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Desastre Nuclear de Fukushima: Explorador encontra toneladas de carros raros espalhados pela Zona de Exclusão

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 12/11/2024 às 23:45
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Foto: Reprodução

Explorador descobre toneladas de carros raros ainda espalhados pela Zona de Exclusão de Fukushima, anos após o desastre nuclear de Fukushima

A tragédia do desastre nuclear de Fukushima, que abalou o Japão em 2011, deixou uma marca profunda não só nas vidas humanas, mas também na paisagem cultural e até automotiva da região. A história da zona de exclusão ao redor da usina nuclear é marcada por histórias de abandono e deterioração.

Entre os objetos esquecidos, uma coleção de carros japoneses de desempenho, conhecidos como JDM (Japanese Domestic Market), repousa como um memorial silencioso. Esses veículos icônicos, outrora símbolos de velocidade e inovação, agora estão à mercê da natureza, em um processo implacável de decadência.

Para os entusiastas automotivos, esses carros representam muito mais do que simples máquinas. São verdadeiras relíquias de uma cultura apaixonada por performance e engenharia de ponta. Modelos lendários como o Nissan Skyline e o Mitsubishi Evo VII, que antes rugiam pelas ruas, hoje estão cobertos de ferrugem e envoltos em vegetação motivados pelo desastre nuclear de Fukushima.

Exploradores urbanos e youtubers, como o canal “Exploring with Fighters“, revisitam essas áreas do desastre nuclear de Fukushima para documentar o estado desses carros, revelando uma visão perturbadora de como o tempo e a natureza podem transformar o que antes era grandioso em mera sombra do que já foi.

A visão surreal desastre nuclear Fukushima

Em uma recente exploração pela zona de exclusão, um grupo de entusiastas encontrou veículos japoneses e até carros de luxo europeus abandonados, compondo um cenário quase surreal. Imagine encontrar um Honda S2000 vermelho, um esportivo cobiçado, imóvel, lentamente envolvido pela vegetação.

Ali perto, um Mitsubishi Evo VII desaparece em meio à grama alta, sua carroceria consumida pela corrosão. Para os amantes de carros, a cena é de partir o coração.

A presença desses veículos abandonados se torna ainda mais significativa quando notamos sua diversidade. Além dos japoneses, há também veículos de luxo europeus e até um caminhão de bombeiros militar dos EUA, um reflexo da presença internacional durante o desastre.

Esses veículos, ao serem deixados à própria sorte, se transformaram em um lembrete pungente de como a negligência e o poder implacável da natureza podem destruir o que uma vez foi motivo de orgulho.

Carros abandonados e os desafios da radiação

Para aqueles que se perguntam por que ninguém recolheu esses carros e os restaurou, há algumas razões para essa situação. Uma delas é a própria radiação. Os veículos expostos à radiação podem se tornar radioativos, e qualquer tentativa de exportá-los encontra barreiras legais e de segurança.

A alfândega japonesa, por exemplo, exige que os veículos emitam uma quantidade de radiação abaixo de 0,3 microsieverts para serem exportados. Em alguns casos, os carros em Fukushima superam esse limite, tornando-se verdadeiros perigos à saúde.

Esse nível de contaminação cria um fenômeno chamado endurecimento por radiação, onde certos metais expostos ao material radioativo se tornam mais rígidos e, ao mesmo tempo, mais quebradiços.

Esse processo leva ao surgimento de rachaduras e deformações ao longo do tempo, comprometendo ainda mais a estrutura dos veículos. Assim, mesmo que houvesse meios de retirar esses carros raros da zona de exclusão, o estado em que se encontram dificultaria sua restauração.

Atração turística sinistra

Apesar dos riscos, a zona de exclusão de Fukushima se tornou um destino para exploradores urbanos e entusiastas automotivos que buscam testemunhar essa cena de abandono em primeira mão.

O canal “Exploring the Unbeaten Path” compartilhou recentemente uma visita à área, mostrando ao público internacional uma coleção de carros raros que, inevitavelmente, sucumbirão aos elementos ou serão destruídos.

A aventura dos exploradores revelou veículos como o Toyota Crown Comfort, Suzuki Jimny, Mitsubishi Evo VII, R32 Skyline, Z33 Nissan 300ZX, S15 Nissan Silvia, MK4 Toyota Supra, Mazda P600 Carol, AW11 Toyota MR2, entre outros modelos amados pelos fãs de carros raros JDM.

Para qualquer amante de automóveis, ver esses veículos deixados ao ar livre, em meio à grama alta e sujeira, é uma experiência ao mesmo tempo fascinante e dolorosa.

Fukushima e o valor simbólico dos carros abandonados

Esses veículos não são apenas máquinas esquecidas; são testemunhas de uma tragédia. Cada carro conta uma história de orgulho e paixão pela velocidade. Eles eram admirados e cuidados por seus donos, que os guiavam pelas ruas com entusiasmo. Agora, esses veículos se encontram em um canto do Japão, aguardando um destino incerto.

Esses veículos abandonados continuarão a se deteriorar, transformando-se lentamente em apenas carcaças enferrujadas. Mas, para aqueles que têm a chance de visitá-los ou de ver as imagens que exploradores urbanos compartilham, eles permanecerão como um testemunho silencioso de uma época de glória que já se foi.

Mais do que qualquer lição, eles nos lembram de como é essencial reconhecer nossa própria vulnerabilidade e responsabilidade, não só no campo da tecnologia, mas na nossa relação com o mundo que nos cerca.

Assim, ao vermos essas relíquias, podemos aprender algo valioso sobre nossa própria condição: o que construímos pode ser extraordinário, mas jamais estará fora do alcance do tempo, da natureza e das consequências de nossas próprias ações.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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