O Brasil estrutura o plano Redata para atrair até R$ 2 trilhões em investimento em data centers, com isenção fiscal, exigência de energia renovável e contrapartidas em inovação
O governo brasileiro lançou o Plano Nacional dos Data Centers, conhecido como Redata, com o objetivo de atrair investimentos de gigantes da tecnologia como Amazon e NVIDIA. A iniciativa visa transformar o Brasil em um polo global de infraestrutura digital sustentável.
Redata: incentivo fiscal para impulsionar a transformação digital
O Redata propõe a isenção de tributos federais, como PIS/Cofins e IPI, para investimentos em data centers, antecipando os efeitos da reforma tributária prevista para 2033. Essa medida busca tornar o Brasil mais competitivo no cenário tecnológico global, reduzindo os custos de instalação e operação dessas infraestruturas.
Sustentabilidade e contrapartidas estratégicas
Empresas interessadas em aderir ao programa deverão cumprir requisitos ambientais rigorosos, utilizando energia 100% renovável e adotando práticas de eficiência energética e hídrica. Além disso, 10% da capacidade dos data centers deverá ser destinada ao mercado nacional, incluindo empresas, universidades e projetos de pesquisa. Também será exigida a contribuição de 2% da receita ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), voltado para pesquisas em refrigeração e otimização energética.
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Negociações com Amazon e NVIDIA em andamento
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está em viagem aos Estados Unidos para apresentar o plano a executivos da Amazon e NVIDIA. A expectativa é que o Redata atraia até R$ 2 trilhões em investimentos ao longo de uma década, posicionando o Brasil como um destino estratégico para data centers na América Latina.
Nós não estamos falando de tributos. Estamos falando de um país em que hoje mais custa investir em data center para o país que amanhã será onde menos custa investir em data center
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Desafios e perspectivas futuras
Apesar das vantagens propostas, o plano enfrenta desafios, como a necessidade de regulamentação eficaz e a garantia de que os recursos do FNDIT sejam aplicados conforme o previsto. O governo também busca alinhar o Redata com outras iniciativas, como as Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs), para evitar sobreposições e conflitos de interesse.