Uma moeda de ouro de 600 anos, conectada às rotas comerciais medievais, foi encontrada. Descubra como essa descoberta pode oferecer novos insights sobre as redes de comércio da Europa medieval!
Uma moeda de ouro medieval extremamente rara foi descoberta perto de Kamień Pomorski, na Pomerânia Ocidental, Polônia. A descoberta foi feita por Daniel Kwaśniak, entusiasta de história e membro da Saint Cordula Exploration Association, durante uma pesquisa de detecção de metais autorizada pelo Conservador Provincial de Monumentos em Szczecin.
A moeda de ouro, conhecida como florim, chamou a atenção por sua preservação notável, mesmo após seis séculos enterrada na Polônia. O Museu da História da Terra de Kamień (MHZK) destacou o valor histórico da peça, especialmente pela qualidade dos detalhes em sua superfície.
“A moeda de ouro é uma prova de intensos contatos comerciais e políticos entre a Pomerânia e a Europa Central no século XV. A moeda poderia ter chegado ao território como um elemento de troca comercial. Também não se pode excluir que fizesse parte de um tesouro maior que poderia ter sido escondido durante os conflitos armados“, afirmou um representante do museu na Polônia.
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Detalhes da moeda de ouro
Um dos lados da moeda retrata uma figura conhecida como Ziegenhein, usando vestes litúrgicas. Ele segura um báculo em uma mão e faz o gesto de bênção com a outra. A inscrição em latim “OTTONIS ARCPI’TR” pode ser traduzida como “Otto, Arcebispo de Trier“, indicando uma possível origem clerical.
O outro lado da moeda apresenta um escudo heráldico associado ao arcebispado de Trier, cercado pela inscrição “MOnETA-nOVA-AVREA-OVEN“, que significa “Nova moeda de ouro de Offenbach“. A moeda tem 28 milímetros de diâmetro e uma espessura de 0,7 milímetros.
Comércio e rotas medievais
Especialistas sugerem que a presença dessa moeda em Pomerânia reforça a importância da região como um ponto de interseção de rotas comerciais e políticas no século XV. Florins renanos, como o encontrado, eram amplamente utilizados no comércio de longa distância, especialmente entre regiões como Boêmia, Hungria, Suíça, Morávia, Holanda, Espanha e França.
Esta descoberta eleva o número de moedas de ouro encontradas na região para três. Além do florim, uma moeda de ouro do ducado de 1777 foi descoberta no início deste ano, e uma moeda de Frederick William II, datada de 1794, foi desenterrada em 2014.
A história
Ao longo dos séculos, moedas de ouro sempre despertaram fascínio entre pesquisadores e entusiastas, pois elas oferecem pistas valiosas sobre economias antigas, rotas comerciais e estruturas políticas. O ouro, por sua durabilidade e valor intrínseco, foi amplamente utilizado como moeda em muitas culturas.
Acredita-se que as primeiras moedas de ouro foram cunhadas no século VII a.C., no reino da Lídia, localizado onde hoje é a Turquia.
O rei Creso, famoso governante da Lídia, foi responsável pela emissão das primeiras moedas feitas de electrum, uma liga natural de ouro e prata, antes de introduzir moedas de ouro puro e prata pura.
Na Roma antiga, por volta de 200 a.C., surgiu o “aureus”, uma moeda de ouro usada durante a República Romana e amplamente circulada no Império Romano. Mais tarde, sob o comando do Imperador Constantino no século IV d.C., o aureus foi substituído pelo solidus, outra moeda de ouro que se tornou o padrão até a queda do império.
Entretanto, as moedas de ouro foram caindo em desuso ao longo dos séculos em algumas partes da Europa devido à escassez de ouro e à complexidade de mantê-las em circulação em uma economia cada vez mais diversificada.
A descoberta medieval renana na Polônia não só lança luz sobre o passado histórico da região, como também reforça o papel central que o comércio desempenhou no intercâmbio cultural e político entre diferentes partes da Europa medieval. Essas descobertas nos contam histórias esquecidas e continuam sendo um elo tangível entre o presente e o passado.