Dia das Crianças deve movimentar R$ 2 bilhões no Brasil, mas famílias endividadas reduzem gastos, e comércio relata vendas fracas.
Às vésperas do Dia das Crianças, o comércio de Belo Horizonte espera movimentar mais de R$ 2 bilhões, segundo levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH).
A pesquisa indica que as famílias planejam gastar em média R$ 150 com presentes, mas na prática o cenário é diferente. Lojistas relatam movimento fraco, evidenciando o impacto da crise econômica sobre os feriados e o mercado brasileiro.
O presidente da Associação dos Comerciantes do Centro de BH, Flávio Freis Assunção, confirma: “É um ano em que as pessoas estão realmente muito contidas.
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O Dia das Crianças só confirma isso. As famílias estão endividadas, compram pouco, só lembrancinhas. Nem para parcelar no cartão querem usar. Esse é o verdadeiro ano da lembrancinha.”
Gastos médios prometem, mas realidade decepciona
A expectativa inicial de R$ 150 por família contrasta com a realidade dos lojistas, que relatam compras muito abaixo do previsto. Segundo Assunção, o gasto médio atual mal chega a R$ 30.
“A gente é comerciante, vive de esperança. Agora é esperar e rezar”, afirma.
O cenário mostra como a economia brasileira influencia diretamente os hábitos de consumo em feriados tradicionais, incluindo o Dia das Crianças.
Portanto, mesmo datas que costumam aquecer o mercado, enfrentam desafios quando as famílias estão endividadas ou cautelosas.
Consumidores buscam alternativas mais baratas
Entre os consumidores, a cautela também é visível. A autônoma Caroline Faria compartilha sua realidade: “As condições estão apertadas. Conversei com ele e ele entende.
” Ela não comprará presentes este ano, reforçando o impacto da situação econômica.
Outros consumidores tentam adaptar-se sem deixar a data passar em branco. Bruna Cristina Teixeira Pereira, assistente de convênio, explica:
“Tá tudo muito caro, mas tem que ter pelo menos uma lembrancinha. Quero fazer milagre, porque não dá para gastar muito.”
Assim, essa mudança de comportamento evidencia como o Dia das Crianças no Brasil já não é apenas sobre celebração, mas também sobre planejamento financeiro e cautela no mercado de consumo.
Comércio aposta na última hora
Apesar do baixo movimento, comerciantes ainda têm esperança. Muitos apostam que os consumidores deixarão as compras para os últimos dias antes do feriado, como forma de tentar equilibrar o orçamento.
Essa estratégia mostra a resiliência do mercado, mesmo em tempos de retração econômica. Segundo Assunção,
“o Dia das Crianças só reforça que o comércio precisa se adaptar à realidade financeira das famílias, oferecendo opções mais acessíveis e flexíveis”.
Reflexo da economia no Brasil
O cenário do Dia das Crianças ilustra como os desafios econômicos atingem diretamente o mercado brasileiro.
Dívidas, alta dos preços e inflação reduzem o poder de compra das famílias, impactando datas comemorativas e alterando hábitos de consumo.
Especialistas destacam que esse comportamento pode influenciar outras datas do calendário comercial, mostrando que o planejamento financeiro e a adaptação do mercado serão fundamentais para equilibrar expectativas e realidade.
Conclusão: lembrancinhas, adaptação e cautela
Neste Dia das Crianças, a lição é clara: nem sempre a expectativa de gastos se confirma. O mercado brasileiro enfrenta frustração, enquanto as famílias buscam alternativas mais econômicas.
Entre lembrancinhas e pequenas surpresas, a data ainda preserva seu significado, mesmo em tempos de restrições econômicas.
Dessa forma, a combinação de planejamento familiar, adaptação do comércio e atenção à economia será decisiva para o sucesso do Dia das Crianças em 2025 no Brasil.