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Tempo de leitura 6 min de leitura Comentários 21 comentários

Estádio de futebol completamente abandonado no Brasil: capaz de receber 45 mil pessoas, este colosso está fechado desde 2013 — hoje é cenário de abandono e entulho

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 17/10/2025 às 17:28
Atualizado em 18/10/2025 às 08:54
Estádio construído em 1954 com 45 mil lugares está fechado desde 2013 e hoje é cenário de abandono, entulho e degradação
Estádio construído em 1954 com 45 mil lugares está fechado desde 2013 e hoje é cenário de abandono, entulho e degradação
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Erguido em 1954 e projetado para receber 45 mil pessoas, o monumental estádio está fechado desde 2013 e hoje enfrenta abandono total, com mato, rachaduras e entulho dominando sua estrutura em ruínas no centro de Porto Alegre

Durante quase seis décadas, o Estádio Olímpico Monumental foi mais do que um simples campo de futebol: tornou-se parte fundamental da identidade de gerações de torcedores e do próprio futebol brasileiro.

Inaugurado em 19 de setembro de 1954, no bairro Azenha, em Porto Alegre, o estádio acompanhou o crescimento do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e foi palco de mais de 3.500 gols e conquistas memoráveis.

Entre os momentos mais marcantes vividos no “Velho Casarão”, como ficou conhecido, estão grandes títulos, como a conquista da Copa Libertadores de 1995, que consolidou o clube no cenário internacional.

O estádio não era apenas um local para partidas: era um símbolo de paixão, pertencimento e glória para milhões de torcedores.

Foto: Rafael Favero / ge.globo

O fim de uma era e a chegada da nova casa

O ciclo do Olímpico começou a se encerrar quando a diretoria gremista, já nos anos 2000, iniciou estudos para a construção de um novo estádio.

O objetivo era acompanhar a evolução estrutural e comercial do futebol mundial.

Apesar de inicialmente considerar a reforma ou reconstrução do estádio no mesmo local, fatores como o alto custo de manutenção, deficiências de segurança, estacionamento insuficiente e adensamento populacional ao redor tornaram a modernização inviável.

Assim, em 2007, iniciou-se a busca por parceiros e recursos para erguer uma nova arena.

A construtora OAS foi escolhida para liderar o projeto, e em outubro de 2009 o clube comprou um terreno no bairro Humaitá, próximo ao Aeroporto Salgado Filho, por R$ 50 milhões.

As obras começaram em setembro de 2010 e, em um gesto simbólico, o ex-capitão Hugo De León plantou um pedaço da grama do Olímpico no local.

A nova casa, a Arena do Grêmio, foi inaugurada em dezembro de 2012, e a última partida no antigo estádio aconteceu em fevereiro de 2013.

O projeto que não se concretizou

Com a transferência dos jogos para a Arena, o plano era transformar o terreno do Olímpico em um empreendimento imobiliário.

A área seria transferida à OAS como parte do acordo pela construção do novo estádio. No entanto, a proposta nunca saiu do papel.

Mais de uma década depois, a estrutura do Olímpico continua de pé, mas em completo abandono.

O mato tomou conta das arquibancadas, o concreto apresenta rachaduras e ruínas, e o local passou a simbolizar o contraste entre o passado glorioso e o presente decadente.

A situação preocupa moradores da região, que relatam insegurança e impactos negativos no entorno. Sem capacidade de conter invasões e ocupações irregulares, o espaço virou abrigo para moradores de rua e usuários de drogas, além de alvo de furtos e pequenos crimes.

Impasses jurídicos e administrativos

A indefinição sobre o destino do Olímpico decorre de um complexo emaranhado jurídico envolvendo o Grêmio, a OAS e a Prefeitura de Porto Alegre.

A transferência do terreno nunca foi formalizada, e novas iniciativas para o espaço não avançaram.

Pendências contratuais e descumprimento de obrigações por ambas as partes paralisaram o processo, levando inclusive a prefeitura a cogitar a desapropriação do imóvel.

Um breve retorno em meio à tragédia

Durante as enchentes de 2024 que devastaram o Rio Grande do Sul, o Olímpico reabriu temporariamente para servir como centro de coleta de doações e apoio às vítimas.

A iniciativa reacendeu debates sobre o potencial de reutilização do espaço e seu valor simbólico para a comunidade.

Desde então, várias ideias foram discutidas, desde projetos imobiliários até a conversão do estádio em um centro comunitário. Nenhuma, porém, avançou de forma prática.

 Foto: João Victor

O impacto do abandono na comunidade

A deterioração do Olímpico também tem impacto direto na vida dos moradores do bairro Azenha.

Com boa parte da estrutura retirada para uma demolição que deveria ter ocorrido em 2013, o espaço hoje se resume a escombros.

A degradação favoreceu o aumento da criminalidade e a presença constante de moradores de rua.

