Polêmica ronda o crescimento do EAD: entre a democratização do acesso e a qualidade do ensino
Brasil, 2023 – As salas de aula estão cada vez mais vazias, mas não se engane, o ensino superior está em plena expansão. De acordo com o Censo do Ensino Superior de 2022, 72% dos alunos aprovados em vestibular para cursos superiores privados optaram pelo Ensino a Distância (EAD). E o assunto está dando o que falar.
Um dos grandes trunfos do EAD é a democratização do acesso à educação. Com a expansão dessa modalidade, estudantes de cidades pequenas e áreas rurais têm a oportunidade de cursar o ensino superior sem ter que arcar com os custos de mudança para grandes centros.
“É uma revolução. Estamos levando conhecimento para os cantos mais remotos do Brasil”, explica Luiz Bourbon, servidor público e defensor do ensino a distância.
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Flexibilidade e comodidade no EAD
A flexibilidade de horários é outro ponto que pesa a favor do EAD. “Quem trabalha o dia todo e só tem o período da noite livre agora pode estudar. É uma maravilha para essa galera”, comenta um ex-aluno de Direito que preferiu o EAD.
Mas nem tudo são flores. Críticos argumentam que a qualidade do ensino pode ser comprometida. Entidades profissionais, como conselhos de enfermagem e odontologia, expressam preocupação com a autorização de cursos totalmente à distância em suas áreas.
“Não estamos falando de uma aula de história, estamos falando de procedimentos médicos. Não se aprende isso em frente a um computador”, critica um membro da entidade de enfermagem.
O MEC entra em cena
O Ministério da Educação (MEC) está estudando autorizar até mesmo cursos na área da saúde para serem totalmente à distância, com exceção das atividades práticas, que seriam realizadas em polos de atividades presenciais. Isso causou alvoroço em diversas entidades profissionais.
Outra crítica ao crescimento do EAD está ligada ao mercado de trabalho para professores. “Se uma única aula gravada pode ser usada para milhões de alunos, o que acontecerá com o emprego dos docentes?”, questiona um professor universitário.
O ensino a distância é uma moeda de duas faces. De um lado, democratiza o acesso ao ensino superior e oferece flexibilidade. De outro, levanta questões importantes sobre a qualidade da educação e o futuro do mercado de trabalho para professores. O que é certo é que o debate está longe de acabar.