Toyota apresenta o bZ7, sedã elétrico de grande porte desenvolvido em parceria com a GAC, equipado com motor da Huawei, cockpit HarmonyOS e foco inicial no mercado chinês, onde enfrentará concorrentes como BYD Han e Nio ET7.
A Toyota divulgou as primeiras imagens do bZ7, sedã totalmente elétrico desenvolvido com a GAC para o mercado chinês.
O modelo estreia ainda em 2025 e assume o posto de maior integrante da família bZ (“beyond Zero”), posicionando-se diretamente contra rivais como BYD Han e Nio ET7.
Com 5,13 m de comprimento, 1,965 m de largura e entre-eixos de 3,02 m, o bZ7 mira o segmento de sedãs médio-grandes e traz pacote tecnológico de ponta, incluindo HarmonyOS no cockpit e motor elétrico fornecido pela Huawei.
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Lançamento e posicionamento no mercado chinês
Anunciado pela joint venture GAC-Toyota, o bZ7 foi desenhado para competir no topo do maior mercado de elétricos do mundo.
A estratégia parte de um movimento claro: ampliar a presença da montadora japonesa em faixas de comprimento acima de 5 metros, hoje dominadas por marcas locais.
Por ora, a fabricante trabalha o sedã como projeto para a China, sem previsão de exportação para outras regiões.
Plataforma, dimensões e peso
O bZ7 nasce com proporções de sedã executivo, buscando espaço interno e conforto em viagens longas.
As medidas confirmadas são 5.130 mm de comprimento, 1.965 mm de largura e 3.020 mm de entre-eixos.
A altura varia conforme versão homologada, mantendo perfil baixo.
O peso em ordem de marcha de 2.275 kg reforça o porte e antecipa a necessidade de um conjunto elétrico robusto para desempenho adequado e eficiência em rodovia.
Trem de força e bateria LFP da CALB-Tech
No conjunto motriz, a Toyota optou por componentes locais.
O sedã utiliza motor elétrico da Huawei com potência de até 207 kW (278 cv) e velocidade máxima de 180 km/h.
A bateria, de química LFP (lítio-ferro-fosfato), é fornecida pela CALB-Tech.
A capacidade total do pack e a autonomia homologada ainda não foram anunciadas e devem ser detalhadas na apresentação técnica próxima do lançamento.
Enquanto isso, a promessa é de equilíbrio entre segurança, durabilidade e custo, características típicas de células LFP.
Estilo fastback e soluções de eficiência
A carroceria aposta em linhas aerodinâmicas e visual fastback.
O teto segue em queda suave até a tampa do porta-malas, onde um discreto aerofólio integrado ajuda a gerenciar o fluxo de ar.
A frente adota a assinatura luminosa em “C” que já aparece em outros modelos da linha bZ.
Nas laterais, as portas sem moldura e as maçanetas embutidas reforçam a proposta moderna.
As rodas de 21 polegadas calçam pneus 255/40R21, combinação que preenche bem os arcos e sugere foco em estabilidade.
A presença de lidar no teto habilita recursos avançados de assistência à condução, com percepção adicional para sistemas de manutenção de faixa, controle de cruzeiro adaptativo e manobras em baixa velocidade.
Cabine minimalista e cockpit HarmonyOS
Por dentro, o bZ7 repete a linguagem minimalista vista na família bZ.
O volante de três raios e o painel de instrumentos trapezoidal ficam separados de uma ampla tela central dedicada ao infoentretenimento.
Iluminação ambiente e carregamento sem fio para smartphones fazem parte do pacote.
O destaque, contudo, está na camada de software.
Além de serviços conectados usuais, a Toyota anuncia cockpit baseado no HarmonyOS e integração ao ecossistema digital da Xiaomi, com funções típicas de casa conectada e controle de dispositivos pela central do carro.
Esses recursos têm maior relevância no contexto asiático, onde os superapps e os sistemas locais concentram o uso diário.
Equipamentos e condução assistida
A leitura das imagens e dos registros de homologação indica um conjunto de assistência de última geração.
O sensor lidar no teto trabalha em conjunto com câmeras e radares, ampliando o detalhamento do ambiente e permitindo funcionalidades de ADAS mais sofisticadas, particularmente em vias expressas.
O desenho dos faróis, com elementos em “C”, contribui para assinatura visual própria e deve abrigar iluminação full-LED.
O pacote de rodas 21” com pneus de perfil 40 aponta para compromisso entre conforto e respostas rápidas.
Ainda assim, calibração de suspensão e níveis de isolamento acústico só serão conhecidos após os primeiros testes independentes.
Rivalidade com BYD Han e Nio ET7
A Toyota mira uma faixa de mercado onde BYD Han e Nio ET7 acumulam experiência e reputação.
O bZ7 contra-ataca com três cartas principais: dimensões generosas, integração de software local — com HarmonyOS e serviços Xiaomi — e a parceria técnica com a Huawei no trem de força.
Além disso, a química LFP tende a agradar consumidores preocupados com durabilidade e custo por quilômetro.
Por outro lado, preço, autonomia e disponibilidade de versões serão decisivos para mensurar a competitividade frente a rivais já estabelecidos.
Estratégia de eletrificação com a GAC
Enquanto ajusta seu portfólio de elétricos na Europa e nos Estados Unidos, a Toyota acelera projetos específicos na China em parceria com a GAC.
O bZ7 amplia a presença da marca em segmentos superiores e dá continuidade à linha que inclui o SUV bZ4X e o sedã menor bZ3X.
A leitura estratégica é clara: competir onde o mercado evolui mais rápido, absorvendo tecnologias locais de software, baterias e propulsão elétrica para acelerar o ciclo de desenvolvimento.
O que falta revelar
A marca deve apresentar em breve os números de capacidade de bateria e autonomia, além de detalhes de recarga, variantes de potência e eventuais configurações de tração.
Também permanecem pendentes dados de pacote de assistência completo, conteúdos por versão e instrumentos de conectividade fora da China.
Até lá, o bZ7 surge como a proposta mais ambiciosa da Toyota entre os elétricos, combinando dimensões de sedã executivo com infraestrutura digital local e foco declarado no público chinês.
Com base nesse conjunto, o bZ7 tem fôlego para disputar espaço com BYD e Nio no segmento de sedãs elétricos grandes na China, ou dependerá de preço agressivo e autonomia competitiva para convencer consumidores já acostumados a ecossistemas locais de software?