Febraban alerta sobre possível aumento da inadimplência até a regulamentação das apostas online.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, fez um apelo importante ao governo, pedindo que seja antecipada a proibição do uso do cartão de crédito em bets. O motivo? O temor de um aumento significativo da inadimplência nos próximos meses, antes que a regulamentação prevista para janeiro do próximo ano entre em vigor.
Atualmente, o uso do cartão de crédito em bets continua liberado, o que preocupa o setor bancário. Dados do Banco Central já mostram que a inadimplência das pessoas físicas com o cartão de crédito atingiu 7,39% em julho, um número elevado em comparação à média de 7,71% registrada nos últimos 12 meses. Isso pode se agravar, principalmente com a crescente oferta de plataformas de apostas e o aumento das campanhas publicitárias em torno das bets.
Bancos preocupados
Na última quinta-feira (12), Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos, expressou sua preocupação aos jornalistas, destacando que o uso irrestrito do cartão de crédito em bets até o início da regulamentação pode comprometer seriamente a renda das famílias. “Estamos bastante preocupados com o quanto isso pode comprometer a renda das famílias e ampliar a inadimplência, aumentando, inclusive, o custo do crédito”, afirmou o presidente da Febraban.
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Sidney já levou a questão diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas, até o momento, não houve uma resposta concreta sobre a antecipação da medida. A regulamentação, que deverá entrar em vigor em janeiro de 2025, foi anunciada pelo Ministério da Fazenda em abril deste ano, e ela prevê a proibição de pagamentos com cartão de crédito em bets e outras formas de apostas de alíquota fixa, como as apostas esportivas e jogos online.
Além do cartão de crédito em bets…
Além do cartão de crédito em bets, a norma também visa proibir pagamentos em dinheiro, boletos, cheques, criptoativos e qualquer outra forma de pagamento que dificulte a identificação da origem do dinheiro. No entanto, formas de pagamento mais rastreáveis, como o Pix, cartões de débito, transferências via TED e cartões pré-pagos, continuarão sendo permitidas para esse tipo de operação.
A preocupação de Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos, é que a inadimplência crescente prejudique o setor bancário e, claro, a economia das famílias brasileiras, que já enfrentam dificuldades para lidar com o crédito. Um estudo recente do Itaú mostrou que o gasto anual com jogos e apostas online no Brasil chegou a impressionantes R$ 23,9 bilhões, sendo parte significativa desse valor relacionada às bets e outros tipos de apostas.
O impacto financeiro das apostas no Brasil e a posição da Federação Brasileira de Bancos
De acordo com a pesquisa do Itaú, as apostas online já representam 0,2% do PIB do Brasil. Para se ter uma ideia, os brasileiros apostaram cerca de R$ 68,2 bilhões em 2023, mas conseguiram sacar apenas R$ 44,3 bilhões, com o restante ficando nas mãos das plataformas de apostas. Isso significa que, a cada R$ 3 apostados, os brasileiros perdem R$ 1, o que coloca muitas famílias em situações financeiras delicadas.
O alerta da Federação Brasileira de Bancos, então, é claro: se a regulamentação não for antecipada, o cenário de inadimplência pode piorar até o início de 2024, prejudicando tanto os consumidores quanto o setor bancário. A expectativa é que o governo avalie a proposta e, possivelmente, tome medidas que ajudem a proteger a economia das famílias brasileiras antes que a situação se agrave ainda mais.
Com a crescente popularidade das bets e a facilidade de acesso a esses sites por meio de cartões de crédito, o pedido da Febraban pode ser visto como um movimento essencial para conter os danos econômicos e financeiros causados pelas apostas online no Brasil.
Com a crescente popularidade das bets e a facilidade de acesso a esses sites por meio de cartões de crédito, o pedido da Febraban pode ser visto como um movimento essencial para conter os danos econômicos e financeiros causados pelas apostas online no Brasil. Mas será que o governo vai agir a tempo de evitar um aumento ainda maior da inadimplência?