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Como a chinesa CTG se tornou a segunda maior geradora privada de energia no Brasil comprando as Hidrelétricas do Rio Paraná

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 11/06/2025 às 16:11
Alerta Amarelo: como a chinesa CTG se tornou peça-chave no preço da energia no Brasil
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Ao comprar as gigantescas usinas hidrelétricas do Rio Paraná, a estatal chinesa CTG se consolidou como a segunda maior geradora privada do país, com influência direta na sua conta de luz

A chinesa CTG (China Three Gorges Corporation), por meio de sua subsidiária CTG Brasil, emergiu como uma nova potência no setor elétrico nacional. Sua ascensão foi marcada pela aquisição estratégica das usinas hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira, no crucial Rio Paraná. Esse movimento posicionou a empresa como uma peça fundamental na definição dos preços da energia no país.

Entenda como a chinesa CTG se tornou a segunda maior geradora privada de energia do Brasil. Explicamos como suas operações podem influenciar o acionamento do “Alerta Amarelo” e de outras bandeiras tarifárias na sua conta de luz.

O cenário energético brasileiro e a entrada estratégica da chinesa CTG

A matriz energética brasileira sempre teve a energia hidrelétrica como sua espinha dorsal, e a Bacia do Rio Paraná é vital para essa geração. Em 2015, um leilão de concessões de usinas existentes marcou a entrada decisiva da CTG Brasil no mercado.

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A empresa arrematou as usinas de Jupiá (1.551 MW) e Ilha Solteira (3.444 MW), um investimento de R$ 13,8 bilhões.

Com essa aquisição, a chinesa CTG assumiu o controle do quarto maior complexo hidrelétrico do Brasil. Essa estratégia permitiu à empresa se tornar rapidamente a segunda maior geradora privada de energia do país, com uma capacidade instalada total de 8,3 GW.

Bandeira amarela, PLD e o papel dos reservatórios

Como a chinesa CTG se tornou a segunda maior geradora privada de energia no Brasil comprando as Hidrelétricas do Rio Paraná

Para entender a influência da CTG, é preciso conhecer como o preço da energia é formado no Brasil.

Bandeiras tarifárias: criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras (verde, amarela e vermelha) sinaliza o custo real da geração. A bandeira amarela, ou “Alerta amarelo”, indica condições de geração menos favoráveis e adiciona um custo à conta de luz (ex: R$ 1,885 a cada 100 kWh).

Preço de liquidação das diferenças (PLD): é o preço da energia no mercado de curto prazo. Ele é influenciado pela oferta (nível dos reservatórios, disponibilidade das usinas) e pela demanda.

Reservatórios do Rio Paraná: a bacia do Rio Paraná, onde estão as usinas da CTG, detém cerca de 70% da capacidade de armazenamento de água do Sistema Interligado Nacional (SIN). Os níveis desses reservatórios são cruciais para determinar a necessidade de usar usinas termelétricas, que são mais caras e elevam o custo da energia.

Como a chinesa CTG influencia o alerta amarelo e o preço na sua conta de luz

A influência da chinesa CTG na definição dos preços não é direta, mas estrutural. Ao controlar quase 5 GW de capacidade hidrelétrica na estratégica Bacia do Paraná, as decisões operacionais da empresa sobre gerar energia ou armazenar água em seus reservatórios têm um impacto significativo na oferta total de energia hidrelétrica do sistema.

Quando grandes operadoras como a CTG reduzem sua geração hidrelétrica, o sistema precisa acionar usinas termelétricas mais caras.

Esse aumento no custo de geração é o que leva o governo a acionar a Bandeira Amarela ou Vermelha, repassando o custo adicional diretamente para a sua conta de luz.

Portanto, a gestão dos reservatórios pela chinesa CTG é uma peça-chave que pode influenciar diretamente o preço da energia para o consumidor final.

O panorama para 2025 e as implicações da crescente presença da chinesa CTG

A influência da chinesa CTG na definição do preço da energia no Brasil tende a se consolidar até 2025. A empresa está investindo R$ 3 bilhões na modernização das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, o que pode aumentar sua eficiência e flexibilidade operacional.

Em um sistema elétrico com cada vez mais fontes intermitentes (eólica e solar), a capacidade de resposta das grandes hidrelétricas se torna ainda mais valiosa.

A crescente presença da chinesa CTG e de outras estatais estrangeiras no setor de energia brasileiro levanta um debate sobre soberania e segurança energética.

Embora tragam investimentos cruciais, a concentração de ativos estratégicos em mãos estrangeiras exige uma regulação forte e adaptativa por parte do governo brasileiro para garantir que os interesses nacionais e dos consumidores sejam sempre priorizados.

A chinesa CTG como um ator central no futuro energético do Brasil

A ascensão da chinesa CTG a segunda maior geradora privada de energia no Brasil é um fato consolidado. Sua influência na definição dos preços, mediada pelo sistema de bandeiras tarifárias e pelo PLD, é uma realidade estrutural devido ao controle de ativos hidrelétricos de importância sistêmica.

O desafio para o Brasil é equilibrar os benefícios do investimento estrangeiro, como a modernização de usinas, com a necessidade de garantir um mercado justo, competitivo e que proteja o consumidor.

A trajetória da chinesa CTG é um exemplo claro das transformações em curso no setor energético, onde capital, tecnologia e geopolítica se encontram para moldar o futuro da energia no país.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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