Caminhões comuns, drones silenciosos e alvos bilionários: uma das operações mais engenhosas da guerra moderna aconteceu diante dos radares russos sem que ninguém notasse. A Ucrânia usou criatividade, tecnologia e estratégia para redesenhar os limites do possível.
No dia 1º de junho de 2025, cinco bases aéreas militares da Rússia foram atingidas por uma ofensiva coordenada e silenciosa.
Bombardeiros estratégicos, como os modelos Tu-95 e Tu-22M3, foram destruídos por drones kamikaze que decolaram não do espaço aéreo inimigo, mas diretamente do solo russo.
A operação, orquestrada pela Ucrânia, utilizou caminhões civis modificados para lançar os ataques a partir de posições previamente infiltradas.
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A ofensiva, batizada de Operação Teia de Aranha, foi elaborada em 2023 pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), com apoio da Direção de Inteligência Militar.
O plano visava burlar sistemas defensivos como o S-400, escondendo drones suicidas em veículos estacionados perto de instalações militares russas.
Caminhões civis com drones kamikaze
Os caminhões, com placas russas legítimas e aparência comum, foram modificados com compartimentos secretos feitos em madeira, equipados com sistemas de abertura automática.
A estrutura incluía isolamento acústico, sistema interno de recarregamento de baterias e tampa elevável por comando remoto.
Externamente, eram indistinguíveis de veículos de carga comuns.
Internamente, carregavam drones kamikaze do tipo FPV (“First Person View”), com IA embarcada, navegando de forma autônoma até os alvos.
Essa tecnologia de drones usada pela Ucrânia revelou-se crucial para o sucesso da operação.
Entrada em território russo por rotas alternativas
A infiltração começou meses antes.
Parte dos caminhões foi adquirida dentro da própria Rússia, com uso de empresas de fachada e intermediários locais.
Outros cruzaram fronteiras menos vigiadas, como as do Cazaquistão e da Geórgia, evitando inspeções do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB).
Os drones suicidas foram enviados em partes, montados posteriormente em armazéns clandestinos.
Um dos centros logísticos foi identificado em Tcheliabinsk, onde colaboradores russos pró-Ucrânia realizaram a montagem final dos equipamentos.
Drones kamikaze conta com tecnologia FPV e IA embarcada
Cada drone kamikaze, com custo unitário inferior a US$ 30, foi programado com inteligência artificial visual, capaz de reconhecer modelos de aeronaves russas.
A base de dados foi composta por imagens de aviões reais, colhidas em museus e registros militares.
Para garantir navegação confiável, mesmo sob guerra eletrônica, os drones combinavam controle remoto por rede móvel com navegação dead reckoning (estimativa de trajetória) e algoritmos autônomos.
Esse uso tático de drones FPV com inteligência artificial mostra como armamentos de baixo custo podem superar defesas avançadas.
Ataque coordenado com drones suicidas
No dia do ataque, os caminhões estavam posicionados em áreas industriais e galpões próximos às bases aéreas.
Os compartimentos foram abertos remotamente e os drones suicidas decolaram quase simultaneamente, voando por poucos quilômetros até seus alvos.
Nenhum radar russo detectou movimentações e não houve resposta do sistema S-400.
Logo após os lançamentos, os próprios caminhões foram autodestruídos: alguns foram incendiados, outros explodiram por cargas internas.
Em certos casos, um último drone kamikaze foi usado para eliminar o veículo.
O objetivo era eliminar vestígios da operação e evitar retaliações imediatas.
Impacto estratégico da Operação Teia de Aranha
Com investimento mínimo, a Ucrânia provocou prejuízos estimados em centenas de milhões de dólares, destruindo aeronaves avaliadas em até US$ 100 milhões cada.
O ataque expôs fragilidades no aparato defensivo russo e obrigou Moscou a rever seus protocolos de segurança interna.
A operação simboliza um novo paradigma da guerra moderna: tecnologia barata e camuflagem eficaz superando forças convencionais de alto custo.
Essa tática ucraniana com drones FPV embarcados representa um divisor de águas no conflito com a Rússia.
A guerra caminha para a engenharia e a criatividade?
A Operação Teia de Aranha mostrou que a guerra do futuro será travada também com engenharia tática, software embarcado e soluções logísticas criativas.
Com drones de aparência simples e lançamentos silenciosos, a Ucrânia conseguiu um dos ataques mais sofisticados do conflito até agora.
Diante desse cenário, forças armadas de diversos países começam a reavaliar seus sistemas de defesa terrestre e aérea.
O que antes era considerado impossível — lançar drones de dentro do próprio território inimigo — agora é realidade.
Será que outras nações seguirão essa mesma lógica de guerra com drones suicidas ocultos em veículos civis?