O descaso transformou o que antes era motivo de orgulho em motivo de preocupação, com o estádio se tornando símbolo de abandono urbano em uma região densamente habitada de Porto Alegre.

Os bastidores da construção da Arena

A decisão de deixar o Olímpico para trás começou a ser desenhada ainda nos anos 2000, quando a diretoria avaliou que a modernização era inviável.

A busca por parceiros para a construção de um novo estádio resultou na escolha da OAS em 2007, com as obras iniciadas em 2010 e concluídas dois anos depois.

Apesar de toda a expectativa com a nova arena, o processo foi acompanhado por polêmicas. Parte da torcida demonstrou revolta com a decisão de abandonar o “Velho Casarão”.

A transição também foi marcada por promessas não cumpridas, como a rápida demolição do estádio antigo e a construção de um novo complexo no local — promessas que jamais se concretizaram.

Novos movimentos em 2025: a esperança de um desfecho

Após anos de impasse, um novo capítulo começou a ser escrito em 2025.

Em julho, o empresário Marcelo Marques adquiriu dois terços da dívida relacionada à construção da Arena, pagando R$ 80 milhões para assumir parte do débito, enquanto o clube desembolsou R$ 20 milhões.

A mudança de gestão representou um avanço significativo.

Com Marques e o Grêmio se tornando credores principais e sem interesse em executar a dívida, a Arena deixou de estar alienada judicialmente.

A baixa da penhora foi encaminhada, e segundo o vice-presidente do clube, Eduardo Magrisso, é apenas “questão de tempo” até que o processo seja concluído.

Negociações em andamento e incertezas persistentes

Segundo reportagem do GE, apesar do avanço, ainda existem obstáculos. A OAS 26 busca definir suas obrigações financeiras antes de assinar a permuta. Há discussões sobre quem será responsável por melhorias na infraestrutura do entorno da Arena.

As empresas sugeriram ceder parte do terreno do Olímpico à Prefeitura de Porto Alegre em troca de que ela execute as obras. O Ministério Público acompanha de perto essas negociações.

A proposta inicial é construir prédios residenciais no local, permitindo que as empresas recuperem parte do investimento. Contudo, os detalhes desses projetos só devem ser definidos após a oficialização da permuta.

Outro desafio é a falta de capital da OAS 26 e da Karagounis para arcar sozinhas com os custos das obras. A solução mais provável envolve parcerias com outras construtoras para viabilizar o investimento.

Posição da prefeitura e próximos passos

Em nota oficial, a Prefeitura de Porto Alegre afirmou que “as negociações com todas as partes envolvidas, inclusive com a participação do Ministério Público, seguem em andamento. O objetivo da prefeitura é ter iniciativas que representam intervenções de interesse coletivo para a cidade”.

Embora não exista uma definição concreta sobre o destino do Olímpico, a expectativa nos bastidores é que o imbróglio seja resolvido ainda em 2025.

A assinatura da escritura e a troca de chaves entre o clube e as empresas representariam o primeiro passo para uma transformação definitiva da área.

Um monumento silencioso à espera de um novo destino

Hoje, o Estádio Olímpico Monumental permanece como um símbolo vivo de um passado glorioso e um presente de incertezas.

As arquibancadas que já vibraram com grandes conquistas agora estão silenciosas, tomadas pelo mato e pela deterioração.

Mais do que um problema urbano, o espaço representa uma ferida aberta para torcedores e moradores, um lembrete constante de promessas não cumpridas e de uma era que se encerrou sem um final digno.

Se as negociações avançarem conforme o esperado, o local poderá, enfim, ganhar um novo propósito — seja como empreendimento imobiliário, seja como espaço de convivência urbana. Até lá, o “Velho Casarão” segue resistindo ao tempo, à espera de que o futuro finalmente chegue ao endereço onde a história foi escrita.

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Carlos R
Carlos R
19/10/2025 08:06

Meu Sonho, é ver milhares de Estadios completamente abandonados, literalmente deixados para traz, para que o tempo e a erosão os devorem…..ou quem sabe ….futuras gerações mais evoluidas e conscientes da loucura e do fanatismo destes tempos primitivos, os derrubem ou implodam, para assim construir em seus lugares algo realmente util e necessario para a humanidade.

Anderson
Anderson
Em resposta a  Carlos R
21/10/2025 15:04

Meu Deus, tu usa alguns tipos de drogas?

Serginho
Serginho
Em resposta a  Anderson
21/10/2025 19:41

Hum… “gerações mais evoluídas e inteligentes…” Esse é fã dos alucinógenos

José fagundes
José fagundes
Em resposta a  Carlos R
22/10/2025 10:16

Moranguete cuidado com as drogas ****

Alex
Alex
Em resposta a  Carlos R
24/10/2025 09:18

Tu fala besteira demais. Não 👎 sabe falar ou entender realmente a situação. Pense positivo .

