Arqueólogos anunciaram em Teba (Málaga) a descoberta de um dólmen monumental com 13 metros e paredes de 2 m. O achado traz ossuários e objetos de prestígio que indicam redes de troca de longa distância.
A descoberta de uma tumba de pedra com cerca de 5.000 anos na necrópole de La Lentejuela, zona rural de Teba (província de Málaga, Andaluzia), foi confirmada por pesquisadores da Universidade de Cádiz. O monumento mede 13 metros de comprimento, tem ortóstatos com cerca de 2 metros de altura e foi usado como enterro coletivo, segundo a equipe.
Considerado “um dos mais monumentais e bem preservados” da região, o dólmen guarda vários ossuários e um conjunto de ajuares com pontas de flecha, lâminas, uma alabarda e peças de marfim e âmbar, além de conchas marinhas. A presença de itens costeiros em área de interior sugere troca a longa distância e o prestígio simbólico do mar para comunidades pré-históricas.
A estrutura foi escavada ao longo de quatro campanhas e integra um projeto com apoio do Ayuntamiento de Teba, Junta de Andalucía e Fundación Palarq. Os achados ainda estão em análise, com novas datas e estudos a serem divulgados.
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Onde a tumba de pedra foi descoberta: Teba entra no mapa do megalitismo ibérico
Teba se localiza no interior de Málaga, no sul da Espanha, e abriga a necrópole megalítica de La Lentejuela. O novo dólmen, identificado como Dolmen I, amplia o conhecimento sobre o megalitismo no extremo sul peninsular e reforça o valor científico do sítio para entender práticas funerárias do III milênio a.C.
Para o público brasileiro, o caso dialoga com outros megálitos ibéricos notórios e ajuda a comparar arquiteturas funerárias europeias. A dimensão e o estado de preservação do monumento andaluz permitem observar detalhes construtivos raros em túmulos desse período.
Além de Teba, a Espanha conserva megálitos emblemáticos, como o Dolmen de Guadalperal (às margens do Tejo), referência frequentemente citada para compreender o contexto regional.
O que os arqueólogos encontraram: ossuários, armas e matérias-primas exóticas
Dentro do corredor e de seus compartimentos internos, a equipe registrou múltiplos ossuários e objetos de prestígio produzidos com matérias-primas não locais, como marfim africano e âmbar siciliano, além de conchas. Entre as armas, destaca-se uma alabarda — lança com lâmina de machado na ponta — associada a elites e a rituais na Pré-história europeia.
Segundo comunicado da Universidade de Cádiz, a associação de conchas marinhas a um território interior indica trocas de longa distância e o valor simbólico do mar; já o conjunto lítico inclui puntas de flecha e lâminas de grande formato. Esses dados sustentam hipóteses sobre redes econômicas e status social no sul ibérico há cinco milênios.
Relatos independentes em veículos especializados confirmam medidas, função funerária e perfil do enxoval descritos pela equipe, reforçando a confiabilidade das informações para a comunidade arqueológica.
Como foi a escavação: quatro campanhas e pesquisa em curso
O dólmen foi investigado em quatro temporadas por um time liderado por Eduardo Vijande e Serafín Becerra, do grupo Thalassa (UCA). O projeto “Monumentalidade, tempo e sociedade” integra esforços de campo, formação de estudantes e análises arqueométricas. A meta é detalhar cronologia, uso e circulação de materiais no sítio.
A Cadena SER e a Europa Press reportaram a descoberta e o apoio institucional, apontando 13 metros de extensão e conservação excepcional do monumento, além da presença de osários e ajuares exóticos.
A pesquisa seguirá com datações, estudos isotópicos e comparações regionais, o que pode redefinir aspectos do comércio e da ideologia no megalitismo andaluz. Resultados adicionais são esperados conforme avança a análise de laboratório.
Para que serviam os dólmens: túmulo, marcador territorial e possível alinhamento solar
Dólmens são estruturas megalíticas multifuncionais na Pré-história europeia. Serviam primariamente como sepulturas coletivas, mas estudos sugerem também marcadores territoriais de posse de terras em sociedades agrícolas e possíveis alinhamentos com eventos solares, como solstícios.
No caso de Teba, a função funerária está comprovada pelos ossuários e ajuares. Investigações futuras avaliarão orientação, arquitetura interna e interações com a paisagem para testar hipóteses rituais e astronômicas. Preservação cuidadosa e estudos interdisciplinares serão decisivos.
Queremos ouvir você. O dólmen deve ser aberto à visitação após estudos, ou mantido fechado para preservar contexto e reduzir impacto? Deixe sua opinião nos comentários e diga se alinhamentos solares devem orientar o futuro do sítio tanto quanto a análise científica.