ORA GT: Análise detalhada do elétrico que “dirige como um Golf GTI”
O ORA GT, o hatch elétrico da GWM, está de volta ao centro das discussões automotivas, especialmente após o lançamento da nova cor cinza fosco para o modelo 2025. O carro-chefe da montadora chinesa é constantemente elogiado por oferecer uma experiência de condução genuinamente esportiva, algo raro entre seus concorrentes diretos no crescente segmento de elétricos no Brasil. Esta avaliação, baseada em testes práticos pela equipe do Carro Chefe, coloca em perspectiva o que realmente diferencia o ORA GT da maioria, ao mesmo tempo em que confronta seus números e tecnologias com a rápida evolução do mercado.
Apesar de já mostrar o peso da rápida evolução tecnológica dos veículos elétricos – que se aprimoram em um ritmo vertiginoso –, o ORA GT mantém sua essência como um carro divertido, com suspensão firme, freio a disco nas quatro rodas e um torque instantâneo que proporciona uma aceleração empolgante. Contudo, seu preço e autonomia são colocados em xeque diante das novas opções que chegam ao mercado. A pergunta central é: a performance superior ainda justifica o investimento neste esportivo compacto?
Onde o ORA GT realmente brilha: Performance e dinâmica
O grande diferencial que eleva o ORA GT acima de muitos de seus compatriotas elétricos é sua calibração de suspensão. Enquanto a maioria dos modelos chineses prioriza o conforto com um acerto mais mole e “flutuante”, o ORA GT entrega uma suspensão firme, “socadinha no chão”, que remete a hatches esportivos tradicionais, como o aclamado Golf GTI, em termos de dirigibilidade. Essa característica é fundamental para quem valoriza a experiência de fazer curvas e a sensação de ter o carro sob controle em altas velocidades.
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Essa vocação esportiva é complementada por um sistema de freio a disco nas quatro rodas, garantindo a segurança e a resposta necessárias para um hatch de proposta dinâmica. O motor, localizado no eixo dianteiro (tração frontal), entrega 171 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque instantâneo, números que, combinados ao peso de 1.590 kg, resultam em uma relação peso-potência de 9,3 kg/cv. A GWM declara um tempo de 0 a 100 km/h em 8 segundos, mas testes em campo já mostraram que o carro consegue ser ligeiramente mais rápido, atingindo facilmente sua velocidade máxima limitada de 160 km/h. É o prazer ao volante, e não apenas a potência, que o torna um dos elétricos mais divertidos de dirigir da atualidade, conforme ressaltado pelo Carro Chefe.
Autonomia e recarga: Os sinais da evolução acelerada
No que tange à propulsão, o ORA GT utiliza uma bateria que oferece autonomia de 319 km pelo padrão INMETRO (considerado o mais pessimista), mas que, em condições reais de uso, especialmente na cidade, pode se estender para cerca de 380 km, ou até 400 km. Embora seja uma autonomia suficiente para o uso urbano e até pequenas viagens, ela já não impressiona tanto se comparada a concorrentes mais recentes de outras marcas, como alguns modelos da GAC, que oferecem pacotes de bateria mais robustos.
A capacidade de recarga rápida permite que o veículo vá de 30% a 80% em aproximadamente 40 minutos, um tempo competitivo que depende da disponibilidade de carregadores rápidos de corrente contínua (DC). Contudo, a rápida evolução da tecnologia de baterias e a chegada de novos players com arquiteturas mais eficientes sugerem que o ORA GT pode precisar de um upgrade em sua nova geração para justificar seu preço e competir de igual para igual no quesito alcance. A garantia da bateria, de 8 anos ou 200.000 km, é um ponto positivo, embora o limite quilométrico gere debate sobre a longevidade do uso intenso.
Custo-benefício e posicionamento de mercado
O ORA GT tem um preço sugerido de R$ 189.000, um valor que, no momento de seu lançamento, era mais competitivo. Hoje, no entanto, ele se depara com uma concorrência acirrada, que inclui SUVs maiores e modelos com autonomia superior na faixa de R$ 200.000 a R$ 220.000. Essa pressão do mercado faz com que o principal argumento de venda do ORA GT seja, inegavelmente, sua dirigibilidade e seu acerto mecânico.
“É um carro que eu gosto muito de dirigir. Achei ele caro. Eu compraria um desse usado.” – Carro Chefe
Para os entusiastas de carros elétricos que buscam uma experiência de condução mais envolvente e que priorizam a dinâmica em detrimento da autonomia máxima ou do espaço interno (o porta-malas, com 228 litros, é pequeno), o ORA GT é uma opção de nicho. No entanto, para o comprador médio de elétricos, que frequentemente busca conforto e a maior autonomia possível, o valor pode ser um obstáculo. A desvalorização dos elétricos no mercado de usados, porém, torna o ORA GT uma compra atrativa para quem visa a performance e o custo mais baixo de um seminovo.
Design, ergonomia e o paradoxo da central multimídia
Visualmente, o ORA GT segue uma linha de design ousada, que mistura elementos de “Fusca com Porsche” na dianteira e uma traseira controversa, mas com apelo esportivo, graças ao aerofólio com o emblema GT. No interior, o carro oferece um bom espaço interno, com conforto surpreendente para o banco traseiro. Os bancos dianteiros possuem ajustes elétricos e, um luxo bem-vindo, ventilação e massagem. O acabamento interno é de alta qualidade, com couro e materiais soft touch em muitos pontos, e itens de conveniência como câmbio giratório, freio de estacionamento eletrônico e carregador por indução.
O ponto de maior debate é a central multimídia. Embora o carro seja repleto de tecnologia (câmera 360º, estacionamento autônomo, piloto automático adaptativo e recursos de segurança), a maioria dos comandos essenciais, como ventilação do banco, modos de condução e até mesmo o volume para o passageiro no Android Auto, é concentrada exclusivamente na tela, exigindo múltiplos toques para funções básicas. Essa dependência total da central multimídia é vista como um revés ergonômico que compromete a praticidade durante a condução, algo especialmente frustrante em um carro com vocação esportiva. Além disso, o sistema esquece configurações do motorista, como o desligamento do alerta de leitura de placa, que precisa ser refeito a cada partida.
Conclusão: O ORA GT é o esportivo que o mercado elétrico precisava?
O ORA GT é um carro que polariza. Sua dirigibilidade é, sem dúvida, seu maior trunfo, o colocando em um patamar superior aos concorrentes quando o assunto é prazer ao dirigir e comportamento em curvas. Ele prova que carros elétricos podem, sim, ser divertidos, desde que o acerto de suspensão e chassi receba a devida atenção – algo que o Carro Chefe ressalta como um ponto crucial a ser seguido por outras montadoras.
No entanto, a combinação de autonomia mediana e preço elevado no mercado de zero quilômetro o coloca em uma posição vulnerável diante de modelos mais novos e mais eficientes. O carro-chefe da GWM é ideal para o entusiasta que está disposto a pagar o preço pela performance e pelo feeling de um hot hatch tradicional, agora eletrificado.
O ORA GT vale os quase R$ 190 mil pela excelente dirigibilidade, mesmo com uma autonomia que já é considerada “apenas OK” pelo mercado atual?
Você concorda que os carros elétricos estão evoluindo tão rápido que um modelo de 2 ou 3 anos já precisa de uma nova geração para justificar seu preço? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática e qual elétrico você compraria nesse valor!

                        
                                                    
                        
                        
                        
                        
        
        
        
        
        
        
        
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