Contador Roberto Campos explica que sonegar pode gerar juros acumulados, multa de 20% mais 50% de ofício e expõe MEIs acima do limite de R$ 81 mil por ano
O vídeo apresentado pelo contador Roberto Campos responde de forma direta à pergunta “o que acontece se você sonegar?”. A resposta é curta: “nada… até ser pego”. O problema é que, quando a descoberta acontece, as consequências financeiras são severas, incluindo juros de 1% ao mês, multa geral de 20% que pode atingir até 70% em quatro anos, além de multa de ofício de 50%.
O alerta vai além da teoria. Campos destaca que muitos empresários acreditam ser “invisíveis” ao fisco, mas todo tipo de transação deixa rastro. PIX, boletos, movimentações bancárias e até investimentos são cruzados pelos sistemas da Receita Federal, que tem autonomia para identificar inconsistências.
Quem acredita que não vai ser descoberto
De acordo com Roberto Campos, um dos maiores erros é acreditar que a ausência de nota fiscal elimina a fiscalização.
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Na prática, basta que haja fluxo financeiro incompatível com o declarado para que os órgãos de controle investiguem.
O contador lembra que sonegar é crime e que a Receita Federal atua de forma contínua, não apenas em operações de grande repercussão.
Outro ponto mencionado é a circulação de “tutoriais” nas redes sociais ensinando a omitir ganhos com criptoativos.
Campos reforça: não declarar lucros de criptomoedas também é sonegar, já que essas operações quase sempre passam por bancos ou exchanges e podem ser facilmente rastreadas.
Quanto custa ser pego sonegando
O peso financeiro da descoberta é brutal. Campos detalha que, além do juros de 1% ao mês, incide uma multa geral de 20% sobre o valor devido, que em quatro anos chega a cerca de 70% do débito original.
E o cenário piora: se a infração for constatada pela fiscalização, há a multa de ofício de 50%, aplicada sobre o montante total.
Isso significa que uma dívida de R$ 10 mil pode se transformar em R$ 17 mil em poucos anos, sem contar custos jurídicos e eventuais bloqueios de contas bancárias.
O contador ironiza a ideia de que sonegadores viveriam “como foragidos de filme”: a maioria não tem reserva financeira e acaba sem liquidez para enfrentar a cobrança.
Onde o risco é maior: atenção aos MEIs
O vídeo faz um alerta específico para os Microempreendedores Individuais (MEIs).
O limite legal de faturamento anual é de R$ 81 mil, mas casos de MEIs com receita de R$ 200 mil a R$ 300 mil não são incomuns.
Campos explica que, mesmo sem emitir nota fiscal, a Receita consegue identificar irregularidades a partir de compras no CNPJ, recebimentos via PIX e movimentações bancárias.
Essas inconsistências podem levar o MEI a ser desenquadrado, a pagar retroativamente tributos devidos em outro regime e ainda enfrentar multas pesadas.
Para o contador, usar o MEI de forma irregular é uma das práticas mais arriscadas de sonegação.
Por que não vale a pena sonegar
A conclusão de Roberto Campos é clara: não vale a pena sonegar. Os custos financeiros e jurídicos de ser pego são muito mais altos do que pagar corretamente os impostos.
Existem caminhos legais para reduzir a carga tributária, como planejamento fiscal, isenções previstas em lei e deduções no Imposto de Renda.
O contador recomenda que empreendedores estudem tributação e aprendam a usar a legislação a seu favor. “Há formas de pagar menos ou até nada dentro da lei. O que não existe é jeito seguro de sonegar”, reforça.
E você, acredita que a sonegação ainda é vista como um “jeitinho” ou os riscos já são claros para quem empreende? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.