Frear com segurança vai muito além do pedal: conheça os tipos de freios mais usados nos carros brasileiros e entenda por que os discos ventilados e perfurados dominam os esportivos e veículos de alto desempenho
Se tem uma peça que não pode falhar no seu carro, é o sistema de freios. Afinal, frear bem é o que separa uma viagem tranquila de um baita susto. E por trás desse momento em que o pé vai no pedal, existe um herói silencioso: o disco de freio. Mas você sabia que nem todo disco é igual? Pois é, tem sólido, ventilado e até perfurado — e cada um lida com o calor de um jeito diferente. Sim, calor. Porque frear também significa esquentar.
Quando frear vira um problema (de temperatura)
Toda vez que você pisa no freio, o que acontece ali é uma transformação de energia: a cinética (do movimento) vira térmica (calor), graças ao atrito entre as pastilhas e os discos. O problema é que esse calor não some no ar como mágica. Ele se acumula e pode deixar o sistema menos eficiente, comprometendo a frenagem. E isso não é papo de teoria — em testes práticos, como os realizados pela revista Quatro Rodas, a distância de parada aumenta consideravelmente quando os discos estão superaquecidos.
Disco sólido: simples, barato e… limitado
O disco de freio sólido é o mais básico e, claro, o mais barato. Ele é feito de um bloco maciço de ferro fundido, sem nenhuma entrada de ar ou estrutura interna que ajude a dissipar o calor. Isso significa que, em uso mais intenso ou em descidas longas, ele aquece rápido e resfria devagar.
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Segundo Marcus Vinicius Aguiar, diretor da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), os discos sólidos ainda têm espaço no mercado — principalmente no eixo traseiro de sedãs e SUVs médios ou no dianteiro de hatches com motor 1.0. Eles dão conta do recado em situações normais, mas estão longe de serem ideais para uso esportivo ou severo.
Disco ventilado: a ventilação que salva a frenagem
Já o freio ventilado é como se fosse um “sanduíche” de dois discos unidos por uma câmara de ar no meio. Essa cavidade interna permite que o ar circule durante o movimento, ajudando o conjunto a resfriar mais rápido. E quando o assunto é desempenho em frenagens repetidas, como em uso urbano intenso ou ladeiras íngremes, esse tipo de disco faz toda a diferença.
Eles são padrão em muitos modelos médios e compactos com motor mais potente, e aparecem até no eixo traseiro de alguns esportivos. A ideia é simples: menos calor, mais confiança no pedal.
Disco perfurado: tecnologia de pista no seu carro
Agora, se você tem um carro com pegada esportiva ou é fã da estética racing, provavelmente já viu os tais freios perfurados. Eles não só são ventilados por dentro, como também trazem furinhos visíveis na face do disco. Mas esses furos têm função — e não é só deixar bonito.
O objetivo é melhorar o atrito entre o disco e as pastilhas, especialmente em situações como frenagem sob chuva. Além disso, ajudam na dissipação do calor, o que contribui para uma resposta mais rápida e estável. Antigamente, esses furos também ajudavam a liberar os gases que saíam das pastilhas, mas com a evolução dos materiais, essa função perdeu força.
Marcas como a Brembo, referência mundial em sistemas de freio, oferecem esse tipo de disco até em versões para o uso urbano. Mas prepare-se para o preço: em carros esportivos ou de luxo, um conjunto pode ultrapassar R$ 40 mil, especialmente os de cerâmica.
Cerâmica: o topo da cadeia alimentar dos freios
E por falar em cerâmica, os discos cerâmicos de carbono são outra história. Usados na Fórmula 1 e em superesportivos como Ferrari e Porsche, eles são ultraeficientes. Oferecem um nível de atrito superior, resistem a temperaturas extremas e praticamente não sofrem com fadiga térmica.
Além disso, são bem mais leves que os discos convencionais, o que ajuda até na dirigibilidade do carro. A desvantagem? Novamente, o preço. Eles são caros demais para o uso comum — o que os torna um item opcional até mesmo em modelos de alto desempenho.
Qual disco é o ideal para você?
A resposta depende do uso. Para o motorista urbano, que pega trânsito e não exige demais do carro, freios sólidos dão conta. Mas se você costuma viajar, descer serra ou dirige um carro com mais potência, o ideal é contar com discos ventilados ou até perfurados, se quiser mais segurança e performance. E, claro, se dinheiro não for problema e você curtir uma tocada esportiva, aí os cerâmicos são o sonho de consumo.
De qualquer forma, fique de olho no sistema de freios do seu carro, faça revisões periódicas e nunca ignore aquele pedal que ficou esponjoso demais. Pode ser só calor — ou o aviso de que algo mais sério está por vir.
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