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Conheça o povo Bajau: os ciganos do mar que vivem sobre a água e conseguem ficar até 13 minutos submersos sem respirar

Publicado em 02/11/2025 às 13:06
Descubra o povo Bajau, os ciganos do mar. Conheça a tribo Bajau nas Filipinas e Indonésia, mergulhadores incríveis que vivem em total harmonia com o oceano.
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Conheça o povo Bajau, comunidade nômade do Sudeste Asiático que constrói casas sobre a água, pesca mergulhando por longos períodos e preserva um modo de vida marítimo entre Filipinas, Indonésia e Malásia

O povo Bajau é conhecido como cigano do mar por viver literalmente sobre a água, em palafitas e vilarejos conectados por canais e pequenos botes. Entre o arquipélago de Sulu nas Filipinas, as ilhas da Indonésia e áreas costeiras da Malásia, a identidade Bajau se mantém coesa mesmo atravessando fronteiras, com língua, pesca e fé como elementos estruturantes do cotidiano.

Relatos de campo mostram mergulhadores Bajau permanecendo submersos por longos minutos enquanto caçam com lanças e linhas de mão. A prática começa cedo, é diária e orienta a alimentação, o comércio e o calendário familiar, sustentando uma economia baseada no mar e na mobilidade entre enseadas, recifes e vilas sobre estacas.

Onde vivem e como se organizam

O povo Bajau está espalhado por três países do Sudeste Asiático. Nas Filipinas, vilas como Sitangkai, em Tawi-Tawi, formam uma verdadeira cidade flutuante onde ruas são canais e o barulho constante é o das marés e dos motores de botes.

Na Indonésia, comunidades em Sulawesi mantêm aldeias compactas sobre o mar, com casas próximas e convivência intensa.

Apesar da dispersão geográfica, a organização social é de forte proximidade. A maioria é muçulmana e celebrações como o Ramadã marcam a vida comunitária.

A mobilidade é parte do sistema, com famílias que se deslocam por trabalho e pesca, mas mantêm laços entre parentes e compadres de diferentes ilhas.

Vida sobre a água e infraestrutura essencial

As casas do povo Bajau são erguidas em palafitas e conectadas por passarelas e barcas. O abastecimento chega por mar a partir de mercados próximos e, em alguns pontos, há acesso pago a internet via satélite por períodos curtos, suficiente para comunicação básica.

O cotidiano é moldado pela maré, pelo vento e pela disponibilidade de pesca, o que exige planejamento coletivo.

A logística interna inclui botes tradicionais para circulação e transporte de mercadorias. Em cidades flutuantes, crianças crescem sabendo remar, ancorar e nadar, aprendendo cedo a diferenciar correntes e ler o céu.

A escola prática é o próprio mar, e grande parte do aprendizado se dá acompanhando os mais velhos.

Técnica de mergulho e tempo de apneia

A fama do povo Bajau vem da capacidade de mergulhar em apneia por períodos prolongados durante a pesca. Pescadores relatam rotinas de descidas repetidas, com intervalos curtos na superfície, combinando relaxamento, assobios de preparação e controle de ritmo para conservar oxigênio.

A prática constante desde a infância é apontada pelos próprios Bajau como principal segredo do desempenho.

Em dias de boa visibilidade, as equipes alternam funções entre quem conduz o bote e quem desce para capturar peixes e polvos. O mar fornece o cardápio e impõe limites.

A precisão do mergulho reduz desperdício e evita riscos desnecessários, já que a navegação costuma ocorrer longe de apoio em terra.

Pesca, comércio e modos de produção

A economia do povo Bajau se ancora na pesca artesanal de dezenas de espécies com lanças e linhas, além da coleta de mariscos. Em pontos fronteiriços, parte das mercadorias e insumos chega de países vizinhos por rotas curtas em mar aberto, mantendo mercados locais abastecidos.

A venda direta sustenta o orçamento familiar e financia reparos, combustível e manutenção dos botes.

Mudanças regionais na pressão pesqueira e na presença de embarcações modernas afetam o rendimento das aldeias.

Para mitigar, os Bajau diversificam áreas de captura e ajustam técnicas conforme as estações. A resiliência está em mover-se com o mar e evitar dependência de um único ponto de pesca.

Circulação entre países e memória histórica

Relatos comunitários situam a origem de muitos núcleos do povo Bajau nas Filipinas, com posterior dispersão para a Indonésia e a Malásia em razão de conflitos e oportunidades.

Essa circulação histórica explica famílias aparentadas morando em arquipélagos diferentes e reencontros em feiras, mesquitas e pontos de apoio. As rotas marítimas são também rotas de memória.

Em algumas regiões, períodos de insegurança no passado criaram estigmas externos. Hoje, moradores e líderes locais enfatizam a normalização do cotidiano, a hospitalidade e o foco no trabalho do mar.

A reputação buscada é a de uma gente do oceano que preserva seus ofícios.

Educação das crianças e práticas culturais

Crianças do povo Bajau participam cedo da vida no mar, aprendendo natação, mergulho raso e apoio na pesca. Jogos e futebol convivem com atividades de rotina, e a fé organiza a semana com orações e refeições coletivas em datas sagradas.

O pertencimento se constrói em casa, no bote e na comunidade.

A transmissão de saberes acontece pela observação e repetição. Cada técnica, de amarração a conserto de casco, é ensinada por quem faz.

O conhecimento é prático, situado e continuamente atualizado, porque o mar muda e obriga a refazer caminhos.

Lideranças locais e personagens do mar

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Em aldeias indonésias, figuras mais velhas são guardiãs de histórias e técnicas. Um pescador conhecido como Jago virou referência após aparecer em documentário internacional, simbolizando a vitalidade e a dureza da vida marítima.

Essas lideranças preservam narrativas familiares, rituais e rotas de pesca, oferecendo orientação a jovens mergulhadores.

A memória de perdas no mar convive com o orgulho do ofício. Famílias mantêm homenagens simples, lembrando que a riqueza do mar vem com responsabilidade e prudência. O respeito ao oceano é regra não escrita.

O povo Bajau enfrenta desafios ligados a acesso a serviços, pressão sobre estoques pesqueiros e mudanças ambientais.

A resposta passa por fortalecer práticas sustentáveis, melhorar infraestrutura básica e garantir circulação segura entre vilas. A continuidade do modo de vida depende de equilibrar tradição e adaptação.

Ao mesmo tempo, cresce a curiosidade externa. Visitas responsáveis exigem permissão, mediação local e respeito às rotinas de pesca.

Registrar não é invadir. O objetivo é compreender sem transformar a aldeia em atração, mantendo a dignidade de quem vive do mar.

Qual aspecto do povo Bajau mais chamou sua atenção: a vida em palafitas sobre o mar, a técnica de apneia na pesca ou a forma como comunidades de três países mantêm uma identidade comum?

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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