Queda no número de bilionárias brasileiras reflete desafios econômicos, enquanto Vicky Safra continua sendo a mulher mais rica do país!
O número de mulheres bilionárias no mundo está em crescimento, embora de forma lenta. Em 2025, elas representam 13,4% da lista anual de bilionários da Forbes, totalizando 406 mulheres entre os 3.028 bilionários.
Este avanço é tímido em comparação aos 13,3% do ano anterior.
Queda no número de bilionárias brasileiras
Entre as mulheres bilionárias, nove são brasileiras, uma queda significativa em relação às 14 do ano passado. No entanto, essa quantidade ainda é superior às 6 listadas em 2023.
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Além disso, o total de brasileiros na lista da Forbes também diminuiu, passando de 69 para 56 em 2025.
A desvalorização da moeda brasileira, que chegou a 27% em relação ao dólar, pode ter contribuído para essa redução, visto que o ranking considera apenas fortunas acima de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões na cotação atual).
Vicky Safra lidera o ranking
A mais rica entre as brasileiras continua a ser Vicky Safra, viúva do banqueiro Joseph Safra.
Com um patrimônio estimado em US$ 20,7 bilhões (aproximadamente R$ 125,4 bilhões), ela ocupa o 2º lugar entre os maiores bilionários do Brasil, atrás apenas de Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, que possui uma fortuna de US$ 34,5 bilhões (cerca de R$ 209 bilhões).
Vicky, que nasceu na Grécia, herdou a fortuna do marido, que foi considerado por muitos anos o banqueiro mais rico do mundo.
Ela lidera a Vicky and Joseph Safra Philanthropic Foundation, que apoia projetos nas áreas de saúde, educação e artes, refletindo seu compromisso com a filantropia e o impacto social.
Bilionárias que herdaram fortunas
A maioria das bilionárias brasileiras listadas na Forbes herdou suas riquezas. Entre elas, destacam-se:
1º Ana Lucia de Mattos Barretto Villela, de 51 anos, com um patrimônio líquido de US$ 1,5 bilhão proveniente do Itaú Unibanco. Ela é uma das maiores acionistas individuais do Itaúsa e vice-presidente do conselho de administração do grupo. Ana Lucia tem um papel ativo na filantropia, apoiando diversas causas sociais por meio de sua atuação no Instituto Alana, que foca em direitos da criança.
2º Mariana Voigt Schwartz Gomes, também com 51 anos, possui um patrimônio de US$ 1,5 bilhão e é uma das principais acionistas da WEG, a maior fabricante de motores elétricos da América Latina. A empresa, cofundada por seu avô, tem se expandido globalmente, com presença em mais de 10 países e um forte compromisso com a sustentabilidade.
3º Neide Helena de Moraes, de 70 anos, é herdeira de uma participação no Grupo Votorantim, com um patrimônio de US$ 1,3 bilhão. O grupo é conhecido por sua atuação em setores como cimento, energia e metais, demonstrando a diversificação e o impacto do conglomerado na economia brasileira.
4º Vera Rechulski Santo Domingo, de 76 anos, controla cerca de 11% da holding da família Santo Domingo, com um patrimônio estimado em US$ 1,3 bilhão. A família é conhecida por suas investidas em diversas indústrias, incluindo bebidas e vinhos, sendo proprietária de uma das vinícolas mais renomadas do mundo.
A auto-fortuna de Cristina Junqueira
A única bilionária brasileira que conquistou sua fortuna de forma independente é Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank.
Com um patrimônio de US$ 1,4 bilhão, ela é considerada a mais rica self-made do Brasil. Cristina se destacou no ranking após uma valorização significativa das ações do Nubank, que cresceu 166% entre 2023 e 2024.
Antes de cofundar o Nubank em 2013, Cristina atuou na maior divisão de cartões de crédito do Itaú.
Sua trajetória é notável, pois ela se tornou a primeira mulher a alcançar o status de bilionária por meio de uma fintech no Brasil.
O Nubank, que revolucionou o setor bancário no país, continua a expandir suas operações na América Latina, desafiando instituições financeiras tradicionais.
Jovens bilionárias
As irmãs Lívia Voigt, de 20 anos, e Dora Voigt de Assis, de 27 anos, estão entre as bilionárias mais jovens do mundo, com um patrimônio de US$ 1,2 bilhão cada uma, provenientes da WEG.
Ambas são acionistas individuais da empresa, que foi cofundada por seu avô. Lívia estreou na lista da Forbes como a bilionária mais jovem do mundo em 2024 e, embora tenha sido superada em 2025, continua a ser uma figura influente no ranking.
Lucia Maggi e a indústria agro
Lucia Maggi, de 92 anos, é uma das poucas bilionárias brasileiras a não ter herdado sua fortuna. Ela é cofundadora do Grupo André Maggi, um dos maiores produtores do setor agropecuário brasileiro, com um patrimônio que também chega a US$ 1 bilhão.
A Amaggi foi fundamental na transformação do Brasil em um dos principais exportadores de grãos do mundo, contribuindo significativamente para a economia do país.
Mudanças na lista de bilionários
Nenhuma nova brasileira estreou na lista em 2025. Além disso, algumas que figuraram no ranking no ano anterior, como Anne Werninghaus, herdeira da WEG, e Dulce Pugliese de Godoy Bueno, cofundadora da Amil, não aparecem mais este ano.
A saída de algumas bilionárias é um indicativo das flutuações no mercado e da desvalorização da moeda.
Menções a novatas do ano passado, como Maria Consuelo Dias Branco, presidente da M. Dias Branco, e Maria Cristina Frias, que herdou uma parte da Folha de São Paulo, também foram excluídas.
Com essas mudanças, o panorama das bilionárias brasileiras na lista da Forbes reflete não apenas a dinâmica econômica do país, mas também as dificuldades enfrentadas em um ambiente de incertezas e volatilidade.
A lista de 2025 traz à tona a resiliência das mulheres que permanecem no ranking, assim como os desafios que ainda precisam ser superados para que mais mulheres possam alcançar o status de bilionárias no Brasil.
O papel das bilionárias na economia brasileira
As bilionárias brasileiras não apenas acumulam riquezas, mas também desempenham um papel essencial na economia do país.
Muitas delas estão envolvidas em iniciativas filantrópicas e sociais, contribuindo para o desenvolvimento de projetos que visam melhorar a vida de milhões de brasileiros.
A influência delas se estende além do setor financeiro e produtivo; elas também são vozes ativas em questões sociais e ambientais, promovendo mudanças que podem beneficiar a sociedade como um todo.
Além disso, a presença de mulheres bilionárias no Brasil pode inspirar uma nova geração de empreendedoras e líderes. A história de Cristina Junqueira, por exemplo, é um testemunho do potencial das mulheres no mundo dos negócios, desafiando normas e criando novas oportunidades em setores antes dominados por homens.
Esse fenômeno pode ajudar a mudar a percepção sobre o papel das mulheres na economia e incentivar mais mulheres a empreender e liderar.
À medida que a economia do Brasil e do mundo avançam, o acompanhamento da evolução das bilionárias brasileiras se torna essencial não apenas para entender a dinâmica econômica, mas também para avaliar como as mulheres estão moldando o futuro do país.
FONTE: FORBES