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Descoberta no subsolo do Brasil atrai mineradoras globais: ‘ouro verde metálico’ pode ser essencial para carros elétricos

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 13/06/2025 às 22:20
Descubra como a mineração no Brasil está impulsionando a extração do “ouro verde metálico” — minerais essenciais para carros elétricos. Saiba o impacto das terras raras no Brasil e o futuro dos recursos estratégicos na indústria global
Descubra como a mineração no Brasil está impulsionando a extração do “ouro verde metálico” — minerais essenciais para carros elétricos. Saiba o impacto das terras raras no Brasil e o futuro dos recursos estratégicos na indústria global

Descubra como a mineração no Brasil está impulsionando a extração do “ouro verde metálico” — minerais essenciais para carros elétricos. Saiba o impacto das terras raras no Brasil e o futuro dos recursos estratégicos na indústria global

Uma nova onda de descobertas minerais no subsolo brasileiro está atraindo a atenção de grandes mineradoras internacionais. Com depósitos promissores de nióbio, grafeno e elementos de terras raras, o país se projeta como protagonista global em um dos setores mais estratégicos da atualidade: a produção de minerais para carros elétricos. Esses elementos, fundamentais para a transição energética e digital, vêm sendo chamados por especialistas e veículos internacionais de ouro verde metálico — tamanha sua relevância econômica e tecnológica.

Com o avanço da eletrificação da frota mundial e o crescimento de setores como energia renovável e microeletrônica, a demanda por esses minerais está em franca expansão. E o Brasil, graças às suas imensas reservas e capacidade produtiva, pode ocupar um papel central nessa transformação.

Mineração no Brasil fortalece posição global com o nióbio

Entre todos os elementos estratégicos identificados, o nióbio é o que mais destaca o Brasil no cenário internacional. O país detém mais de 95% das reservas conhecidas no planeta e é responsável por até 98% da produção mundial. Os principais polos de extração estão localizados em Araxá (MG), operado pela CBMM, e em Catalão (GO), sob comando da CMOC International Brasil.

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A versatilidade do elemento é um dos principais motivos de seu valor: ele é utilizado para reforçar ligas metálicas, ampliar a durabilidade e leveza de estruturas industriais e, cada vez mais, melhorar o desempenho de baterias e supercondutores aplicados na mobilidade elétrica.

De acordo com estimativas da Agência Internacional de Energia, veículos elétricos consomem até seis vezes mais minerais do que carros a combustão. Diante disso, o nióbio surge como componente vital não apenas para a fabricação de baterias mais eficientes, mas também para o fortalecimento de motores, eixos e sistemas estruturais.

Aplicações do ouro verde em baterias e veículos elétricos

A principal aposta de aplicação do nióbio na eletrificação está nas baterias de niobato de lítio. Diferente das baterias convencionais, essas versões são mais estáveis termicamente, duráveis e seguras. 

Além disso, essas baterias são mais rápidas no carregamento — uma vantagem competitiva para veículos elétricos e híbridos plug-in. Ao lado do grafeno, o nióbio tem papel complementar: enquanto o grafeno melhora a condutividade, o nióbio garante estabilidade e eficiência.

Esse conjunto de propriedades transforma o elemento em um verdadeiro ouro verde: sua aplicação vai além dos carros, alcançando turbinas eólicas, aviões, trens de alta velocidade e até equipamentos médicos avançados. A valorização constante no mercado internacional reflete esse potencial de aplicação transversal e de alto valor agregado.

Potencial do grafeno nos minerais para carros elétricos

O grafeno, uma estrutura derivada do carbono, é outro destaque nas pesquisas sobre minerais para carros elétricos. Com propriedades como alta condutividade elétrica, flexibilidade, leveza e resistência mecânica, ele vem sendo explorado em diversas frentes tecnológicas.

No Brasil, estados como Minas Gerais, Ceará, Bahia e Paraná possuem reservas significativas de grafita natural — matéria-prima para o grafeno. Pesquisas em universidades públicas e centros de inovação já vêm testando o material em aplicações que vão de sensores a baterias, passando por dispositivos eletrônicos e telas flexíveis.

Quando aplicado em conjunto com o nióbio, o grafeno pode viabilizar baterias ultracondutoras, capazes de carregar em minutos e durar por milhares de ciclos. Esse avanço pode ser determinante para tornar os carros elétricos mais viáveis e acessíveis em larga escala. E o Brasil, com sua base de recursos e expertise científica, pode liderar essa nova fronteira tecnológica.

Riqueza em terras raras no Brasil atrai atenção internacional

Além do nióbio e do grafeno, o país também possui reservas promissoras de terras raras — grupo de elementos essenciais para a fabricação de ímãs permanentes, motores de tração elétrica, turbinas eólicas, painéis solares e equipamentos de alta tecnologia.

Estudos do Serviço Geológico do Brasil indicam a existência de importantes jazidas em estados como Goiás, Minas Gerais, Amazonas e Pará. Um dos projetos mais avançados é o da Serra Verde, em Minaçu (GO), com capacidade de produção estimada em 5.000 toneladas anuais de óxidos mistos, focando especialmente em neodímio e praseodímio.

Apesar de ainda não ter escala de produção comparável à da China — que domina o mercado global — o Brasil reúne condições para se tornar uma alternativa sólida e confiável. Com a crescente preocupação de países europeus e norte-americanos em diversificar seus fornecedores, o Brasil aparece como uma opção estratégica para o fornecimento de terras raras no Brasil.

Desafios da mineração no Brasil e a necessidade de industrialização

Apesar do enorme potencial, a mineração no Brasil ainda enfrenta entraves estruturais. Um dos principais é a falta de mapeamento geológico detalhado: apenas 48% do território nacional possui levantamentos de alta resolução. Sem dados precisos, novos investimentos e projetos de exploração são dificultados.

Outro desafio está no licenciamento ambiental. O processo, muitas vezes lento e burocrático, inibe a atração de capital estrangeiro e gera insegurança jurídica. Além disso, o Brasil ainda exporta boa parte de seus minérios em estado bruto, sem agregar valor por meio da industrialização.

Especialistas defendem uma agenda de política industrial voltada à transformação local desses recursos. Isso inclui desde a produção de ligas metálicas, supercondutores e ímãs industriais, até a fabricação de baterias e componentes eletrônicos de alto desempenho. O fortalecimento dessa cadeia pode gerar empregos qualificados, aumentar a arrecadação e consolidar o país como polo global de inovação em energia limpa.

O Brasil diante do ouro verde metálico: uma oportunidade estratégica

A descoberta e valorização de materiais como nióbio, grafeno e terras raras coloca o Brasil diante de uma oportunidade única. O país reúne características raras no cenário global: abundância de recursos, estabilidade institucional relativa, e capacidade técnica para transformar matérias-primas em soluções tecnológicas.

O chamado ouro verde metálico pode ser o passaporte do Brasil para um novo ciclo de desenvolvimento sustentável. Mas, para isso, será preciso alinhar interesses públicos e privados, reformar a legislação mineral e ambiental, e estabelecer uma estratégia clara de industrialização.

O mercado global caminha rapidamente para uma nova matriz energética, onde os minerais para carros elétricos são o alicerce. Se o Brasil assumir esse protagonismo de forma estratégica, poderá não apenas gerar riqueza e empregos, mas também influenciar a geopolítica dos recursos do século XXI.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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