Com mais de 13 mil tanques ativos e armazenados, a Rússia, aliada do Brasil no BRICS — possui a maior frota blindada do mundo, símbolo de poder e engenharia militar.
A Rússia mantém hoje a maior frota de tanques do mundo, um arsenal que ultrapassa 13 mil unidades entre veículos ativos e armazenados, superando de longe qualquer outra potência militar. A dimensão dessa força blindada revela o coração da estratégia militar russa: dissuasão, mobilidade e domínio do terreno em larga escala. É um império mecanizado que atravessa o tempo, resistindo a sanções, guerras e transformações geopolíticas, mantendo-se como símbolo máximo da capacidade industrial e bélica do país.
Essa supremacia terrestre não é apenas uma herança da União Soviética, mas o resultado de um esforço contínuo de modernização e reconstrução industrial. Espalhadas pelos Urais e pela Sibéria, dezenas de fábricas trabalham em ritmo ininterrupto para recuperar, adaptar e atualizar tanques que, mesmo com décadas de uso, voltam ao campo de batalha equipados com tecnologia digital e blindagem aprimorada. O número total seria cerca de 13 mil tanques — inclui modelos em operação, como o T-72B3, o T-80U e o T-90M Proryv-3, além de milhares de unidades estocadas e modernizáveis.
A Uralvagonzavod e o poder industrial que sustenta a maior frota de tanques do mundo
O segredo da resistência russa está em sua indústria militar autossuficiente, centralizada na Uralvagonzavod, em Nizhny Tagil, a maior fábrica de tanques do planeta. É nesse complexo gigantesco que os blindados são montados, reconstruídos e adaptados para novos padrões de combate.
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Diferente de outros países, que dependem de contratos privados e licitações demoradas, a Rússia mantém uma linha de produção permanente sob controle direto do Estado, capaz de entregar centenas de tanques recondicionados por mês.
Essa escala industrial garante que, mesmo em meio a conflitos prolongados, a frota russa continue operando. Tanques danificados são enviados às fábricas, desmontados e reconstruídos quase do zero.
O processo inclui substituição de motores, instalação de sistemas ópticos de última geração e aplicação de camadas extras de blindagem reativa. Em termos de engenharia militar, trata-se de um ecossistema fechado, onde a obsolescência é virtualmente anulada pela capacidade de modernização contínua.
T-72, T-90 e T-14 Armata: a linha de blindados que moldou a história militar russa
O poder terrestre da Rússia tem como espinha dorsal o T-72, um tanque nascido ainda nos anos 1970, mas que sobrevive até hoje como base de modernização.
A combinação de simplicidade, robustez e baixo custo de manutenção tornou-o o blindado mais produzido do mundo, com mais de 25 mil unidades fabricadas ao longo de cinco décadas.
Sua evolução direta é o T-90, que recebeu novos sistemas de mira térmica, blindagem composta e uma torre automatizada.
A versão mais recente, T-90M Proryv-3, representa a síntese entre tradição e tecnologia — um tanque projetado para resistir a impactos de mísseis modernos, operar em temperaturas extremas e interagir em rede com drones e artilharia de precisão.
Mas é o T-14 Armata que coloca a Rússia na vanguarda da engenharia militar. Apresentado oficialmente em 2015, ele é o primeiro tanque de guerra com torre não tripulada, controle digital completo e um sistema de proteção ativa capaz de interceptar mísseis antes do impacto.
Seu motor de 1.500 cavalos permite atingir até 90 km/h, mesmo pesando mais de 50 toneladas. Embora sua produção em massa ainda seja limitada, o Armata simboliza a transição da Rússia para uma era de guerra mecanizada inteligente — conectada, automatizada e integrada ao campo de batalha digital.
O tamanho da frota russa em números e comparações
Segundo o International Institute for Strategic Studies (IISS) e o Global Firepower 2025, a Rússia mantém cerca de 2.000 tanques em operação ativa e mais de 10 mil armazenados. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com aproximadamente 9 mil tanques, seguidos pela China, com entre 6 e 7 mil. Essa diferença revela o peso da doutrina russa, que privilegia volume e capacidade de reposição sobre custo unitário.
O país ainda possui mais de 30 mil veículos blindados de transporte e apoio, tornando sua força mecanizada a mais numerosa do planeta. Em uma eventual mobilização total, a Rússia poderia ativar, em questão de semanas, uma frota terrestre superior a toda a soma de tanques da OTAN.
Essa capacidade é sustentada por uma rede ferroviária militar dedicada e por centros logísticos subterrâneos capazes de reabastecer e deslocar colunas blindadas inteiras entre fronteiras.
A doutrina russa: mobilidade e escala em campo
A estratégia russa para o emprego de tanques baseia-se em três princípios: quantidade, mobilidade e adaptação. As unidades blindadas são integradas a forças de infantaria motorizada, artilharia pesada e aviação de ataque, formando colunas que se movem como um organismo único.
Em terreno plano, o deslocamento de centenas de tanques acontece de forma sincronizada, apoiado por drones de reconhecimento e sistemas de navegação GLONASS, a versão russa do GPS.
Essa doutrina permite respostas rápidas e ofensivas em larga escala. O comando central pode transferir divisões inteiras de blindados através de trens militares, reposicionando forças em distâncias continentais em menos de 72 horas.
É essa capacidade de projeção que mantém a Rússia como referência mundial em guerra mecanizada — uma herança direta da Segunda Guerra Mundial e da doutrina soviética de “profundidade estratégica”.
O impacto econômico e geopolítico de manter 13 mil tanques
Manter uma frota dessa magnitude exige um aparato industrial e financeiro gigantesco. Estima-se que a Rússia destine cerca de 4,5% do seu PIB ao setor de defesa, sendo uma parte significativa voltada para a manutenção e atualização de blindados.
A indústria bélica, que emprega diretamente mais de 2 milhões de pessoas, é considerada essencial à soberania nacional.
Além do uso interno, o país também é um dos maiores exportadores de tanques do mundo, fornecendo modelos T-90 e T-72 para mais de 20 nações, incluindo Índia, Argélia, Vietnã e Síria. Essa presença global transforma a frota russa não apenas em instrumento de defesa, mas também em ferramenta diplomática — uma forma de influência política e econômica que fortalece alianças, inclusive dentro do BRICS, bloco do qual o Brasil faz parte.
Uma força construída sobre ferro, história e estratégia
A supremacia russa em tanques não é apenas um número, mas um reflexo de uma tradição militar forjada ao longo de um século.
Desde as batalhas de Kursk e Stalingrado até os combates modernos, o tanque se tornou parte da identidade nacional, um símbolo de resistência, engenharia e poder. Cada modelo fabricado carrega a marca da doutrina que fez da Rússia a potência terrestre que é hoje: a crença de que o controle do terreno ainda é decisivo em qualquer guerra.
Com 13 mil tanques, fábricas operando em tempo integral e uma doutrina que combina experiência histórica com inovação tecnológica, a Rússia mantém-se como a nação com o maior poder mecanizado do planeta, reafirmando seu papel de protagonista no equilíbrio militar global e como aliado estratégico do Brasil dentro do BRICS.