Nova rota marítima conecta o Amapá ao sul da China, reduz custos logísticos, encurta tempo de transporte e amplia as possibilidades de exportação para produtores do agronegócio e da bioeconomia da Amazônia e do Centro-Oeste.
Brasil e China inauguraram, no sábado (30), como havia adiantado o portal CPG, uma rota direta entre o porto de Santana (AP) e Zhuhai, no sul do país asiático.
A ligação, segundo o governo federal, reduz custos logísticos e tempo de viagem de cargas brasileiras, com impacto imediato sobre as exportações do agronegócio e da bioeconomia da Amazônia e do Centro-Oeste.
A conexão integra o Porto Santana das Docas à região da Grande Baía (Guangdong–Hong Kong–Macau), onde fica o terminal de Gaolan, em Zhuhai, um dos principais da área.
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A expectativa oficial é que o novo corredor ajude a diversificar saídas pelo Arco Norte e a aproximar produtores amazônidas de um mercado de 1,4 bilhão de consumidores.
“Essa inauguração é resultado das articulações do governo brasileiro na agenda de cooperação com a China. Esta rota promove benefícios mútuos para os países”, afirmou o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ao destacar que a iniciativa facilita a entrada de produtos chineses no Amapá e, ao mesmo tempo, amplia o consumo na China de itens do agro e da bioeconomia brasileiros.
O que muda na logística da exportação
Na prática, a nova rota cria um atalho logístico para cargas que antes costumavam sair por portos do Sudeste, como Santos.
Com o embarque em Santana, produtores do Norte e do Centro-Oeste ganham um ponto de escoamento mais próximo de áreas produtoras e integrado a hidrovias e rodovias do Arco Norte.
O encaixe com um porto de grande porte no sul da China também encurta trechos marítimos até polos industriais e centros de distribuição chineses.
A operação em Gaolan (Zhuhai) insere os embarques brasileiros na malha portuária da Grande Baía, hub que concentra serviços, armazenagem e conexões com outras cidades de Guangdong, Hong Kong e Macau.
Essa capilaridade tende a reduzir transbordos, otimizar cronogramas e diminuir o tempo total entre a origem da carga e o destino final.
Economia no frete e no tempo
Pelos cálculos apresentados pelo governo, há queda de custo por tonelada quando a carga sai pelo Arco Norte.
Na comparação com Santos, o frete da soja para a Europa ficaria US$ 14 por tonelada mais barato. Para a China, a economia seria de US$ 7,8 por tonelada.
Além do preço, o encurtamento de rotas e a redução de etapas logísticas tendem a agilizar o trânsito internacional, encadeando ganhos em prazos de entrega.
Segundo Waldez Góes, a rota “agregará muito no trabalho, no lucro e na recompensa do produtor”, ao melhorar a organização da logística nacional.
O argumento é que, com mais opções de saída, produtores e tradings podem negociar melhor fretes, distribuir fluxos e evitar gargalos em períodos de safra.
Quem ganha com a nova rota
O desenho favorece, sobretudo, cadeias do agro amazônico e do Centro-Oeste, que passam a dispor de uma alternativa competitiva para chegar ao mercado chinês.
A lista de potenciais beneficiados inclui grãos como soja, além de produtos da bioeconomia — entre eles açaí, cacau, castanha, café e pescado — que ganham escala quando conseguem embarcar com custo menor e prazos previsíveis.
De acordo com o ministro, os dois governos identificaram nessa ligação um canal para escoamento de bioprodutos com valor agregado e rastreabilidade, atributos cada vez mais exigidos por compradores na Ásia.
A consolidação de cargas da Amazônia em Santana pode também estimular investimentos em armazenagem, processamento e serviços logísticos no entorno do porto.
Bioeconomia e industrialização na Amazônia
Waldez Góes defende que o impacto mais consistente virá do processamento local. “Vai demorar, mas a melhor estratégia para Amazônia é se industrializar. É agregar valor, beneficiar os produtos da região para agregar valor, gerar emprego e renda”, disse, citando açaí, cacau, café, castanha, madeira e pescado, além de oportunidades em fármacos.
Na avaliação do ministro, a região hoje fornece majoritariamente matéria-prima, mas tem espaço para avançar na etapa industrial.
Ao aproximar produtores de compradores e reduzir custos logísticos, a rota cria um ambiente mais favorável para plantas de beneficiamento, seja para transformar polpa de açaí em concentrados prontos para exportação, seja para operar moagens de cacau e torrefação de café.
Esse salto, avalia o governo, tende a reter renda e empregos na Amazônia, ampliando a competitividade regional.
China: demanda e oportunidades para o agro do Norte
Com um mercado de 1,4 bilhão de pessoas, a China é um dos principais destinos das exportações brasileiras.
Há espaço, segundo Góes, para ampliar o consumo de itens já presentes no país asiático.
“Para você ter uma ideia, o café, que já entra muito forte na China, tem um consumo per capita de um café por mês. Imagina se dobrarmos isso”, afirmou.
O raciocínio vale para soja e para produtos com apelo de biodiversidade, caso de mel, açaí, chocolate e cacau.
A rota direta para Zhuhai pode facilitar a entrada desses produtos em canais de varejo e food service chineses, encurtando negociações e garantindo regularidade de oferta.
A logística mais enxuta tende a favorecer contratos de médio prazo e nichos que exigem frescor e qualidade, como bebidas prontas, superalimentos e ingredientes premium.
Integração bilateral e próximos passos
A cooperação Brasil–China, na leitura do governo, vem se intensificando e sustenta a decisão de abrir o novo corredor marítimo.
Além de reduzir custos para o exportador brasileiro, o fluxo de retorno pode baratear e acelerar a chegada de insumos e equipamentos chineses ao Amapá, movimentando cadeias industriais locais.
“Daí para frente, vai da nossa capacidade. Da capacidade da Região Amazônica de articular produtos de interesse da China”, resumiu o ministro, ao indicar que o ganho logístico precisa ser acompanhado de articulação comercial e organização produtiva.
Caberá a empresas, cooperativas e governos estaduais consolidar portfólios, padronizar qualidade e garantir escala para transformar a rota em vantagem competitiva permanente.
Enquanto isso, produtores e tradings observam como o novo corredor se comporta ao longo do ano, especialmente nos picos de safra, quando o custo de oportunidade de atrasos é maior.
A performance em regularidade de navios, tempo de atracação, capacidade de armazenagem e agilidade aduaneira será determinante para consolidar a confiança do mercado e ampliar o volume de contratos vinculados a Santana.
A nova ligação abre uma janela para diversificar pontos de saída, reduzir a dependência de portos do Sudeste e aproximar o agro amazônico e do Centro-Oeste do principal comprador global de alimentos.
Essa nova rota pode conter interesses escusos, porém sempre vão falar nos benefícios afinal o que está escuso é pra permanecer não pra expor.
Kkkk. As mercadorias vão demorar mais tempo pra saindo do sudeste, chegarem no Amapá, do q irem pra China.
Matéria sem pé nem cabeça.
Mas quem disse que só se produz no sul e sudeste. Muitas empresas sairam dos polos sulistas atrás de benefícios fiscais meu amigo, obviamente não faz sentido nenhum transportar carga de caminhão pra lá pra depois embarcar em um navio, cujo frete é muito mais barato
.MEU QUERIDO,,ESSE CORREDOR É PRÁ BENEFÍCIOS DO CENTRO – NORTE,,POR ACASO VC LEU SUDESTE?? LÊ PRIMEIRO E ENTENDA,,ANTES DE CRITICAR!!
Ele acha que só existe sudeste no Brasil kkk