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Como o investimento na construção e operação em navios do tipo FPSO conectados pode reduzir riscos e aumentar a efetividade no setor energético petrolífero offshore

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 05/05/2022 às 11:13
FPSO Shell Prelude - Fonte - Offshore Energy Today
FPSO Shell Prelude – Fonte – Offshore Energy Today

A ideia é utilizar a transformação digital para mitigar os riscos e melhorar a performance das plataformas offshore

As Unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO) estão dentre os maiores investimentos que as petroleiras e produtoras de gás têm que fazer.

Por um lado, esses imensos navios oferecem a promessa de aumentar exponencialmente a produtividade e flexibilização de armazenagem sobre seus pares em terra. Por outro, eles trazem um incremento colossal no preço de equipamentos, operação e manutenção.

De acordo com uma pesquisa feita pelo McKinsey, o setor de projetos da indústria pesada excedeu seu orçamento e planejamento em 30% e 45% em média. As porcentagens no caso dos projetos de engenharia, compras e produção (EPCs), na média, são ainda piores em todo o setor.

A produção é ainda outro desafio. Devido a operações abaixo do ideal,  tempo de parada não programada e incidentes operacionais, de acordo com a Rystad Energy, uma parte crescente da indústria experimenta aproximadamente 500 bilhões de dólares de por ano em receita diferida globalmente.

De qualquer modo, apesar dessas estatísticas da indústria, os operadores mais bem sucedidos de FPSO estão alcançando mais de  99% em tempo de atividade e, em alguns casos, perto dos 100%.

Mas como as companhias com alto nível de produtividade podem utilizar tecnologias digitais para manter e ou ainda otimizar suas operações existentes?

Para aqueles que estão abraçando as vantagens das novas Unidades Flutuantes de Produção (Floating Production Storage – FPSO) ou buscando um incremento nas já existentes, é hora de girar a engrenagem e redirecionar a trajetória.

Um navio de Unidade Flutuante poderia estar desconectado fisicamente da terra, mas ele deve poder seguir tirando toda a vantagem das últimas tecnologias digitais desenvolvidas e do processo de trabalho.

Neste artigo, forneceremos algumas ideias para a nova estratégia de conexão de ponta-a-ponta a fim de habilitar os produtores para mitigar proativamente os riscos e extrair maior valor de cada etapa do ciclo de vida de sua frota de navios.

OS DESAFIOS DAS UNIDADES FLUTUANTES DE PRODUÇÃO

Antes de entrar na questão da digitalização, vamos olhar mais de perto os desafios pensando na efetividade operacional da FPSO.

Confiabilidade e gerenciamento dos principais ativos de produção continuam sendo o ponto crítico – a manutenção não planejada de uma unidade de produção flutuante custa cerca de cem vezes mais do que o equivalente em terra.

Equipamentos de manutenção e mão de obra especializada são sempre uma falta a bordo, cuja necessidade representa o alto custo e inconveniente com relação aos equipamentos de transporte e pessoal para locações remotas.

Além disso, a taxa de rotatividade do pessoal de operações é mais elevada do que a média.

As novas equipes devem ser treinadas por especialistas com experiência certificada para serem eficientes e seguir as medidas de segurança cruciais.

Todas essas questões impactam negativamente na vida útil dos equipamentos e elevam o custo de operações e manutenção.

Ao mesmo tempo que, saúde, segurança, proteção e meio ambiente (HSSE) é outro grande desafio. Um dos principais objetivos da indústria é diminuir e eliminar incidentes, especialmente aqueles ligados à segurança, vazamento (de hidrocarbonetos) e cibersegurança.

Por exemplo, o número de incidentes ransomware envolvendo o setor de manufatura aumentou 156% entre o primeiro trimestre de 2019 e 2020. Somado a isso, recentemente uma série de fábricas foi alvo de ameaças de ciberataque, incluindo um dos maiores oleodutos dos Estados Unidos, o Colonial Pipeline. Em maio de 2021, o operador desligou mais de 8 mil quilômetros do oleoduto, que transporta 45% do  suprimento de combustível da Costa Leste, para conter uma violação de ransomware.

POSSÍVEIS SOLUÇÕES

Para solucionar esses desafios, a Rockwell Automation recomenda que as companhias de petróleo e gás busquem fornecedores industriais que utilizem os padrões da NIST e ISO/IEC 27032 em toda a sua empresa para fazer o monitoramento contínuo e o gerenciamento durante todo o ciclo de vida.

Além disso, os produtores de petróleo e gás também precisam contemplar também a diminuição do seu staff de trabalhadores no ambiente produtivo e melhorar suas condições de segurança. Finalmente, as companhias devem se comprometer a implementar a regulamentação total com relação ao cuidado ambiental como parte das responsabilidades sociais a serem alcançadas, incluindo a diminuição drástica da emissão de carbono.

POSSIBILITANDO A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

O desafio representado pela implementação destas mudanças têm afetado dramaticamente a efetividade dos grandes projetos offshore. De qualquer modo, a criação de um “navio conectado”, poderia ajudar a desenvolver e aplicar toda a estratégia, os produtores poderiam mitigar estes e outros riscos e colocar em andamento uma redução de custo total de propriedade através da efetiva execução inicial do projeto de First Oil Date e alcançar a eficiência operacional de longo prazo.

Baseado em uma abordagem totalmente digitalizada, como aquelas desenvolvidas pela Rockwell Automation, o navio conectado beneficia cada etapa do projeto e da operação. Unificar as estratégias digitais e promover a alavancagem de conteúdo ao longo da organização é a chave.

Este “fio digital (digital thread)” tem início na fase de desenho e segue através de todo o ciclo de vida de produção da instalação.

Através da transformação digital, os produtores podem economizar no custo total de propriedade através da execução efetiva desde o início do projeto, assim como da operação de longo prazo. Isso por quê:

  • Um escopo simplificado reduz os custos de capital.
  • Melhorias no calendário de aplicação dos projetos reduzem custos.
  • As operações aprimoradas via disponibilidade, confiabilidade e manutenção aumentam a produção e a total efetividade dos equipamentos.

O resultado? Através do uso da metodologia e tecnologia dos navios conectados é possível atingir uma economia potencial de até 150 milhões de dólares por projeto de produção flutuante. Isso sem contar os benefícios a longo prazo.

Então, por que não tomar medidas para controlar o que é possível?

Investindo na construção e operação de um navio conectado é possível reduzir riscos efetivamente, impulsionar a eficiência, otimizar a performance e perceber o verdadeiro potencial dos seus bens.

Por Greg Trostel e Roger Burnison

Paulo Nogueira

Com formação técnica, atuei no mercado de óleo e gás offshore por alguns anos. Hoje, eu e minha equipe nos dedicamos a levar informações do setor de energia brasileiro e do mundo, sempre com fontes de credibilidade e atualizadas.

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