Mais de 1,83 milhões de pessoas estão presas nos Estados Unidos em 2025, superando a população de países como a Estônia. A alimentação dentro das prisões americanas, no entanto, não acompanha a escala populacional do sistema carcerário. Diariamente, milhares de refeições são servidas com baixo valor nutricional, padrão repetitivo e qualidade duvidosa.
O processo começa com a elaboração de cardápios baseados em exigências mínimas de calorias e segurança. Frutas frescas, carnes com ossos e até alimentos fermentáveis são vetados. Isso evita riscos de produção de álcool ou uso de objetos como armas. No entanto, o cardápio se baseia fortemente em carboidratos refinados, vegetais enlatados e produtos industrializados, priorizando custo mínimo, e não saúde.
Cardápios sem cor, sabor e nutrientes
Com menos de US$ 1 por refeição em alguns estados, como Oklahoma, os cardápios giram em ciclos de quatro semanas. Café da manhã com cereais, ovos e torradas; almoço com salsichas e batatas; jantar com arroz e feijão compõem o padrão. A falta de variedade e frescor faz com que 80% dos presos considerem a comida ruim ou desagradável.
Além disso, a higiene nas cozinhas é alarmante. Denúncias recorrentes citam infestação de baratas, presença de ratos e alimentos vencidos. Segundo a Impact Justice, 75% dos presos já receberam comida estragada, e a taxa de intoxicação alimentar é 6,4 vezes maior do que na população em geral.
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Empresas lucram com a fome dentro das cadeias
O preparo é feito por empresas terceirizadas e presos que recebem centavos por hora. Ainda assim, esses trabalhos são disputados por garantirem acesso a comida extra. Paralelamente, as cantinas cobram preços abusivos: dois pães de mel custam mais de R$ 56.
Três em cada cinco presos não têm condições de comprar alimentos, dependendo da ajuda externa. O resultado é um cenário de fome generalizada: 94% relatam que não comem o suficiente para se sentirem saciados, o que agrava doenças como diabetes, anemia e pressão alta.
Má alimentação piora a saúde mental e alimenta a reincidência
A má alimentação também impacta o comportamento. Estudos associam a falta de nutrientes a aumento da agressividade, confusão mental e depressão. Isso dificulta a ressocialização e aumenta os custos com saúde dentro e fora da prisão. Afinal, 95% dos presos serão libertados em algum momento.
Por outro lado, iniciativas como a da prisão Mountain Ville, no Maine, mostram que mudanças são possíveis. Com horta e padaria próprias, os detentos produzem alimentos frescos e economizam mais de R$ 500 mil por ano, além de receberem formação profissional.
A informação foi divulgada por diversos canais de jornalismo investigativo, incluindo vídeo do canal “Chu Fazenda”, com base em dados de organizações como Impact Justice e depoimentos de ex-presidiários.
Você acredita que iniciativas como a da prisão Mountain Ville, com horta e padaria geridas por detentos, podem mostrar que oferecer refeições dignas é um passo real para a reabilitação e redução da reincidência criminal?