medidas como limitar descontos e exigir pagamentos mais rápidos aos fornecedores. A BYD, por exemplo, reduziu para 60 dias o prazo de pagamento de suas obrigações.
Outro fator é a queda nas vendas de veículos elétricos na China. A BYD, que concentra 80% de sua produção no país, registrou três meses consecutivos de retração até julho.
Essa situação obrigou a empresa a reduzir a produção pela primeira vez em um ano e meio, diante do aumento dos estoques.
Cancelou turnos noturnos e deixou algumas fábricas operando com apenas um terço da capacidade, segundo informou a Reuters no fim de junho.
Tentativas frustradas e impacto nas concessionárias
Para estimular a demanda, a empresa ofereceu um incentivo de 1 bilhão de yuans às concessionárias. Porém, o gasto não trouxe o resultado esperado.
Em maio, várias lojas chegaram a fechar as portas em razão das vendas fracas, o que reforçou o desafio da montadora.
Diante das dificuldades no mercado chinês, a estratégia de expandir internacionalmente ganhou força. Na Europa, a BYD já alcançou vitórias importantes.
Em abril, superou a Tesla em vendas de carros elétricos, com 7.231 entregas contra 7.165 da concorrente. Além disso, em 2024, também ultrapassou a Tesla em receitas, atingindo mais de 100 bilhões de dólares, mesmo sem vender em mercados relevantes como o dos Estados Unidos.
A empresa se prepara para abrir fábricas na Hungria e na Turquia, embora a produção só comece em 2026.
Enquanto isso, a exportação para a Europa será feita a partir de sua planta na Tailândia, permitindo contornar tarifas mais altas e melhorar margens.
Os resultados no continente já são expressivos. Entre janeiro e julho deste ano, a BYD entregou cerca de 84 mil veículos, um salto de mais de 250% em relação às 16.600 unidades no mesmo período do ano anterior.
Portanto, a Europa se consolida como peça-chave no futuro da fabricante, que em poucos anos já se tornou a oitava maior do setor automotivo mundial.
Com informações de Xataka.
Retifica o título urgentemente. Redução nos lucros virou prejuízo? A BYD não teve perdas nem prejuízos no segundo trimestre. A guerra de preços no mercado chinês provocou redução nos lucros, o que já era previsível, mas a BYD continua lucrativa.