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Com IA 100% nacional, Brasil entra de vez na disputa global e aposta alto na própria autonomia digital

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 08/11/2025 às 11:44
Representação digital de inteligência artificial soberana com cérebro virtual azul sobre circuito eletrônico e bandeira do Brasil ao fundo.
Ilustração de inteligência artificial soberana simbolizada por um cérebro digital em circuito eletrônico com a bandeira do Brasil ao fundo.
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Modelo nacional treinado em português brasileiro promete ampliar a precisão das respostas e fortalecer a proteção dos dados estratégicos do país.

Uma mudança relevante ocorreu no setor tecnológico brasileiro em novembro de 2025, e, portanto, marcou o lançamento da primeira inteligência artificial criada para soberania digital. A iniciativa surgiu após a publicação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), divulgada em julho de 2024 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Assim, o lançamento posicionou o Brasil de forma mais competitiva no cenário global da inteligência artificial.

A plataforma MK1 foi treinada totalmente em português brasileiro e utiliza 32 bilhões de parâmetros alinhados à realidade nacional. Dessa forma, o modelo entrega respostas mais precisas e adequadas ao contexto cultural brasileiro. Conforme afirma o CEO Alessandro Quattrini, “todos os países precisam de sua própria IA para preservar cultura e proteger dados sensíveis”. A declaração reforça, portanto, a motivação principal do projeto.

Investigação técnica revela avanço estratégico nacional

A criação da MK1 resultou de um processo técnico planejado e executado ao longo de vários anos. A MeetKai Brasil, fundada em setembro de 2025, estruturou o modelo com bases de dados brasileiras analisadas entre 2020 e 2024. Além disso, o treinamento incluiu provas da OAB, edições do Enem e registros publicados no Diário Oficial da União.

Esse conjunto assegura que a IA “pense em português brasileiro”, evitando traduções intermediárias comuns em modelos internacionais. Muitos modelos multilíngues traduzem perguntas para inglês ou mandarim e, portanto, reduzem a precisão final. Essa etapa frequentemente gera distorções e prejudica a clareza das respostas.

A MK1 trabalha de forma direta e consulta apenas uma base instalada em servidores nacionais. Portanto, a resposta retorna rapidamente no próprio idioma. Testes realizados em outubro de 2025 mostraram precisão 85% superior em comparação com plataformas estrangeiras. O resultado reforça, assim, a eficiência da abordagem utilizada pela empresa.

Impactos econômicos e competitivos da nova plataforma

O avanço da IA soberana ocorre durante um período marcado por investimentos crescentes no setor. O PBIA prevê R$ 23 bilhões em recursos públicos até 2028, segundo o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Além disso, o setor privado brasileiro projeta investimento 340% maior, conforme estudo divulgado em março de 2025.

Apesar desse crescimento, o Brasil ainda movimenta menos recursos que grandes potências globais. Em 2024, os Estados Unidos aplicaram US$ 109,1 bilhões em IA. A China, por sua vez, destinou aproximadamente US$ 9,3 bilhões no mesmo ano. Esses números mostram, portanto, a distância entre o Brasil e os líderes internacionais.

Com acesso ao Diário Oficial da União, universidades, órgãos públicos e empresas utilizam a MK1 para análises e pesquisas estratégicas. Dessa forma, a plataforma reforça decisões institucionais com maior precisão e segurança.

Corrida por autonomia tecnológica reforça debate sobre segurança

Apesar da associação com a MeetKai Inc, empresa americana criada em 2020, a operação brasileira atua de forma independente. Quattrini afirma que não existe interferência externa na gestão nacional. Além disso, ele destaca que a matriz não mantém contratos com órgãos do governo americano. A cliente internacional mais conhecida da matriz é a chinesa Huawei, o que reforça, portanto, a variedade de parceiros globais.

A escolha brasileira pela base multilíngue existente acelerou o projeto e reduziu prazos. Criar um LLM totalmente novo exigiria oito a dez anos, segundo o CEO. A estratégia permitiu, assim, ao Brasil competir com rapidez e preservar o controle de dados.

Planejamento para adoção ampla e segura no país

A MeetKai Brasil trabalha para expandir sua base de clientes em diversos setores. A empresa mira órgãos públicos, universidades e companhias privadas que desejam automatizar processos e proteger informações sensíveis. Portanto, o objetivo é integrar a plataforma de forma ampla e segura.

A chegada da MK1 inaugura uma fase decisiva na busca por autonomia digital. Assim, o país amplia sua capacidade de competir com tecnologias próprias e reforçar sua soberania. Diante desse cenário, surge uma questão essencial: o Brasil deve adotar rapidamente a IA soberana ou avançar com cautela para proteger seus dados estratégicos?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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