Entenda as razões por trás da desaceleração do crescimento populacional global, incluindo avanços na educação, planejamento familiar e transformações econômicas.
O crescimento populacional global, que parecia imparável até pouco tempo, está desacelerando surpreendentemente. Após anos de aumento constante, os números revelam uma nova realidade: a população mundial está prestes a atingir o pico em muitos países e pode começar a se estabilizar até o final do século.
Em 2022, o planeta alcançou a marca histórica de oito bilhões de habitantes, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, as previsões mais recentes indicam uma desaceleração significativa no ritmo de crescimento.
Crescimento da população mundial
Nos próximos 60 anos, espera-se que somente mais dois bilhões de pessoas sejam adicionadas à população global, representando um ritmo muito mais lento do que o previsto anteriormente.
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Durante a década de 2080, os especialistas acreditam que a população mundial atingirá cerca de 10,4 bilhões de pessoas. Após esse pico, as projeções indicam que os números devem permanecer estáveis até o final do século, sem uma diminuição significativa.
Essa expectativa marca uma mudança importante em relação a estimativas anteriores. Há uma década, alguns modelos sugeriam que a população global poderia ultrapassar 12 bilhões até 2100. Agora, as previsões mostram um cenário mais moderado, impulsionado por fatores sociais, econômicos e demográficos.
Motivos da desaceleração do crescimento populacional
A principal razão para essa desaceleração está nas taxas de fertilidade em declínio. Para que um país mantenha sua população estável, é necessário que cada mulher tenha, em média, 2,1 filhos — o chamado nível de reposição populacional. Atualmente, mais da metade das nações do mundo apresenta taxas abaixo desse patamar.
Ainda mais alarmante: quase um quinto dos países possui o que os especialistas chamam de “fertilidade ultrabaixa”, ou seja, menos de 1,4 nascimento por mulher. Esse fenômeno afeta diretamente a renovação geracional e desafia a sustentabilidade demográfica de diversas nações.
Entre os países mais impactados, destaca-se a China, que, até recentemente, era a nação mais populosa do planeta. Entretanto, em 2023, a Índia ultrapassou a China em população, tornando-se o país mais populoso do mundo. A China, assim como Rússia, Japão e mais de 60 outros países, enfrenta atualmente um declínio populacional. As projeções indicam que, até 2054, a população dessas nações poderá diminuir em cerca de 14%.
Transição demográfica e envelhecimento
Esse fenômeno global pode ser explicado principalmente pela chamada transição demográfica. À medida que os países se industrializam e urbanizam, as mulheres passam a ter mais oportunidades de educação e carreira, o que contribui para o adiamento da maternidade e a diminuição do número de filhos. Além disso, a queda na mortalidade infantil e a redução da necessidade de famílias grandes para o trabalho agrícola também influenciam diretamente as taxas de fertilidade.
Outro fator crucial é o aumento da expectativa de vida. Com os avanços na medicina, melhorias nas condições de vida e acesso a serviços de saúde, as pessoas estão vivendo mais. Isso resulta em uma população envelhecida, com pessoas acima de 65 anos representando uma parcela crescente da sociedade.
Os especialistas preveem que, por volta de 2070, o número de pessoas com mais de 65 anos superará o de menores de 18 anos. Essa inversão na composição etária terá consequências significativas para a economia global, impactando a força de trabalho, os sistemas de previdência e a demanda por cuidados de saúde.
As informações deste texto são baseadas no relatório “World Population Prospects 2022” da ONU, que confirmou o marco de 8 bilhões de habitantes em 15 de novembro de 2022.
As projeções indicam que a população global deve atingir 10,4 bilhões até 2080 e se estabilizar até 2100 (World Population Prospects 2022). Informações sobre taxas de fertilidade e envelhecimento populacional vêm do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) e do estudo publicado na The Lancet.
Com informações de iflscience.