Erguido em 1954 e projetado para receber 45 mil pessoas, o monumental estádio está fechado desde 2013 e hoje enfrenta abandono total, com mato, rachaduras e entulho dominando sua estrutura em ruínas no centro de Porto Alegre.
O Estádio Olímpico Monumental marcou gerações de torcedores do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Inaugurado em 19 de setembro de 1954, no bairro Azenha, em Porto Alegre, o estádio foi palco de momentos históricos do futebol brasileiro e vitórias memoráveis do clube, como a conquista da Copa Libertadores de 1995.
Por quase seis décadas, a antiga casa gremista foi mais do que um campo de futebol: representou um símbolo de identidade, paixão e conquistas.
A despedida e o surgimento da nova arena
O ciclo do Olímpico chegou ao fim com a construção da Arena do Grêmio, inaugurada oficialmente em dezembro de 2012.
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O novo estádio, mais moderno e com capacidade ampliada, passou a receber as partidas da equipe principal, encerrando uma era no futebol gaúcho.
A última partida disputada no Olímpico aconteceu em fevereiro de 2013. Desde então, os portões do estádio permanecem fechados ao público.
Com a desativação, o plano era transformar o terreno em um empreendimento imobiliário, dentro de um acordo que previa a transferência da área para a construtora OAS — parceira do clube na construção da nova arena. No entanto, o processo jamais se concretizou.
Estrutura abandonada e deterioração crescente
Mais de uma década depois, o Estádio Olímpico ainda existe fisicamente, mas se encontra em estado de abandono.
O mato tomou conta das arquibancadas, partes do concreto estão em ruínas e o espaço, que já foi o coração do Grêmio, virou uma sombra do passado glorioso.
A estrutura continua sob posse do clube, mas sem utilização prática, e a situação preocupa moradores da região, que relatam insegurança e impactos negativos na vizinhança.
Impasses jurídicos e entraves administrativos
O futuro do Olímpico permanece indefinido devido a um complexo impasse jurídico que envolve o Grêmio, a construtora OAS e a Prefeitura de Porto Alegre.
O clube não conseguiu formalizar a transferência do terreno nem avançar em novos projetos para o espaço.
Pendências contratuais e descumprimento de obrigações por ambas as partes travaram o processo, e a prefeitura chegou a cogitar a desapropriação do imóvel como alternativa para solucionar o impasse.
Paralelamente, o Grêmio enfrenta desafios relacionados à Arena do Grêmio, cuja propriedade ainda não foi totalmente transferida para o clube.
Essa indefinição agrava a situação e impede avanços concretos no destino do antigo estádio.
Um breve retorno e possíveis caminhos
Em 2024, durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, o Olímpico reabriu temporariamente para servir como centro de coleta de doações e apoio às vítimas da tragédia.
O gesto reacendeu debates sobre o potencial de reutilização do espaço e sua importância simbólica para a comunidade.
Diversas ideias foram apresentadas ao longo dos anos — desde empreendimentos imobiliários até a transformação do estádio em um centro comunitário —, mas nenhuma avançou de forma concreta.
Enquanto isso, o Olímpico permanece como um monumento silencioso de um passado glorioso e um futuro incerto, à espera de uma solução definitiva que devolva sentido ao espaço que já representou tanto para o futebol brasileiro.