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Desvalorização do petróleo abala o Planalto: Petrobras revê metas e Lula insiste em expansão bilionária para impulsionar a economia

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 20/10/2025 às 15:40
Presidente Lula diante de uma refinaria da Petrobras, com o logotipo da estatal em destaque e chamas industriais ao fundo, simbolizando a disputa política e econômica sobre os investimentos bilionários da empresa.
Lula aparece diante de uma refinaria da Petrobras, representando o embate político sobre o plano de investimentos 2026–2029 em meio à desvalorização do petróleo.
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A queda do Brent acirra o embate entre o governo e a Petrobras e coloca em xeque o futuro dos investimentos da estatal até 2029

A forte desvalorização do petróleo reacendeu as tensões entre o presidente Lula e a diretoria da Petrobras, em meio à disputa pelo plano bilionário de investimentos 2026–2029.
Com o Brent cotado a cerca de US$ 61 por barril, o governo busca manter o ritmo dos aportes, enquanto a estatal tenta proteger seu caixa diante da incerteza global.

O plano aprovado em 2023 previa US$ 111 bilhões em investimentos até 2029, sendo US$ 98 bilhões já em execução e US$ 13 bilhões ainda sob avaliação.
Entretanto, a nova realidade de preços coloca em dúvida a viabilidade financeira da estratégia original, especialmente após a queda de 16% no valor do barril desde outubro de 2024.

Magda Chambriard pede cautela diante da queda do Brent

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem defendido uma revisão técnica e prudente do programa de investimentos.
Em agosto de 2025, durante encontro com investidores, ela revelou que projetos quase prontos foram reenviados à fase de reanálise, conhecida internamente como “portão dois”.
Segundo ela, essa revisão é necessária para ajustar custos e preservar o equilíbrio financeiro da companhia.

Enquanto isso, Lula insiste que a Petrobras deve continuar investindo pesado para fortalecer a reindustrialização, a transição energética e a criação de empregos.
Durante um evento na Bahia, em setembro de 2025, o presidente declarou que a estatal “ainda não deu tudo o que pode dar ao povo brasileiro”, frase interpretada como pressão direta sobre a diretoria.

Queda do petróleo e efeitos no cenário global

De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), o mercado de petróleo deve registrar excedente em 2026, impulsionado pela desaceleração da China e pela alta produção americana.
Essa combinação tende a manter os preços baixos e reduzir a margem de lucro das petroleiras, afetando diretamente o fluxo de caixa da Petrobras.

Executivos da estatal alertam que manter o ritmo de aportes nesse contexto exigiria maior endividamento e poderia comprometer o pagamento de dividendos, inclusive à própria União, acionista majoritária.
Mesmo assim, auxiliares do Planalto reforçam que Lula não pretende reduzir os investimentos, pois os considera fundamentais para impulsionar a economia e o setor industrial.

https://clickpetroleoegas.com.br/apropriacao-de-terras-brasileiras-por-estrangeiros-caes

Conselho dividido e sinais de tensão

O Conselho de Administração da Petrobras está dividido entre representantes do governo e acionistas minoritários, o que tem intensificado os embates internos.
Fontes internas apontam que o impasse deve dominar as reuniões até o fim de 2025, com discussões sobre disciplina fiscal e ambição política.

Em setembro de 2025, Chambriard publicou em suas redes um gráfico mostrando a queda contínua do Brent, interpretado como um alerta técnico sobre a urgência de revisão do plano.
O gesto foi visto como um posicionamento sutil, mas firme, diante da pressão crescente do Planalto por expansão.

Petrobras entre o crescimento e a responsabilidade fiscal

Com o barril abaixo de US$ 65 e a projeção de preços baixos até 2026, a Petrobras precisa equilibrar expansão e sustentabilidade.
Analistas de mercado afirmam que qualquer decisão precipitada pode colocar em risco a liquidez e a competitividade da empresa.

Em contrapartida, Lula intensifica o discurso de crescimento, alegando que reduzir investimentos agora seria um erro estratégico.
Nos bastidores de Brasília, poucos acreditam que o presidente aceitará um plano de investimentos tímido em um período pré-eleitoral.

Linha do tempo da disputa

  • 2023: Conselho aprova plano de US$ 111 bilhões até 2029.
  • Agosto de 2025: Chambriard anuncia reanálise de projetos devido à queda do petróleo.
  • Setembro de 2025: Lula defende publicamente a ampliação dos investimentos.
  • Outubro de 2025: Brent cai para US$ 61 por barril, 16% abaixo de 2024.
  • 2026: AIE prevê excedente global de petróleo e preços em baixa.

O que vem pela frente para a Petrobras?

Especialistas afirmam que o embate entre Lula e a diretoria da Petrobras definirá o rumo da estatal nos próximos anos.
A empresa tenta manter estabilidade financeira sem romper com o discurso político de crescimento defendido pelo governo.

Enquanto isso, investidores aguardam a revisão oficial do plano estratégico, prevista para o início de 2026, que deverá indicar novos parâmetros de investimento e metas realistas para o período 2026–2029.

O que você acha que deve prevalecer: a prudência financeira da Petrobras ou a ambição política do governo em expandir os investimentos?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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