A elevação da taxa básica de juros para 14,25% muda o cenário para os fundos imobiliários. A rentabilidade de alternativas conservadoras ganha força, enquanto os FIIs podem sofrer com ajustes nas cotas
A taxa básica de juros do Brasil voltou ao patamar de 14,25% após decisão do Copom. Para quem investe em fundos imobiliários (FIIs), o cenário é misto, com vantagens e desvantagens.
De um lado, os fundos de papel ganham com o aumento. De outro, os fundos de tijolo perdem valor. Mesmo assim, há espaço para estratégias.
Fundos de papel — retorno maior, mas com riscos
Os fundos de papel, que investem em títulos de crédito imobiliário, tendem a se beneficiar com juros altos.
-
Tarifaço de Trump gera risco para 140 mil empregos no sul do Brasil
-
Weg aposta R$ 160 milhões no ES. O que está por trás desse investimento milionário?
-
Entrou em vigor nesse mês: Estado aprova salário mínimo regional até R$ 2.267, um dos maiores do Brasil
-
Férias antecipadas podem virar dor de cabeça se você ignorar essa regra da CLT
Muitos desses ativos têm rendimentos atrelados à inflação ou ao CDI. Com a Selic nas alturas, o CDI acompanha. Isso eleva o retorno dos fundos. Quando esses papéis estão indexados ao CDI, o aumento da Selic eleva os pagamentos. Isso gera mais dividendos para os investidores.
Porém, é importante destacar um ponto de atenção: A dívida do CRI é paga pelo devedor. E o devedor sente a alta dos juros. Isso pode aumentar o risco de inadimplência.
A alta dos juros nos fundos de papel leva cerca de um mês para se refletir no valor das cotas. Depois disso, o movimento tende a atrair mais investidores.
Fundos de tijolo — pressão negativa, mas com oportunidades
Já os fundos de tijolo, que investem diretamente em imóveis, sentem mais os efeitos negativos da Selic alta.
O principal motivo é o impacto na economia real. Juros elevados reduzem o consumo e encarecem o crédito. Isso pode afetar as empresas locatárias dos imóveis.
Com menos consumo, os negócios enfrentam mais dificuldades.
Isso pode levar à queda na ocupação dos imóveis dos fundos. Menor ocupação significa menor receita, o que prejudica a distribuição de dividendos.
Apesar disso, alguns analistas veem oportunidades nos fundos de tijolo por que oss FIIs de tijolo são os de maior desconto em relação ao preço justo.
Ou seja, quando a taxa de juros sobe, o valor dos imóveis tende a cair. Para quem pensa a longo prazo e geração de dividendos, esse pode ser um bom momento para investir.
Com a Selic alta, os imóveis continuam existindo, e os contratos de aluguel continuam gerando receita. Se a cota está barata, o retorno percentual pode ser interessante para quem segura o investimento.
Risco e oportunidade andam juntos
A Selic a 14,25% mudou o jogo para os fundos imobiliários. Fundos de papel se beneficiam diretamente, mas precisam lidar com o risco de inadimplência. Fundos de tijolo sofrem com os juros, mas oferecem desconto e podem ser boas apostas de longo prazo.
O investidor que busca renda passiva deve avaliar seu perfil e os riscos envolvidos.
Para quem quer retorno imediato, os fundos de papel são o caminho mais óbvio. Já quem mira o futuro pode ver nos fundos de tijolo uma oportunidade com preços atrativos.
Por fim, o movimento recente do Ifix mostra que parte desse cenário já está sendo absorvida. O mercado se ajusta, e os investidores também.
A volatilidade ainda existe, mas as oportunidades não deixaram de aparecer.