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Com uma usina que processa 120 mil toneladas de tabaco por ano, a maior fabricante de cigarros do Brasil atende 250.000 pontos de venda e está presente em quase 5.000 municípios

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 01/07/2025 às 20:25
A Gigante Sob Pressão: A História da BAT Brasil, a Maior Fabricante de Cigarros do País
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A BAT Brasil, antiga Souza Cruz, se mantém como a maior fabricante de cigarros do Brasil, mas enfrenta uma batalha em múltiplas frentes: o mercado ilegal, a alta de impostos e uma ação bilionária do governo na justiça.

A BAT Brasil, herdeira da centenária Souza Cruz, é a maior fabricante de cigarros do Brasil. Com um portfólio de marcas famosas e uma das maiores redes de distribuição do Brasil, a empresa, controlada pela gigante britânica British American Tobacco (BAT), representa a força de uma indústria consolidada e altamente lucrativa.

No entanto, ser a maior fabricante de cigarros do Brasil significa operar em um dos ambientes de negócios mais complexos e pressionados. A companhia trava uma guerra constante contra o mercado ilegal, enfrenta uma carga tributária cada vez maior e é alvo de uma ação judicial sem precedentes movida pelo governo brasileiro, que busca o ressarcimento de gastos com saúde pública.

De Souza Cruz a BAT Brasil: a história de um século da líder do tabaco

A história da empresa começou em 25 de abril de 1903, quando o português Albino Souza Cruz fundou a companhia no Rio de Janeiro. O crescimento foi rápido e, já em 1914, ele passou o controle acionário para o grupo britânico British American Tobacco (BAT), uma parceria que dura até hoje.

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Por mais de um século, a Souza Cruz operou como uma empresa de capital aberto na bolsa brasileira. Em 2016, no entanto, a BAT concluiu um processo para comprar todas as ações remanescentes e fechou o capital da companhia. O passo final da integração veio em julho de 2020, quando a empresa foi oficialmente rebatizada para BAT Brasil, alinhando-se à estratégia global de sua controladora.

A dominância em números: a escala da operação no Brasil

Com uma usina que processa 120 mil toneladas de tabaco por ano, a maior fabricante de cigarros do Brasil atende 250.000 pontos de venda e está presente em quase 5.000 municípios

A liderança da BAT Brasil é sustentada por uma infraestrutura gigantesca. A empresa possui uma moderna fábrica de cigarros em Uberlândia (MG), usinas de processamento de fumo no Sul do país e um centro de pesquisa em Cachoeirinha (RS).

Seu poder de mercado é garantido por uma das redes de distribuição mais capilares do Brasil, que atende cerca de 250.000 pontos de venda em quase 5.000 municípios. Seu portfólio inclui algumas das marcas mais conhecidas do país, como Dunhill, Lucky Strike, Kent, Hollywood e Derby.

A concorrência do mercado ilegal e a pressão dos impostos

O maior concorrente da maior fabricante de cigarros do Brasil não é outra empresa, mas o mercado ilegal. Segundo dados do IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), em 2024, 32% de todos os cigarros consumidos no país eram contrabandeados ou falsificados, uma economia ilegal que gerou perdas de R$ 10,5 bilhões em impostos. A maior parte desses produtos ilícitos são os cigarros do Paraguai, que entram no país com preços muito mais baixos devido à menor carga tributária no país vizinho.

Ao mesmo tempo, a pressão tributária sobre o produto legal aumenta. Em agosto de 2024, após oito anos sem reajustes, o governo federal aumentou em 50% a alíquota do IPI sobre os cigarros. Além disso, a reforma tributária de 2023 criou a base para um futuro “imposto do pecado”, que deve onerar ainda mais o setor.

A aposta em cigarros eletrônicos em um mercado fechado

Alinhada à sua matriz global, a BAT Brasil aposta em uma estratégia de futuro chamada “A Better Tomorrow™” (Um Amanhã Melhor™). O plano é migrar os consumidores para produtos considerados de “risco reduzido”, como cigarros eletrônicos (vapes) e tabaco aquecido.

No entanto, essa estratégia encontra uma barreira no Brasil. Em 2024, a ANVISA reafirmou a proibição da comercialização, importação e publicidade de todos os dispositivos eletrônicos para fumar. Isso coloca a maior fabricante de cigarros do Brasil em um paradoxo: seu negócio atual é legal, mas socialmente condenado.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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