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Diesel com os dias contados nas construções? Volvo estreia escavadeiras elétricas com torque total imediato, silêncio 9 dB menor e “powerbank” de 7,5 toneladas para recarga no canteiro

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 21/09/2025 às 16:16
Volvo apresenta escavadeiras elétricas com torque imediato, silêncio 9 dB menor e powerbank de 7,5 toneladas para obras sustentáveis.
Volvo apresenta escavadeiras elétricas com torque imediato, silêncio 9 dB menor e powerbank de 7,5 toneladas para obras sustentáveis.
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Volvo apresenta em Erlangen, na Alemanha, a primeira demolição 100% elétrica do mundo, realizada com escavadeiras, caminhões e carregadeiras movidos a bateria, reduzindo ruído e eliminando emissões locais em canteiros de obras.

A Volvo realizou, em setembro de 2025, uma demolição 100% elétrica no antigo campus da Siemens em Erlangen, na Alemanha, em parceria com a Siemens e a Metzner Recycling.

O trabalho, conduzido do início ao fim com escavadeiras, carregadeiras e caminhões elétricos, operou conectado à rede com energia certificada renovável e sem uso de geradores a diesel.

A operação apontou ganhos práticos: redução de ruído, eliminação de emissões locais e produtividade comparável à de máquinas convencionais.

Primeira demolição integralmente elétrica na Alemanha

Diferentemente de um evento de demonstração, a intervenção envolveu demolição de estruturas, manejo de resíduos e transporte com ecossistema elétrico.

A alimentação veio de um transformador dedicado no canteiro, permitindo recarga simultânea de equipamentos e operação contínua de máquinas ligadas à rede.

Além das atividades ao ar livre, tarefas internas foram executadas com compactos elétricos e robôs de demolição, favorecendo ambientes fechados com ventilação reduzida e sem fumaça.

Ruído e emissões: queda sensível no canteiro

Volvo apresenta escavadeiras elétricas com torque imediato, silêncio 9 dB menor e powerbank de 7,5 toneladas para obras sustentáveis.
Volvo apresenta escavadeiras elétricas com torque imediato, silêncio 9 dB menor e powerbank de 7,5 toneladas para obras sustentáveis.

Sem motores a combustão e sem ventiladores de arrefecimento do conjunto diesel, o nível de ruído das máquinas elétricas cai de forma perceptível.

A Volvo reporta queda de cerca de 9 dB em modelos compactos em relação aos equivalentes a diesel.

Em escala logarítmica, 10 dB a menos soam como metade do volume percebido.

Em áreas urbanas com limites rígidos de ruído, esse patamar abre janela para obras em horários mais restritos e próximo a vizinhanças sensíveis, como escolas e hospitais.

Desempenho e conforto do operador

A fabricante afirma que as versões elétricas oferecem potência e produtividade semelhantes às versões a diesel nas mesmas classes de equipamento.

Um diferencial prático está no torque imediato: ao acionar o controle, a força máxima está disponível no ato, sem a espera pelo “subir de giro” típico de motores a combustão.

No posto de operação, a ausência do motor diesel reduz vibração e ruído de fundo.

Ao longo do turno, isso se traduz em menor fadiga e maior conforto — fatores que influenciam diretamente na qualidade e na segurança do trabalho.

Autonomia e planejamento de recarga

A janela de uso por carga depende do porte e da aplicação.

Para escavadeiras de médio porte, são citadas 7 a 8 horas em ciclos típicos, o que cobre um dia de trabalho com paradas.

Como o sistema elétrico não consome energia em marcha lenta, boa parte do tempo de bateria vira trabalho efetivo.

Em rotinas com pausas programadas, a recarga de oportunidade — por exemplo, durante o intervalo do almoço — repõe uma faixa relevante de carga e mantém a operação ao longo do dia.

Infraestrutura: do 240 V ao carregador ultrarrápido

Em canteiros com acesso à rede, máquinas compactas podem ser abastecidas à noite em tomadas de 240 V, semelhantes às usadas por veículos elétricos leves.

Volvo apresenta escavadeiras elétricas com torque imediato, silêncio 9 dB menor e powerbank de 7,5 toneladas para obras sustentáveis.
Volvo apresenta escavadeiras elétricas com torque imediato, silêncio 9 dB menor e powerbank de 7,5 toneladas para obras sustentáveis.

Para alta rotação de obra, a Volvo oferece carregadores DC estáticos e móveis.

Com soluções de 250 kW, é possível recuperar aproximadamente de 20% para 80% do estado de carga em cerca de uma hora.

Em frentes sem rede disponível ou com fornecimento fraco, entram em cena unidades de armazenamento de energia para dar autonomia à frota elétrica.

O “powerbank” de 7,5 toneladas para obras remotas

Para suprir energia fora da rede, a Volvo desenvolveu o PU500, um “powerbank” em contêiner de 7,5 toneladas com até 540 kWh de capacidade e carregador DC integrado de 240 kW.

A unidade pode operar conectada à rede (como buffer) ou em modo isolado, alimentando máquinas, caminhões e até ferramentas por meio de diversas saídas AC e DC.

Em aplicações típicas, a unidade consegue carregar veículos pesados e sustentar frentes de serviço onde instalar infraestrutura fixa seria inviável ou antieconômico.

Custos, incentivos e conta final

O preço de aquisição permanece o principal entrave.

Máquinas elétricas custam mais que as diesel equivalentes, com prêmios que variam conforme o porte e a aplicação.

Estudos e cotações internacionais indicam faixa de 40% a 60% de ágio, chegando a patamares superiores em casos específicos.

A conta tende a se equilibrar no custo total de propriedade pela combinação de energia mais barata por hora trabalhada, menos itens de manutenção e menor desgaste de componentes associados ao conjunto diesel.

Enquanto isso, políticas públicas ajudam a reduzir a diferença inicial.

Nos Estados Unidos, está em vigor crédito fiscal comercial que pode atingir até US$ 40 mil por veículo para categorias de maior peso bruto.

Além de abater a entrada, o incentivo acelera a renovação de frotas urbanas onde ruído e emissões são restrições críticas.

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Impactos operacionais no canteiro

Com menos ruído e zero emissão local, obras passam a ser viáveis em ambientes antes limitados por ventilação, como túneis, galpões e áreas internas.

A comunicação entre equipes melhora, já que ordens e alertas não disputam espaço com o ronco de motores.

A logística também muda: em vez do reabastecimento de diesel em horários fixos, o gerenciamento diário passa a considerar janelas de recarga e oportunidades de carregamento distribuídas ao longo do turno.

O que a estreia indica para o setor

A experiência em Erlangen funciona como prova de conceito para frentes complexas com restrições de ruído e qualidade do ar.

Ao mostrar viabilidade técnica e operacional, a Volvo busca destravar adoção em escala em demolição, reciclagem e construção urbana.

Se os números de produtividade e TCO se confirmarem em mais projetos, a eletrificação tende a migrar de nicho para padrão em aplicações específicas — especialmente onde a legislação e o entorno exigem máquinas mais silenciosas e limpas.

A pergunta agora é direta: na prática diária das construtoras, a combinação de ruído menor, torque imediato e recarga no canteiro será suficiente para acelerar a troca do diesel por elétricos nos próximos ciclos de obra?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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