VIW Residence viralizou por exibir piscinas nas varandas. Especialistas lembram que o ambiente marinho exige projeto, inspeção e manutenção rigorosos para garantir segurança e desempenho.
O edifício litorâneo com piscinas na sacada, em Ubatuba (SP), voltou aos holofotes após vídeos viralizarem nas redes. O residencial é o VIW Residence, projetado por equipe que inclui o arquiteto Yuri Vital e entregue recentemente. Segundo reportagens, o empreendimento foi iniciado em 2019 e teve as primeiras chaves entregues em 2023.
O conjunto soma 27 unidades e ficou conhecido pelo desenho em zigue-zague das varandas com lâmina d’água. De acordo com veículos como Terra, Diário do Nordeste e Correio Braziliense, a arquitetura inusitada impulsionou a procura e levantou dúvidas sobre segurança.
Piscinas elevadas e estruturas à beira-mar operam sob esforços, cargas e agentes agressivos distintos de edifícios urbanos. Elas pedem projeto conforme normas técnicas, planos de inspeção e uma rotina de manutenção ajustada ao litoral.
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O que é o prédio polêmico “das piscinas na sacada” e por que ele viralizou
Vídeos nas redes mostraram varandas iluminadas em azul, levando internautas a questionar se eram LEDs ou água de verdade. Reportagens esclareceram que são piscinas funcionais, com visibilidade acentuada pela iluminação e pelo guarda-corpo transparente. O caso envolve o VIW Residence, na Praia Grande, que teve ampla cobertura da mídia.
Dados divulgados por veículos indicam 27 apartamentos, distribuídos em quatro pavimentos mais cobertura, com área entre 160 m² e 335 m². O apelo visual elevou a curiosidade e gerou interesse comercial, segundo o noticiário. Arquitetonicamente, publicações especializadas destacam o desenho em zigue-zague que integra paisagem e lazer na varanda.
Para o leitor, o ponto central é separar estética de desempenho. O fato de viralizar não dispensa o que a engenharia exige: dimensionamento, materiais adequados ao ambiente marinho e operação responsável do sistema da piscina.
Por que varandas com piscina pedem manutenção mais intensa no litoral
O litoral apresenta névoa salina e vento carregado de cloretos. Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a corrosão das armaduras é uma das patologias mais frequentes em estruturas de concreto junto ao mar: o aço exposto a cloretos pode expandir, fissurar e desplacar o cobrimento de concreto, elevando custos de reparo. Isso vale para lajes, bordas de varandas e bacias de piscinas.
Na etapa de projeto, a ABNT NBR 6118 define critérios de durabilidade e cobrimento de armaduras conforme a classe de agressividade ambiental. Em regiões marinhas, o cobrimento e a qualidade do concreto devem ser reforçados. Já a ABNT NBR 6120 trata das cargas que atuam na estrutura, incluindo a carga da água e esforços adicionais em sacadas com guarda-corpo, devendo ser consideradas pelo calculista.
No sistema da piscina, a ABNT NBR 10339:2018 estabelece requisitos de projeto, execução, operação e segurança (como circulação da água e dispositivos de sucção). Em edifícios, isso precisa conversar com o cálculo estrutural e com a impermeabilização da laje, sob pena de infiltrações e perda de desempenho.
Quais normas e inspeções orientam a segurança de estruturas com piscina
Para o edifício como um todo, a ABNT NBR 15575 (Norma de Desempenho) define requisitos de estanqueidade, segurança no uso, durabilidade e manutenibilidade. O manual do proprietário e do condomínio deve detalhar rotinas, prazos e responsáveis por cada verificação. Isso evita o uso inadequado e dá base para o plano de manutenção.
Quanto à verificação periódica, a ABNT NBR 16747:2020 (Inspeção Predial) fornece diretrizes para inspeções técnicas e emissão de laudo por profissional habilitado. A norma não fixa uma periodicidade única, mas orienta o diagnóstico das anomalias e o plano de ação conforme criticidade. Em regiões de ambiente marinho, a prática de mercado recomenda inspeções mais frequentes do que em área urbana não agressiva.
Em paralelo, guias do Secovi-SP reforçam que o condomínio deve manter programa anual de manutenção, contemplando itens críticos como impermeabilização, sistemas hidráulicos da piscina, guarda-corpos, juntas e fachadas. A prevenção custa menos que o reparo corretivo após infiltração ou corrosão instalada.
Quer opinar? Você investiria em um imóvel com piscina na sacada no litoral, assumindo um plano de manutenção mais rigoroso, ou acha que o efeito instagramável não compensa o risco e o custo? Deixe seu comentário.