O contrato firmado entre a Espírito Santo gás e a Galp Energia, empresa portuguesa de petróleo, tem o propósito de gerar gás natural para o Espírito Santo
A Companhia de Gás do Espírito Santo (ES Gás) estabeleceu um contrato de suprimento com a Galp Energia, empresa portuguesa que atua no mercado de produtos de petróleo e gás natural. É a primeira vez que o estado do Espírito Santo vai contar com um fornecedor de gás natural que não seja a Petrobras. A vigência do contrato é de dez anos, somando um volume de 912 milhões de m³ de gás natural. O valor total do contrato se aproxima de R$ 2 bilhões.
De acordo com os termos do contrato, vão ser 100.000 m³ de gás natural por dia nos anos de 2023 e 2024, 200.000 m³ de gás natural por dia em 2025 e 300.000 m³ de gás natural por dia entre os anos de 2026 e 2032. O acordo firmado com a Galp já foi aprovado pela Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (Arsp).
Segundo o diretor de Operações da ES Gás, Antonio Fernando César Filho, o acordo com a Galp para fornecimento de gás natural materializa os esforços para diversificar as fontes supridoras. “É uma importante ação para as empresas fornecedoras de gás natutal num mercado em transição, à medida que diminui a dependência do principal fornecedor”.
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O presidente da Companhia, Heber Resende, comenta ainda a questão da concorrência. “Ao percebermos que o mercado estava prestes a abrir possibilidades de outros fornecedores ofertarem gás natural ao Espírito Santo, decidimos manter nossa chamada pública permanentemente aberta, de forma a identificar e aproveitar novas oportunidades de suprimento. O contrato com a Galp demonstra que essa decisão foi acertada, já que os valores contratados estão bem competitivos, o que é uma ótima notícia para os capixabas”.
Correndo risco de explodir, plataforma de petróleo é interditada no Espírito Santo
Após uma fiscalização de uma plataforma de petróleo no Espírito Santo, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) interditou as operações no navio-plataforma FPSO Cidade de Vitória. A unidade apresenta diversos problemas, dentre eles o de riscos de vazamento de gases perigosos em taxas cinco vezes maiores do que o previsto em projeto e falhas nos sistemas de comunicação com a população embarcada.
De acordo com o boletim de fiscalização e interdição da ANP, “foram identificadas diversas situações de risco grave iminente”. Em nota, a agência declarou ainda que a plataforma de petróleo, se estiver em operação, pode trazer riscos para a cidade de Vitória de “ocorrência de perdas de contenção, incêndios e acidentes graves”
Plataforma de petróleo interditada no Espírito Santo em não tem data para voltar suas operações
A fiscalização da plataforma na cidade de Vitória foi feita no período de 30 de maio a 3 de junho deste ano, com um auto de interdição e notificação no documento declarando que a operação só poderia ser retomada depois que todas as exigências estabelecidas pela ANP fossem cumpridas.
“O operador (da plataforma) somente poderá retomar a produção depois de comprovar atendimento das notificações a seguir que foram estabelecidas e autorizadas pela ANP”, diz o texto do boletim de fiscalização.
Segundo informações do site da Petrobras, a cidade de Vitória, no Espírito Santo, está inserida no campo de Golfinho, a cerca de 50 quilômetros da costa capixaba, no litoral entre a Grande Vitória e Aracruz.
Riscos identificados na plataforma de petróleo no Espírito Santo
Não detecção de gases perigosos: De acordo com o documento de interdição da ANP, cerca de 90% das nuvens de gases perigosos não são detectadas pelo sistema instalado no FPSO Cidade de Vitória, Espírito Santo. É mostrado que na plataforma do Espírito Santo são usados critérios de detecção de nuvens de gás diferentes da maior parte das plataformas de petróleo do país e que embora não seja contra as normas, têm como consequência projetos menos seguros, o que demanda uma maior eficiência da contenção primária, por meio da garantia da integridade, o que não acontece.
Vazamento de gás: Em 2020 foi identificado na plataforma do Espírito Santo que “a taxa de vazamentos real é cinco vezes maior que a esperada em projeto”. Esse fato ficou evidenciado na fiscalização, onde apresentou uma baixa integridade e corrosão severa em diversas tubulações. De acordo com a estimativa oficial, a frequência de vazamentos deveria ser de um evento a cada 1,2 anos, porém nos seis primeiros meses de 2019 aconteceram 3 vazamentos, que resultaram em explosões e um jato de fogo, causados, de acordo com o documento, por falta de manutenção e falta de competência.
Sistema de comunicação: A fiscalização na plataforma de petróleo apontou ainda, que foi identificado que o sistema da unidade de Espírito Santo se encontra degradado, não sendo possível entender as mensagens enviadas, após a realização de vários testes. Foram identificadas também algumas falhas nos amplificadores e na sala de controle.
“Diversos testes foram realizados e alguns representantes do Operador do Contrato, da Instalação e da ANP apesar de atentos, não conseguiram entender as mensagens transmitidas pelo sistema de PA”
O objetivo do alarme e aviso no navio-plataforma, de acordo com a fiscalização, é diminuir os riscos de as pessoas embarcadas ficarem confusas no decorrer de um incidente e fazer ações que possam colocar em riscos a si e aos outros.
A solução deste problema na plataforma de petróleo de Espírito Santo, de acordo com o documento, é uma das condicionantes para o retorno da produção do FPSO Cidade de Vitória.