Em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia, a Coreia do Norte busca oportunidades para avaliar suas capacidades militares, mas enfrenta desafios inesperados
A Coreia do Norte, conhecida por seu investimento em armamentos militares, especialmente mísseis balísticos, enviou recentemente algumas unidades desses projéteis para a Rússia. No entanto, os resultados no campo de batalha não foram os esperados. Diante disso, Pyongyang pode estar considerando a Ucrânia como um novo campo de testes para aprimorar suas tecnologias de mísseis.
Em uma recente comunicação ao Congresso de Defesa dos Estados Unidos, o Secretário de Defesa, Lloyd Austin, forneceu uma atualização detalhada sobre o estado atual do conflito entre Rússia e Ucrânia. Ele destacou as condições enfrentadas pelas Forças Armadas ucranianas e enfatizou a crescente reconstrução das capacidades militares da Rússia, apoiada por aliados como Irã, China e Coreia do Norte.
O papel da Coreia do Norte no conflito
A Coreia do Norte, juntamente com o Irã e a China, emergiu como um aliado crucial para a Rússia, fornecendo uma variedade de equipamentos militares. Enquanto o Irã contribui com drones e munições excedentes e a China fornece matérias-primas e componentes de alta tecnologia, a Coreia do Norte tem suprido munições de artilharia e mísseis balísticos.
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O emprego dessas armas de origem norte-coreana pela Rússia no conflito com a Ucrânia teria possibilitado ao regime de Pyongyang avaliar e aprimorar seus mísseis em situações reais de combate. No entanto, vários relatórios apontam para a ineficácia dos mísseis balísticos norte-coreanos utilizados pela Rússia durante o conflito. Segundo investigações conduzidas por pesquisadores ucranianos, com base nos destroços desses mísseis, aproximadamente metade dos mísseis lançados entre dezembro e fevereiro perderam a trajetória, resultando em explosões no ar.
Problemas com os mísseis da Coreia do Norte
Esses mísseis, possivelmente do tipo Hwasong-11 (KN-2), têm um alcance operacional de quase 900 km e apresentam semelhanças de design com os mísseis Iskander de origem soviética. A introdução desses mísseis no arsenal norte-coreano é relativamente recente, registrada desde 2018. Apesar disso, a eficácia dos mísseis durante o conflito na Ucrânia levantou sérias dúvidas sobre a qualidade e a precisão dessas armas.
As falhas observadas indicam que a Coreia do Norte ainda enfrenta desafios significativos no desenvolvimento de mísseis balísticos confiáveis. A possibilidade de um futuro apoio da Rússia, por meio da transferência de tecnologia em setores sensíveis como forma de compensação pelo respaldo prestado, também merece atenção.
Isso foi enfaticamente destacado durante a conferência do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, onde ele afirmou: “Sem o apoio do Irã, da Coreia do Norte e da China, isso provavelmente não teria se desenrolado da maneira como aconteceu.”