Obras da MS-338 avançam com investimento milionário, incluindo pavimentação, ponte e rota exclusiva para hexatrens da Suzano, que reduzem o tráfego de caminhões e fortalecem a logística da celulose no Mato Grosso do Sul.
A MS-338, conhecida como Estrada do Vale da Celulose e ligação direta entre Camapuã e Ribas do Rio Pardo, entrou na fase final de execução com investimento total de R$ 329 milhões.
Segundo anúncio do Governo do Estado feito no dia 22, a pavimentação está praticamente concluída e a entrega tem previsão para dezembro, enquanto o trecho remanescente segue cronograma próprio condicionado ao regime de chuvas.
Entrega e prazos
O traçado em obras soma 111,56 quilômetros e foi dividido em dois lotes.
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O primeiro, com pouco mais de 45 quilômetros, foi entregue antes de meados de 2024, destravando a circulação em parte do corredor logístico.
Já o segundo lote, com 66,26 quilômetros, permanece em execução e, de acordo com o governo, deve ser concluído até dezembro de 2025, desde que as condições climáticas sejam favoráveis.
Em nota, a gestão estadual reforça que a etapa atual de pavimentação está na reta final, mantendo prioridade para liberar a via ao tráfego de forma progressiva e segura.
O que ainda falta fazer
A empreitada registra avanço físico-financeiro superior a 87% sob responsabilidade da Vale do Rio Novo Engenharia e Construções. Restam serviços pontuais.
No pavimento, a intervenção se concentra em cerca de 7 quilômetros entre os km 82 e 88, nas proximidades de Ribas do Rio Pardo, onde a base e a capa asfáltica estão em fase final.
Paralelamente, segue a construção da ponte sobre o Ribeirão Monte Belo, estrutura considerada estratégica para garantir a continuidade da pista e a segurança operacional no período chuvoso.
Outra frente trabalha nas passagens inferiores que permitirão a travessia dos hexatrens, etapa que inclui terraplenagem, drenagem e acabamento de defensas.
Logística da celulose e hexatrens
A rodovia foi concebida como eixo de escoamento da produção florestal e de celulose na região.
A Suzano opera hexatrens, composições com seis semirreboques acoplados, que circulam em velocidade reduzida e, por norma, permanecem em estradas secundárias.
Para acomodar esse fluxo, a MS-338 incorpora passagens inferiores nos km 89,54 e km 70,88, projetadas especificamente para o cruzamento seguro dessas composições, sem interferir na pista principal.
A empresa mantém 16 hexatrens em operação, o que, segundo o governo, representa cerca de 50 caminhões a menos nas rodovias estaduais em trechos equivalentes.
Essa medida alivia a circulação de veículos de carga convencional e mitiga pontos de conflito.
Papel estratégico para a economia
A Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística classifica a MS-338 como uma obra-chave para a competitividade do Mato Grosso do Sul.
O titular da pasta, Guilherme Alcântara de Carvalho, afirmou em comunicado que a rota atende diretamente à cadeia da celulose.
“Estamos abrindo uma rota que atende diretamente à produção de celulose. É um investimento que fortalece a economia, gera emprego e renda na região”, disse.
Na avaliação técnica do governo, o corredor reduz custos operacionais do transporte florestal, encurta o tempo de viagem e cria condições para planejamento de safra e de manutenção com previsibilidade, aspectos decisivos para plantas industriais de grande porte.
Impacto regional e dinâmica urbana
Mesmo antes da operação plena da fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, a chegada do empreendimento movimentou a economia local.
Entre 2022 e 2023, foram contabilizados mais de seis mil empregos no pico de implantação, impulsionando o comércio e os serviços.
Nesse período, o Correio do Estado relatou que valores de imóveis e aluguéis na cidade tiveram altas expressivas, em torno de 400%, fenômeno associado ao aumento temporário da demanda por moradia.
Com a MS-338 pavimentada, o poder público projeta que o fluxo deixará de se concentrar apenas no perímetro urbano e se espalhará por vias de acesso mais adequadas, reduzindo gargalos viários e custos que recaem sobre as prefeituras.
Trechos, segurança e operação
Além da ponte no Ribeirão Monte Belo, a obra inclui sinalização horizontal e vertical, dispositivos de drenagem profunda, bueiros celulares e adequações de acostamento para suportar o tráfego pesado.
As passagens inferiores voltadas aos hexatrens recebem atenção redobrada de engenharia por envolverem cargas especiais e manobras de raio amplo.
Embora o projeto priorize a fluidez do transporte industrial, a diretriz é preservar a segurança de moradores e produtores rurais que utilizam acessos lindeiros, com implantação de faixas de domínio e retorno em pontos definidos.
Quem executa e como avança
A Vale do Rio Novo conduz os serviços conforme medição físico-financeira apresentada à administração estadual.
O percentual construído acima de 87% indica que a maior parte da terraplenagem, sub-base e base já foi executada, restando camadas finais de revestimento e obras de arte correntes e especiais.
Em períodos de estiagem, a contratada intensifica frentes simultâneas para acelerar a aplicação de CBUQ e concluir interseções.
No período chuvoso, a orientação técnica é priorizar drenagem, proteção de taludes e dispositivos de contenção, preservando a qualidade do pavimento recém-implantado.
Por que a MS-338 importa
O corredor Camapuã–Ribas do Rio Pardo reduz deslocamentos de florestas plantadas até a fábrica de celulose, encurta rotas de suprimento e diminui a circulação de composições pesadas em rodovias estaduais de tráfego misto.
Ainda que os hexatrens operem em vias secundárias, a existência de uma rota dedicada e pavimentada é vista como diferencial para manter produtividade e segurança.
Na prática, a tendência é reduzir custos logísticos, ampliar a confiabilidade das entregas e liberar capacidade nas demais estradas para transporte de passageiros e cargas gerais.
O que observar nos próximos meses
Com a aproximação do período de chuvas, a execução da ponte e a finalização dos 7 quilômetros próximos a Ribas do Rio Pardo serão determinantes para manter o cronograma.
A sinalização definitiva e os testes de carga nas estruturas também integram a lista de entregáveis essenciais antes da liberação completa.
Enquanto isso, a instalação e o acabamento das passagens inferiores devem ajustar a operação dos hexatrens, evitando pontos de conflito e garantindo travessias em nível adequado ao padrão da rodovia.
Diante desse quadro, como a liberação dos últimos trechos e a entrada em operação integral das passagens para hexatrens vão redesenhar o tráfego pesado e a economia local ao longo da MS-338?