1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Criaturas azuis com aparência incomum estão reaparecendo em grandes quantidades nas praias da Califórnia
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Criaturas azuis com aparência incomum estão reaparecendo em grandes quantidades nas praias da Califórnia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 11/04/2025 às 12:53
Atualizado em 14/04/2025 às 06:09
Também conhecidas como “velejadoras do vento”, as Velella velella flutuantes estão cobrindo as praias da Califórnia mais uma vez. Robin Wilson via Wikimedia Commons sob licença CC BY-SA 4.0

Visitantes das praias da Califórnia estão se deparando com uma cena curiosa: milhares de pequenas criaturas azuis, de aparência exótica, estão surgindo em grande quantidade na areia

Milhares de criaturas marinhas de cor azul intenso apareceram recentemente nas praias da Califórnia, deixando banhistas surpresos.

Os animais, parecidos com águas-vivas, foram vistos em abundância ao longo da costa, formando uma mancha que impressionou quem passou pelo local.

Del Dickson, que passeava com seus cachorros na Praia de Bolinas, no Condado de Marin, descreveu a cena como algo “realmente incrível”.

Smartphone Motorola Moto G35 5G 256GB 12GB Ram Boost e Camera 50MP com AI NFC Tela 6.7 com Superbrilho
Você não terá outra chance de comprar um celular bonito, potente e barato como este da Motorola!
Ícone de link Comprar agora!

Ele contou ao San Francisco Chronicle que, à distância, o grupo de animais parecia “uma mancha de óleo” se espalhando pela areia. A presença em massa desses organismos marca, para muitos, o início da primavera.

Conheça os “marinheiros do vento”

As criaturas são conhecidas como Velella velella, também chamadas de “marinheiros do vento”. Elas não representam perigo para os humanos e costumam aparecer nas praias da Califórnia durante a primavera ou no começo do verão.

Segundo o Serviço Nacional de Parques, as Velella têm corpo azul ou roxo, medem entre 7,5 e 10 centímetros e se alimentam de plâncton com a ajuda de tentáculos urticantes. Embora sejam parentes de águas-vivas, anêmonas e corais, seu comportamento é diferente: não nadam, apenas flutuam, movidas pelo vento.

Cada Velella possui uma estrutura em forma de vela, que se projeta para cima e permite que o vento a conduza. Essa “vela” pode ter orientação para a esquerda ou para a direita. No Hemisfério Norte, a maioria tende a ser canhota, enquanto no Sul predominam as destras.

Por que elas aparecem nessa época?

A explicação para o surgimento dessas criaturas em grandes números está no fenômeno da ressurgência. De acordo com Raphael Kudela, cientista marinho da Universidade da Califórnia, esse processo ocorre na primavera, quando os ventos trazem à tona águas frias e ricas em nutrientes. Isso atrai fitoplâncton e zooplâncton, alimento das Velella, que acabam se concentrando em grupos maiores.

Esses grupos, empurrados pelos ventos, acabam sendo levados até a praia. Como não têm controle sobre sua direção, encalham na areia. Quando isso acontece, seus corpos perdem a cor azulada e se tornam semelhantes a pedaços quebradiços de plástico transparente.

Contato com humanos deve ser evitado

Apesar de não serem perigosas, as Velella possuem ferrões pequenos que podem causar irritação na pele. Por isso, especialistas recomendam não tocar nos animais, mesmo quando estão aparentemente inativos na areia.

Carolyn Belak, ecologista da empresa HT Harvey & Associates, alertou sobre o risco em 2023. Segundo ela, ainda que a ameaça seja baixa, o contato direto deve ser evitado por precaução.

Possível ligação com mudanças climáticas

Embora sua chegada não seja um evento raro, pesquisadores vêm observando possíveis relações entre o aquecimento das águas do oceano e a frequência de encalhes dessas criaturas. Em uma entrevista à KQED no ano passado, a bióloga marinha Julia Parrish comentou que esses eventos podem ser um sinal de mudanças em curso.

“Quando vemos sinais vindos do oceano para a costa, devemos prestar atenção”, afirmou. A presença das Velella velella pode ser considerada, segundo ela, um aviso precoce de alterações ambientais maiores.

Um lembrete do desconhecido

Apesar de causarem espanto, essas criaturas também despertam fascínio. Para Jennifer Stock, especialista dos Santuários Marinhos Nacionais Greater Farallones e Cordell Bank, elas representam mais do que um fenômeno natural passageiro. “As Velella velella oferecem uma janela de admiração e admiração para o grande oceano”, afirmou. “E mostram o quanto sabemos — e o quanto ainda não sabemos — sobre o maior habitat do planeta.”

Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x