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Contrato bilionário é fechado entre Espírito Santo gás e empresa portuguesa. Essa é a primeira vez que outra empresa, a não ser a Petrobras, entra no radar para suprir a demanda do combustível

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 24/09/2022 às 14:19
Petróleo, Gás, gás natural
Foto: reprodução esgas.com.br

O contrato firmado entre a Espírito Santo gás e a Galp Energia, empresa portuguesa de petróleo, tem o propósito de gerar gás natural para o Espírito Santo

A Companhia de Gás do Espírito Santo (ES Gás) estabeleceu um contrato de suprimento com a Galp Energia, empresa portuguesa que atua no mercado de produtos de petróleo e gás natural. É a primeira vez que o estado do Espírito Santo vai contar com um fornecedor de gás natural que não seja a Petrobras. A vigência do contrato é de dez anos, somando um volume de 912 milhões de m³ de gás natural. O valor total do contrato se aproxima de R$ 2 bilhões.

De acordo com os termos do contrato, vão ser 100.000 m³ de gás natural por dia nos anos de 2023 e 2024, 200.000 m³ de gás natural por dia em 2025 e 300.000 m³ de gás natural por dia entre os anos de 2026 e 2032. O acordo firmado com a Galp já foi aprovado pela Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (Arsp).

Segundo o diretor de Operações da ES Gás, Antonio Fernando César Filho, o acordo com a Galp para fornecimento de gás natural materializa os esforços para diversificar as fontes supridoras. “É uma importante ação para as empresas fornecedoras de gás natutal num mercado em transição, à medida que diminui a dependência do principal fornecedor”.

O presidente da Companhia, Heber Resende, comenta ainda a questão da concorrência. “Ao percebermos que o mercado estava prestes a abrir possibilidades de outros fornecedores ofertarem gás natural ao Espírito Santo, decidimos manter nossa chamada pública permanentemente aberta, de forma a identificar e aproveitar novas oportunidades de suprimento. O contrato com a Galp demonstra que essa decisão foi acertada, já que os valores contratados estão bem competitivos, o que é uma ótima notícia para os capixabas”.

Correndo risco de explodir, plataforma de petróleo é interditada no Espírito Santo

Após uma fiscalização de uma plataforma de petróleo no Espírito Santo, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) interditou as operações no navio-plataforma FPSO Cidade de Vitória. A unidade apresenta diversos problemas, dentre eles o de riscos de vazamento de gases perigosos em taxas cinco vezes maiores do que o previsto em projeto e falhas nos sistemas de comunicação com a população embarcada.

De acordo com o boletim de fiscalização e interdição da ANP, “foram identificadas diversas situações de risco grave iminente”. Em nota, a agência declarou ainda que a plataforma de petróleo, se estiver em operação, pode trazer riscos para a cidade de Vitória de “ocorrência de perdas de contenção, incêndios e acidentes graves”

Plataforma de petróleo interditada no Espírito Santo em não tem data para voltar suas operações

A fiscalização da plataforma na cidade de Vitória foi feita no período de 30 de maio a 3 de junho deste ano, com um auto de interdição e notificação no documento declarando que a operação só poderia ser retomada depois que todas as exigências estabelecidas pela ANP fossem cumpridas.

“O operador (da plataforma) somente poderá retomar a produção depois de comprovar  atendimento das notificações a seguir que foram estabelecidas e autorizadas pela ANP”, diz o texto do boletim de fiscalização.

Segundo informações do site da Petrobras, a cidade de Vitória, no Espírito Santo, está inserida no campo de Golfinho, a cerca de 50 quilômetros da costa capixaba, no litoral entre a Grande Vitória e Aracruz.

Riscos identificados na plataforma de petróleo no Espírito Santo

Não detecção de gases perigosos: De acordo com o documento de interdição da ANP,  cerca de 90% das nuvens de gases perigosos não são detectadas pelo sistema instalado no FPSO Cidade de Vitória, Espírito Santo. É mostrado que na plataforma do Espírito Santo são usados critérios de detecção de nuvens de gás diferentes da maior parte das plataformas de petróleo do país e que embora não seja contra as normas, têm como consequência projetos menos seguros, o que demanda uma maior eficiência da contenção primária, por meio da garantia da integridade, o que não acontece.

Vazamento de gás: Em 2020 foi identificado na plataforma do Espírito Santo que “a taxa de vazamentos real é cinco vezes maior que a esperada em projeto”. Esse fato ficou evidenciado na fiscalização, onde apresentou uma baixa integridade e corrosão severa em diversas tubulações. De acordo com a estimativa oficial, a frequência de vazamentos deveria ser de um evento a cada 1,2 anos, porém nos seis primeiros meses de 2019 aconteceram 3 vazamentos, que resultaram em explosões e um jato de fogo, causados, de acordo com o documento, por falta de manutenção e falta de competência.

Sistema de comunicação: A fiscalização na plataforma de petróleo apontou ainda,  que foi identificado que o sistema da unidade de Espírito Santo se encontra degradado, não sendo possível entender as mensagens enviadas, após a realização de vários testes. Foram identificadas também algumas falhas nos amplificadores e na sala de controle.

“Diversos testes foram realizados e alguns representantes do Operador do Contrato, da Instalação e da ANP apesar de atentos, não conseguiram entender as mensagens transmitidas pelo sistema de PA”

O objetivo do alarme e aviso no navio-plataforma, de acordo com a fiscalização, é diminuir os riscos de as pessoas embarcadas ficarem confusas no decorrer de um incidente e fazer ações que possam colocar em riscos a si e aos outros.

A solução deste problema na plataforma de petróleo de Espírito Santo, de acordo com o documento, é uma das condicionantes para o retorno da produção do FPSO Cidade de Vitória.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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