O Crédito do Trabalhador já movimenta R$ 79 bilhões desde março, impulsionado pelo novo consignado privado que promete juros menores, mas enfrenta resistência de grandes bancos e preocupa o Banco Central quanto ao risco de endividamento das famílias.
De acordo com o portal jornal de brasilia, o Crédito do Trabalhador tornou-se uma das principais estratégias econômicas do governo para expandir o acesso da população a empréstimos com juros mais baixos e estimular o consumo. A nova modalidade, que permite o consignado em empresas privadas, movimentou R$ 45 bilhões em operações novas até setembro e pode injetar outros R$ 20 bilhões na economia até o fim do ano.
Somando as renegociações e contratos migrados, o total chega a R$ 79 bilhões, segundo dados do Ministério da Fazenda. O volume surpreende até integrantes do governo, mas a implementação ainda enfrenta falhas operacionais, resistência dos grandes bancos e preocupação de economistas com o risco de aumento do endividamento das famílias.
Do lançamento às barreiras iniciais
O novo consignado começou a operar em 21 de março de 2025, com a promessa de ser um divisor de águas no crédito privado.
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Nos primeiros meses, o programa enfrentou problemas de registro e inadimplência, especialmente em pequenas empresas com estrutura precária de escrituração.
Segundo o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, os obstáculos já estão sendo corrigidos.
Mesmo com os desafios, o ritmo de concessões cresceu. Em setembro, as instituições liberaram em média R$ 307,7 milhões por dia útil.
Mantida essa velocidade, o total pode ultrapassar R$ 19,7 bilhões adicionais até dezembro, consolidando o programa como um motor de crédito paralelo ao sistema tradicional.
Juros em queda, mas ainda acima do consignado antigo
A taxa média cobrada nas operações caiu de 3,69% ao mês em abril para 2,91% em setembro, sinalizando aumento da competição entre instituições.
Mesmo assim, o custo ainda é superior ao do consignado tradicional. A diferença se explica pelo perfil do tomador, geralmente trabalhadores com menor renda e vínculo empregatício mais instável, segundo estudo do Banco Central.
Para o governo, essa etapa de ajuste é esperada.
O argumento é que o Crédito do Trabalhador permite acesso a grupos que antes só conseguiam empréstimos pessoais a juros médios de 11% ao mês, e que a concorrência gradualmente deve reduzir as taxas dentro da própria modalidade.
A resistência dos grandes bancos
A expansão da plataforma esbarrou em uma barreira poderosa: a reticência dos grandes bancos.
O sistema exige que todas as instituições migrem contratos antigos para a nova plataforma até 20 de outubro, o que cria risco de perda de clientes para concorrentes que ofereçam juros menores.
Entre os cinco maiores bancos do país, o Bradesco e a Caixa Econômica Federal são os que mais atrasaram a migração.
O Bradesco alega estar cumprindo o cronograma, mas sem divulgar números. A Caixa reconhece dificuldades técnicas e promete concluir o processo “até meados de outubro”.
Já o Santander afirma ter migrado quase 100% dos contratos, enquanto Itaú e Banco do Brasil garantem que cumprirão o prazo.
Segundo analistas, a resistência não é apenas operacional. Grandes bancos veem o novo modelo como uma ameaça à fidelização de clientes e à previsibilidade de suas carteiras de crédito, já que a portabilidade se torna mais simples e transparente.
O outro lado: risco de endividamento e efeito inflacionário
O Banco Central monitora de perto o avanço do programa. Em relatório recente, o órgão destacou que o aumento de crédito não tem sido acompanhado por uma redução equivalente de dívidas antigas.
Isso indica que parte dos tomadores está acumulando novos financiamentos, e não apenas substituindo dívidas mais caras.
O alerta do BC é que, mesmo com juros menores, o Crédito do Trabalhador pode ampliar o endividamento das famílias, sobretudo entre trabalhadores de menor renda.
Além disso, o estímulo ao consumo ocorre em um momento em que o país ainda tenta consolidar o controle da inflação o que pode gerar pressão sobre a política monetária e retardar futuras quedas na taxa Selic.
Especialistas pedem cautela
Para Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças da FGV, o programa tem mérito em ampliar o acesso, mas requer monitoramento constante.
“Há risco de que o crédito mais barato acabe sendo usado para gastos correntes e não para reorganizar dívidas”, afirma.
Segundo ele, a promessa de R$ 100 bilhões em crédito até o fim do ano é ambiciosa, mas ainda depende da consolidação tecnológica e da adesão bancária.
Economistas veem na política de crédito uma aposta de alto impacto social e eleitoral, mas também uma fonte potencial de desequilíbrio macroeconômico, caso não haja controle sobre inadimplência e sobreposição de empréstimos.
Uma vitrine política com riscos reais
O Crédito do Trabalhador é tratado no governo como um dos pilares da agenda econômica, com foco em aumentar o poder de compra e melhorar a percepção popular sobre o custo do crédito.
A iniciativa simboliza um avanço em inclusão financeira, mas também coloca o sistema bancário sob tensão ao obrigá-lo a abrir espaço para novos competidores.
Enquanto o governo comemora os números e tenta consolidar o modelo, o setor financeiro pede tempo para adaptar sistemas e calibrar riscos.
Entre a promessa de crédito acessível e a ameaça de endividamento, o desafio agora é transformar o volume em sustentabilidade.
O avanço do Crédito do Trabalhador mostra que a política de crédito consignado privado veio para ficar, mas ainda busca equilíbrio entre expansão, regulação e prudência financeira.
O governo aposta em inclusão e popularidade, enquanto o mercado alerta para riscos de inadimplência e distorções na economia.
E você, acha que o Crédito do Trabalhador é uma oportunidade real de alívio financeiro ou apenas um novo risco de endividamento para os brasileiros? O governo deve priorizar a expansão do crédito ou focar no controle da dívida das famílias? Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem vive isso na prática.
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