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COP30 precisa acelerar crescimento da energia limpa, diz estudo

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 15/10/2025 às 08:39
Parque eólico com turbinas de vento entre coqueiros sob um céu azul claro.
Turbinas de energia eólica se destacam entre os coqueiros em um dia ensolarado, simbolizando o crescimento das fontes limpas no país.
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Entenda como o crescimento da energia limpa precisa acelerar globalmente para cumprir metas climáticas e garantir um futuro sustentável

O crescimento da energia limpa tem se tornado, cada vez mais, um tema central no debate global sobre sustentabilidade e mudanças climáticas.

Nos últimos anos, o mundo avançou significativamente na implementação de fontes de energia renovável; entretanto, segundo um estudo recente apresentado em Brasília, antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), esses avanços ainda não atendem plenamente às metas climáticas internacionais.

Historicamente, a humanidade dependia quase que exclusivamente de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, para gerar eletricidade, movimentar indústrias e abastecer transportes.

Embora esse modelo energético tenha impulsionado o crescimento econômico durante o século XX, ele também deixou um legado ambiental significativo, incluindo a emissão de gases de efeito estufa, poluição do ar e mudanças climáticas aceleradas.

Por isso, tornou-se evidente a necessidade de reduzir os impactos ambientais e garantir o abastecimento energético. Consequentemente, isso impulsionou a pesquisa e o desenvolvimento de fontes limpas de energia, como solar, eólica, hidrelétrica e, mais recentemente, biometano e hidrogênio verde.

O estudo apresentado na véspera da COP30 mostrou que o crescimento da energia limpa em 2024 atingiu níveis recordes, com uma capacidade adicional de 582 gigawatts.

Investimentos e metas globais para a energia limpa

O relatório foi elaborado por instituições internacionais, incluindo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), a Presidência da COP30 e a Aliança Global para Energias Renováveis (GRA).

Ele destaca que, para triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030, será necessário investir US$ 1,4 trilhão por ano entre 2025 e 2030. Mais que o dobro do montante investido em 2024, que atingiu US$ 624 bilhões.

Portanto, esse aumento de recursos financeiros não serve apenas para expandir a produção de energia limpa. Mas também fortalece redes de distribuição, cadeias de suprimentos e a fabricação de tecnologias modernas. Incluindo painéis solares, turbinas eólicas, baterias avançadas e sistemas de hidrogênio verde.

Em termos históricos, a transição energética global representa um ponto de inflexão comparável à Revolução Industrial.

Assim como a sociedade do século XIX precisou adaptar-se a novas fontes de energia e tecnologias, hoje é imperativo acelerar a transição para fontes renováveis.

Além disso, essa mudança não é apenas ambiental, mas também econômica e social, pois a adoção de energias limpas gera empregos. Promove inovação tecnológica e garante energia acessível e confiável para comunidades em todo o mundo.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, comentou sobre os achados do estudo, afirmando que a revolução da energia limpa é imparável.

Ele destacou que essas fontes de eletricidade estão se implementando de forma mais rápida e econômica do que os combustíveis fósseis. Promovendo crescimento econômico e emprego, ao mesmo tempo em que oferecem energia acessível.

Brasil e sua liderança em energias renováveis

Para o Brasil, anfitrião da COP30 em Belém, o relatório trouxe notícias animadoras.

O país atingiu, em 2023, uma participação de 89% de energias renováveis na sua matriz elétrica, resultado de décadas de investimento em hidrelétricas, energia eólica e solar.

Por conseguinte, essa liderança demonstra que, com políticas públicas consistentes e incentivos adequados, é possível acelerar significativamente o crescimento da energia limpa, servindo como exemplo para outros países em desenvolvimento.

O relatório também ressalta que apenas aumentar a capacidade de geração não basta.

Portanto, os países devem integrar metas de energias renováveis nos planos climáticos nacionais, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), antes da COP30.

Além disso, essas metas incluem não apenas a produção de energia limpa, mas também investimentos estratégicos em infraestrutura, pesquisa tecnológica e fortalecimento das cadeias produtivas de equipamentos e serviços relacionados.

Além disso, o estudo enfatiza a necessidade de alavancar financiamentos climáticos globais.

Na COP28, realizada em Dubai, líderes globais estabeleceram um consenso para triplicar a capacidade de energias renováveis até 2030.

Já na COP29, definiram uma Nova Meta Coletiva Quantificada, estipulando um piso anual de US$ 300 bilhões em financiamento climático, com expansão para US$ 1,3 trilhão até 2035.

Dessa forma, mobilizar esses recursos permitirá que países em desenvolvimento, especialmente na América Latina e na África, acelerem sua transição energética sem comprometer crescimento econômico e inclusão social.

Impactos econômicos e sociais da energia limpa

O crescimento da energia limpa também influencia diretamente a economia global.

Investimentos em renováveis criam novos empregos, promovem a industrialização verde e reduzem a dependência de combustíveis fósseis, tornando os países mais resilientes a crises internacionais e flutuações de preço no mercado de petróleo e gás.

Além disso, a adoção de tecnologias limpas favorece inovação e competitividade industrial, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável.

Historicamente, grandes transformações energéticas exigiram visão de longo prazo e planejamento estratégico.

Por exemplo, no século XIX, a substituição da madeira pelo carvão transformou indústrias, cidades e a sociedade como um todo.

Hoje, o desafio é substituir parcialmente o carvão, o petróleo e o gás por fontes renováveis, reduzindo drasticamente a emissão de gases de efeito estufa e limitando os impactos das mudanças climáticas.

A COP30 representa um ponto crítico na história da transição energética.

Nos próximos anos, será definido se conseguiremos atingir a meta global de 11,2 terawatts de energia limpa até 2030.

Para isso, governos, empresas e sociedade civil devem atuar em conjunto, priorizando políticas públicas de incentivo, investimentos estratégicos e inovação tecnológica.

Dessa forma, o compromisso global com o crescimento da energia limpa não é apenas ambiental, mas também uma oportunidade de garantir desenvolvimento econômico, justiça social e segurança energética.

Responsabilidade coletiva na transição energética

A transição para energias limpas não se limita a grandes países ou investimentos internacionais.

Cada comunidade, empresa e cidadão pode contribuir, adotando tecnologias eficientes, incentivando políticas sustentáveis ou apoiando projetos de energia renovável.

Assim, o crescimento da energia limpa é uma responsabilidade coletiva, que exige ação imediata, cooperação global e visão estratégica para assegurar um futuro mais seguro, saudável e sustentável.

Além disso, investimentos em educação e capacitação também desempenham papel essencial.

Preparar profissionais capazes de atuar na indústria de energia renovável, incentivando carreiras verdes, cursos técnicos e universidades voltadas à sustentabilidade energética, consolidará o crescimento da energia limpa de forma duradoura.

Em resumo, o relatório apresentado em Brasília reforça que o crescimento da energia limpa avançou, mas precisa acelerar de forma significativa.

O desafio é global, histórico e urgente, e a COP30 será decisiva para consolidar metas, ampliar investimentos e mobilizar recursos que transformem o ritmo de expansão em uma verdadeira revolução energética.

Assim, a história mostra que a humanidade sempre encontrou caminhos para superar desafios energéticos; hoje, o desafio é maior, mas a oportunidade de deixar um legado sustentável e duradouro nunca foi tão clara.

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COP 30 é chance histórica para o Brasil liderar energia limpa | Mercado – VEJA+

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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