Visitantes das praias da Califórnia estão se deparando com uma cena curiosa: milhares de pequenas criaturas azuis, de aparência exótica, estão surgindo em grande quantidade na areia
Milhares de criaturas marinhas de cor azul intenso apareceram recentemente nas praias da Califórnia, deixando banhistas surpresos.
Os animais, parecidos com águas-vivas, foram vistos em abundância ao longo da costa, formando uma mancha que impressionou quem passou pelo local.
Del Dickson, que passeava com seus cachorros na Praia de Bolinas, no Condado de Marin, descreveu a cena como algo “realmente incrível”.
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Ele contou ao San Francisco Chronicle que, à distância, o grupo de animais parecia “uma mancha de óleo” se espalhando pela areia. A presença em massa desses organismos marca, para muitos, o início da primavera.
Conheça os “marinheiros do vento”
As criaturas são conhecidas como Velella velella, também chamadas de “marinheiros do vento”. Elas não representam perigo para os humanos e costumam aparecer nas praias da Califórnia durante a primavera ou no começo do verão.
Segundo o Serviço Nacional de Parques, as Velella têm corpo azul ou roxo, medem entre 7,5 e 10 centímetros e se alimentam de plâncton com a ajuda de tentáculos urticantes. Embora sejam parentes de águas-vivas, anêmonas e corais, seu comportamento é diferente: não nadam, apenas flutuam, movidas pelo vento.
Cada Velella possui uma estrutura em forma de vela, que se projeta para cima e permite que o vento a conduza. Essa “vela” pode ter orientação para a esquerda ou para a direita. No Hemisfério Norte, a maioria tende a ser canhota, enquanto no Sul predominam as destras.
Por que elas aparecem nessa época?
A explicação para o surgimento dessas criaturas em grandes números está no fenômeno da ressurgência. De acordo com Raphael Kudela, cientista marinho da Universidade da Califórnia, esse processo ocorre na primavera, quando os ventos trazem à tona águas frias e ricas em nutrientes. Isso atrai fitoplâncton e zooplâncton, alimento das Velella, que acabam se concentrando em grupos maiores.
Esses grupos, empurrados pelos ventos, acabam sendo levados até a praia. Como não têm controle sobre sua direção, encalham na areia. Quando isso acontece, seus corpos perdem a cor azulada e se tornam semelhantes a pedaços quebradiços de plástico transparente.
Contato com humanos deve ser evitado
Apesar de não serem perigosas, as Velella possuem ferrões pequenos que podem causar irritação na pele. Por isso, especialistas recomendam não tocar nos animais, mesmo quando estão aparentemente inativos na areia.
Carolyn Belak, ecologista da empresa HT Harvey & Associates, alertou sobre o risco em 2023. Segundo ela, ainda que a ameaça seja baixa, o contato direto deve ser evitado por precaução.
Possível ligação com mudanças climáticas
Embora sua chegada não seja um evento raro, pesquisadores vêm observando possíveis relações entre o aquecimento das águas do oceano e a frequência de encalhes dessas criaturas. Em uma entrevista à KQED no ano passado, a bióloga marinha Julia Parrish comentou que esses eventos podem ser um sinal de mudanças em curso.
“Quando vemos sinais vindos do oceano para a costa, devemos prestar atenção”, afirmou. A presença das Velella velella pode ser considerada, segundo ela, um aviso precoce de alterações ambientais maiores.
Um lembrete do desconhecido
Apesar de causarem espanto, essas criaturas também despertam fascínio. Para Jennifer Stock, especialista dos Santuários Marinhos Nacionais Greater Farallones e Cordell Bank, elas representam mais do que um fenômeno natural passageiro. “As Velella velella oferecem uma janela de admiração e admiração para o grande oceano”, afirmou. “E mostram o quanto sabemos — e o quanto ainda não sabemos — sobre o maior habitat do planeta.”