Desvendamos a história e o funcionamento da joia da engenharia vitoriana que se tornou um dos maiores símbolos da capital Paulista.
Muitos o veem, mas poucos conhecem os segredos de sua engenharia. Mergulhamos na história e na mecânica do relógio da Estação da Luz para entender como esta máquina extraordinária, fabricada em Londres em 1899, sobreviveu ao tempo, a um grande incêndio e continua a operar com precisão, sendo um dos mais icônicos pontos turísticos de SP.
Para os milhões de passageiros que cruzam o centro de São Paulo todos os dias, ela é uma referência constante no horizonte. A torre da Estação da Luz, com seu relógio imponente, é mais do que um marco arquitetônico; é o guardião do tempo da cidade há mais de um século. Mas enquanto seus ponteiros marcam a rotina apressada da metrópole, por dentro, uma máquina do século XIX trabalha em um ritmo próprio, movida por pêndulos, pesos e engrenagens de uma era passada.
O relógio da Estação da Luz ainda funciona com o maquinário original?
Sim, e essa é a parte mais impressionante de sua história. Apesar do grande incêndio que atingiu a estação e o Museu da Língua Portuguesa em 2015, o maquinário do relógio, protegido no alto da torre, sobreviveu com danos mínimos e foi completamente restaurado. A máquina que hoje marca as horas é a mesma instalada em 1901, fabricada pela renomada empresa inglesa Dimbleby & Son.
-
Isolado há décadas, Jalapão só agora iniciou a construção de um novo aeroporto para atender turistas e moradores
-
Túnel subaquático brasileiro vai usar mesma tecnologia da megaobra que conecta Dinamarca e Alemanha — entenda os planos da nova infraestrutura
-
As 10 melhores cores para pintar a parede externa e ter uma fachada incrível
-
Com motor robusto e potente, a motoniveladora John Deere 670G tem a troca de marchas mais suave da indústria e cabine confortável para ser operada por horas
O coração do sistema é um exemplo clássico da mais fina relojoaria mecânica. Ele opera com base em um sistema de pêndulo de 4 metros de comprimento, cuja oscilação constante e precisa regula a velocidade das engrenagens. Toda a força para mover os gigantescos ponteiros vem de um conjunto de pesos que, ao descerem lentamente pela torre, transferem sua energia para o mecanismo.
Quem dá corda no relógio?
Originalmente, o relógio precisava ser “dado corda” manualmente. Uma vez por semana, um relojoeiro subia até o topo da torre para erguer os pesados contrapesos de volta à sua posição inicial, um trabalho que garantia o funcionamento da máquina por mais sete dias. Era um ritual que manteve o tempo de São Paulo em movimento por décadas.
Hoje, o processo foi modernizado para garantir a precisão e diminuir a necessidade de intervenção humana. O sistema de pesos original foi mantido, mas um motor elétrico foi instalado para erguê-los automaticamente. Uma equipe de manutenção e engenharia da CPTM é a responsável por zelar por esta joia da história da Estação da Luz, realizando inspeções e lubrificações periódicas para garantir que a máquina centenária continue operando perfeitamente.
Qual a altura da torre do relógio de São Paulo?
A torre que abriga o relógio é um dos pontos mais altos e visíveis do centro histórico da cidade. A altura da torre da Estação da Luz é de 50 metros, o equivalente a um prédio de aproximadamente 16 andares. Sua estrutura foi inspirada na arquitetura das estações de trem vitorianas da Inglaterra, e o relógio foi projetado para ser visto de longe, servindo como a principal referência de horário para os cidadãos em uma época em que relógios de pulso não eram comuns.
Os quatro mostradores do relógio, um para cada face da torre, possuem 6 metros de diâmetro, uma escala monumental que exigiu um mecanismo interno robusto para mover seus pesados ponteiros de cobre.
O relógio é o “big ben” de São Paulo?
A comparação é inevitável e o apelido “Big Ben Paulistano” é frequentemente usado para se referir ao relógio. A inspiração é clara: a torre do relógio de São Paulo foi construída pela mesma empresa de engenharia civil que ergueu a estação de trem de Flinders Street, em Melbourne, na Austrália, e segue o mesmo estilo arquitetônico do Parlamento de Londres, onde fica o Big Ben original.
Embora seja menor em escala, a função e a importância simbólica são as mesmas. Ambos foram criados para serem relógios públicos de alta precisão, símbolos do poderio industrial e da pontualidade da era vitoriana. O relógio paulistano não apenas marcava a partida e chegada dos trens de café, mas ditava o ritmo de toda a cidade ao seu redor. Entender como funciona um relógio de torre como este é entender um pedaço da história da própria urbanização de São Paulo.
Qual outro edifício ou monumento histórico da sua cidade você gostaria de ver um “Raio-X” completo da engenharia e da história?