Mauro Cauduro
Mauro Cauduro(@maurocaudurogmail-com)
Member
19/10/2025 05:59

O Gremio sempre envolvido em polêmicas e contratos mal feitos, hoje tentando ser salvo por um “padeiro”, já o Internacional segue dentro das réguas, exemplo disso, o estádios dos Eucaliptos com um grande empreendimento imobiliário já implantado e o Beira Rio na região mais valorizada e POA e um dos mais belos do mundo.

Raimundo Lacerda
Raimundo Lacerda
Em resposta a  Mauro Cauduro
19/10/2025 11:23

O internacional é um time Caloteiro, até hoje não pagaram o Tiago Maia ao Flamengo.

Hélio
Hélio
Em resposta a  Mauro Cauduro
19/10/2025 12:51

E segue com a BRIOcomo legítima dona do bergamotão. Sem falar em todas invasões de espaço público…

Fabio
Fabio(@felix-fabiohotmail-com)
Active Member
18/10/2025 13:30

Minha primeira viagem ao Olímpico foi no ano de 1995, quando sai de SP e encarei uma viagem de 21 horas. Foi algo marcante, pois voltei de lá como campeão da Copa do Brasil. Guardo até hoje o canhoto do ingresso. Seria ali o primeiro título paulista na competição, depois foram mais dois. Estive novamente em 96 e 97. Foram três viagens ao Olímpico e três vitórias. É triste vê-lo abandonado, um estádio raíz, charmoso e que carrega tantas glórias. Merecia um final digno, na verdade merecia ter continuidade.

Antoniocarlosevangelista52@gmail.com
Antoniocarlosevangelista52@gmail.com
Em resposta a  Fabio
18/10/2025 16:40

É lamentável que o povo do Rio Grande não luta pela sua história, e ainda assim querem dividir o Brasil, só lamento

Leandro
Leandro
Em resposta a  Antoniocarlosevangelista52@gmail.com
18/10/2025 19:16

Na minha opinião isso não depende do povo pois é uma área privada, não sou gaúcho mas já estive no sul e o povo luta pela história e cultura,

Viviane Rosa de Souza
Viviane Rosa de Souza
Em resposta a  Leandro
19/10/2025 12:51

Com certeza! Nós gremista nunca concordamos com o abandono da nossa verdadeira casa! Mas, perdemos, infelizmente dinheiro na mão de traidores envolvido. Triste !

Carmelinho
Carmelinho
Em resposta a  Antoniocarlosevangelista52@gmail.com
18/10/2025 21:09

Entende se que foi um negocio mal feito entre as partes com o objetivo de se lucrar com as negociacoes entre todas as partes.Hoje se fala de tradicao,torcida,conquistas entre outras coisas.Porem,no mundo dos negocios nada disso e levado em consideracao.Uma pena de como esta o desfecho

Ale Lisboa
Ale Lisboa
Em resposta a  Antoniocarlosevangelista52@gmail.com
19/10/2025 03:17

Sempre tem um pra falar ****. Calado é um poeta.

Altemir da Silveira
Altemir da Silveira
Em resposta a  Fabio
18/10/2025 22:23

É patrimônio privado que faz parte da negociação da nova Arena construída no bairro Humaitá. No lugar do Olímpico será construído um novo empreendimento.
A construtora que está a frente dessa negociação é uma subsidiária da OAS….existe um embroglio nessas negociações entre poder público, Grêmio e construtora. Pelo jeito pode levar anos até o desenrolar desses impasses e até lá o Olímpico continuará abandonado sendo utilizado como moradia de viciados e indigentes.

Carlos Benites
Carlos Benites
Em resposta a  Altemir da Silveira
19/10/2025 00:10

Alí morava os bananas de pijama
Nossos fregueses kkk saudades múltiplas kkkk

Wagner Bueno
Wagner Bueno
Em resposta a  Carlos Benites
19/10/2025 04:06

Vai se ferrar seu **** ****. Soca esse seu comentário lá no lugar da onde você venho 👌🏽

Fabio
Fabio
Em resposta a  Altemir da Silveira
19/10/2025 00:38

Ninguém quer sair perdendo e parece que tão pouco assumir cada um sua parte nas obrigações. Enquanto isso, o que vemos é o abandono e deterioração.

Mauro Cauduro
Mauro Cauduro(@maurocaudurogmail-com)
Member
Em resposta a  Altemir da Silveira
19/10/2025 06:03

Não seguiram o exemplo do Internacional, veja como está hoje a área do antigo estádio dos Eucaliptos para manter a história e modernização do Beira Rio na região mais valorizada de POA.

Wagner Bueno
Wagner Bueno
Em resposta a  Fabio
19/10/2025 04:01

Verdade. Sinto saudades das alegrias que vi e vivi neste estádio. Sou morador do bairro Azenha e sofro até hoje por meu clube ter se mudado 😭.
#olimpicoeternoamor

Heitor
Heitor
Em resposta a  Fabio
19/10/2025 10:36

Lá foi o palco do rebaixamento também. Lembra? Boas lembranças!

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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