O peso do condomínio caro já compromete a compra de imóveis pela classe média e começa a impactar diretamente a liquidez do setor
O condomínio caro se transformou em um dos maiores obstáculos para quem deseja comprar ou alugar imóveis no Brasil. Cada vez mais famílias de classe média afirmam que, mesmo conseguindo aprovar um financiamento, não conseguem arcar com as despesas mensais de manutenção.
Segundo levantamento da startup UCDO, em 2024 a taxa condominial média no Brasil era de R$ 634,24, o que representava aproximadamente 45% do salário mínimo vigente na época. Esse custo crescente, que supera a inflação há anos, já trava vendas de imóveis e afasta potenciais compradores, especialmente da classe média.
Por que o condomínio caro está subindo tanto?
Os custos condominiais são pressionados por despesas obrigatórias como folha de pagamento, energia elétrica, água, manutenção predial e obras emergenciais.
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Condomínios com infraestrutura completa, incluindo academias, piscinas e áreas de lazer, naturalmente geram taxas mais altas.
Especialistas destacam, porém, que a qualidade da gestão condominial faz diferença.
Previsões orçamentárias mal elaboradas, contratos sem renegociação e má administração da inadimplência resultam em aumentos bruscos e pouco transparentes.
Isso mina a confiança dos moradores e aumenta ainda mais a percepção de que o condomínio caro é insustentável.
Impacto do condomínio caro na compra e venda de imóveis
Assim como já existe um abismo entre o preço dos imóveis e a renda da população, cresce também a disparidade entre o perfil de renda dos compradores e o custo mensal do condomínio.
Esse desequilíbrio impacta diretamente a liquidez dos imóveis.
Na prática, apartamentos em condomínios caros ficam mais tempo encalhados no mercado, já que os compradores percebem que a conta não fecha.
No aluguel, os valores precisam ser reduzidos para compensar a taxa, e na venda o imóvel tende a se desvalorizar, porque o comprador embute esse custo adicional na decisão.
O condomínio caro se tornou um obstáculo tão grande quanto — ou até maior que — o próprio preço do imóvel.
Classe média sente mais o peso do condomínio caro
Para famílias de renda média, a taxa de condomínio pode representar quase metade do orçamento destinado à moradia, inviabilizando negócios que, à primeira vista, pareciam acessíveis.
Muitos compradores relatam: “eu consigo financiar o apartamento, mas não consigo pagar o condomínio todo mês”.
Esse novo fator mudou o processo de decisão.
Antes, o foco estava no metro quadrado e no valor da parcela do financiamento.
Hoje, a taxa condominial entrou de vez na equação, sendo determinante para o fechamento ou não de uma negociação.
Alternativas e tendências no mercado
Diante desse cenário, empreendimentos mais enxutos, com foco em eficiência de manutenção e gestão inteligente, ganham destaque.
Incorporadoras começam a projetar prédios com menos áreas de lazer e despesas reduzidas, justamente para tornar as unidades mais atrativas no longo prazo.
Corretoras também orientam vendedores a ajustar expectativas.
Imóveis em condomínios caros tendem a demorar mais para vender, exigem descontos e perdem competitividade frente a alternativas semelhantes em empreendimentos com taxas equilibradas.
A conscientização sobre a sustentabilidade financeira da vida em condomínio se tornou fundamental para alinhar expectativas entre compradores e vendedores.
O condomínio caro já deixou de ser um detalhe e passou a ser um dos principais entraves para a compra, venda e aluguel de imóveis no Brasil.
Esse custo crescente afasta a classe média e reduz a liquidez de empreendimentos, tornando a gestão condominial uma peça-chave para o futuro do setor.
E você? Acha que o condomínio caro é o novo vilão do mercado imobiliário ou acredita que os serviços oferecidos justificam o valor? Já desistiu de comprar ou alugar um imóvel por causa da taxa? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.