Temu, em ascensão no E-commerce, cresce a passos largos e desafia o reinado da varejista chinesa Shein no mercado global.
Recentemente desconhecida no Brasil e anteriormente subestimada por muitos consumidores nos Estados Unidos, a Temu, uma plataforma de vendas online que oferece uma ampla gama de produtos a preços acessíveis – desde roupas e acessórios até eletrônicos e itens domésticos – está rapidamente se tornando um fenômeno no mercado americano. A ascensão da Temu sinaliza um potencial desafio ao domínio da renomada varejista chinesa Shein no cenário global.
Temu supera a Shein em vendas com uma vantagem de 20%
Segundo dados da Bloomberg, que mede as transações com cartão de crédito e débito nos Estados Unidos, o site movimentou o dobro em vendas do que a varejista chinesa, Shein, em setembro passado. A Temu é a versão internacional do Pinduoduo, uma das maiores plataformas de comércio eletrônico da China.
A receita de sucesso une preços extremamente baixos com uma presença vibrante em redes sociais. No mês de maio deste ano, as vendas da Temu nos EUA superaram as da Shein pela primeira vez, com uma dianteira de 20% frente à rival. Quatro meses depois, em setembro, o faturamento da Temu já era o dobro da varejista chinesa Shein no mercado americano.
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Segundo Fátima Linares, analista da Euromonitor International, a ampla diversidade de produtos oferecidos é indiscutivelmente o fator mais significativo para alavancar a Temu à frente da Shein. Em um momento em que a crise contínua do custo de vida exige compras mais conscientes do orçamento, os utensílios de cozinha e eletrônicos da Temu, com preços entre US$ 5 e US$ 10, possuem forte apelo.
De acordo com o Morgan Stanley, a empresa comercializa itens que vão desde robô aspirador a conjuntos de tintas aquarela por preços até 70% mais baixos do que produtos parecidos com os da Amazon. E ainda oferece, nos EUA, frete grátis sem exigência de valor mínimo de compra.
Diferenças entre a Shein e a Temu
Com essa estratégia agressiva, a empresa ainda atua no vermelho. De acordo com projeção da consultoria Sanford C. Bernstein, o prejuízo operacional da Temu deve chegar a US$ 3,65 bilhões este ano, embora suas vendas globais sejam estimadas em US$ 13 bilhões. A varejista chinesa Shein, que possui uma presença global muito maior, relatou US$ 22,7 bilhões em vendas no último ano. E, segundo analistas, teve rentabilidade recorde no primeiro semestre.
Apesar de serem sempres comparadas, as duas empresas possuem perfis distintos. A Shein vinha operando até então principalmente sob sua própria marca e se especializa em moda, enquanto a Temu atua como intermediária, possibilitando que os consumidores comprem de jeans a facas e fones de ouvido diretamente dos fornecedores.
Entretanto, tanto a Temu quanto a varejista chinesa Shein dependem de extensas redes de cadeia de suprimentos na China e estão em uma batalha constante por talentos, influenciadores e fornecedores. A Temu tem contratado funcionários da Shein, oferecendo triplicar sua compensação.
Temu é um dos aplicativos mais baixados
Segundo o analista-chefe de varejo e e-commerce da SWS Research, Lingyi Zhao, há muito espaço tanto para a Temu quanto para a Shein crescerem, diante da baixa entrada dos chineses no mercado global de e-commerce.
No caso da Temu, após um ano fenomenal, deve começar a surgir preocupações com a qualidade dos produtos. A empresa também se aventura em cenários legais e políticos drasticamente diferentes ao que está acostumada à medida que se expande para mais países.
A Temu foi um dos principais aplicativos baixados nos iPhones na maioria dos dias deste ano. A disputa acirrada com a varejista chinesa Shein coincide com uma mudança no perfil da varejista de moda, que começa a oferecer produtos além dos obtidos em sua própria rede de fornecedores.