O volume de água do Sistema Cantareira caiu para 29,42% em 24 de setembro de 2025, o menor nível em dez anos, e colocará o sistema na faixa de restrição a partir de outubro.
Uma queda drástica nos reservatórios mais importantes de São Paulo acendeu um sinal vermelho para autoridades e moradores.
Em 24 de setembro de 2025, o Sistema Cantareira, que abastece metade da Região Metropolitana de São Paulo, chegou a 29,42% da capacidade útil, segundo dados da Sabesp. A situação obriga a entrada do sistema na chamada faixa de restrição a partir de 1º de outubro, com redução da captação máxima de 27 m³/s para 23 m³/s, conforme determinação da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE).
Essa queda marca o nível mais baixo para o mês de setembro nos últimos dez anos. Em 2024, o índice era de 53%, quase o dobro do registrado agora.
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Gestão técnica para evitar colapso
Para mitigar o impacto imediato, a Sabesp terá de transferir até 10 m³/s do reservatório Jaguari para o Atibainha, respeitando o limite global de 33 m³/s.
A medida segue as regras estabelecidas pela Resolução Conjunta nº 925/2017, que determina os limites de operação escalonada conforme o volume disponível.
O Cantareira é composto por cinco reservatórios interligados — Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro — e atende não apenas a Grande São Paulo, mas também a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
A redução de volume, portanto, atinge tanto os consumidores da capital quanto cidades do interior, exigindo cooperação entre órgãos reguladores e usuários.
Impactos econômicos e sociais da queda
A restrição de captação representa menos água disponível para abastecimento.
Com isso, sistemas auxiliares podem ser pressionados e ajustes no fornecimento não estão descartados.
Especialistas alertam que a situação pode trazer efeitos indiretos: aumento nos custos operacionais da Sabesp, necessidade de investimentos emergenciais em transposição e até impacto econômico em setores dependentes do fornecimento regular de água.
Além disso, a população já sente reflexos com recomendações mais duras de economia. O uso consciente passa a ser crucial, especialmente em períodos de estiagem prolongada.
Comparações com crises anteriores
Em setembro de 2015, durante a grave crise hídrica que marcou a década, os níveis do Cantareira ficaram abaixo de 20%. Agora, os números, embora mais altos, acendem alerta semelhante.
Segundo a CNN Brasil, o Sistema Integrado Metropolitano, que reúne outros mananciais da Grande São Paulo, está em 32,3%, também o menor índice para setembro desde aquela crise.
Esse histórico reforça a vulnerabilidade da região e a necessidade de planejamento de longo prazo para garantir segurança hídrica.
Consequências ambientais e de governança
A redução acentuada nos níveis do Cantareira gera preocupações ambientais, pois a pressão sobre mananciais alternativos pode comprometer ecossistemas locais.
Além disso, a governança hídrica se torna central, já que a gestão precisa conciliar abastecimento humano, manutenção de vazões ecológicas e segurança energética em hidrelétricas.
Autoridades destacam que monitoramento contínuo, transparência nos dados e fiscalização rigorosa são ferramentas indispensáveis para evitar que a crise se agrave.
O que o futuro reserva para São Paulo?
A entrada do Cantareira na faixa de restrição reacende o debate sobre resiliência hídrica na maior metrópole do país.
A capacidade de superar o problema depende de três pilares: planejamento técnico, participação da sociedade e investimentos em novos sistemas de abastecimento.
Enquanto isso, especialistas reforçam a urgência da conscientização: cada litro economizado pode fazer diferença no equilíbrio entre oferta e demanda.
Você acredita que São Paulo deve investir mais em obras de transposição e infraestrutura hídrica ou priorizar campanhas de consumo consciente para evitar uma nova crise?