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Com Embraer, rede de fornecedores e índice social alto, cidade se destaca como a melhor cidade para se viver no país

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 06/10/2025 às 16:40
Gavião Peixoto lidera o Índice de Progresso Social 2025 e supera metrópoles com alta renda e polo tecnológico da Embraer.
Gavião Peixoto lidera o Índice de Progresso Social 2025 e supera metrópoles com alta renda e polo tecnológico da Embraer.
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Pequeno município paulista supera metrópoles em renda e qualidade de vida, impulsionado por polo tecnológico da Embraer e serviços públicos eficientes. Dados do IBGE e do Índice de Progresso Social explicam por que a cidade lidera o ranking nacional.

Gavião Peixoto, a cerca de 300 quilômetros da capital paulista, lidera o ranking nacional de qualidade de vida pelo Índice de Progresso Social (IPS) de 2025.

O município de pouco mais de 4,7 mil moradores obteve 73,26 pontos, na escala de zero a 100, e manteve a primeira posição pelo segundo ano seguido.

A nota resulta de 57 indicadores sociais e ambientais.

Em paralelo, dados do Censo 2022 do IBGE confirmam a maior remuneração média do estado: 5,2 salários mínimos por trabalhador formal, patamar que supera São Paulo, com 4,4, e Campinas, com 3,8.

Considerando o piso nacional de 2025, o valor equivale a R$ 7.893,60 por mês.

Economia de alta tecnologia impulsiona o desenvolvimento local

Além do desempenho social, a base econômica ajuda a explicar os números.

A presença do complexo industrial da Embraer transformou a cidade em polo de tecnologia aeroespacial, atraiu profissionais qualificados e sustentou uma rede de empresas prestadoras de serviços e fornecedoras espalhadas pela região.

O efeito multiplicador aparece no mercado de trabalho formal e na renda.

Como referência nacional, a média brasileira para trabalhadores assalariados em 2022 ficou em cerca de 2,9 salários mínimos, abaixo do verificado em Gavião Peixoto.

Indicadores sociais elevam a pontuação da cidade

O IPS sintetiza diferentes dimensões do cotidiano, não se limitando à riqueza econômica.

A plataforma avalia aspectos concretos da vida nas cidades, de necessidades humanas básicas a oportunidades.

Em outras palavras, observa disponibilidade de água tratada e saneamento, condições de moradia, segurança, saúde, acesso à educação e informação, qualidade ambiental e garantias de direitos.

É uma métrica que busca resultados vividos pela população, e não apenas indicadores de produção.

O município paulista avançou sobretudo em variáveis de bem-estar que costumam puxar a média de cidades pequenas com serviços públicos eficientes.

A oferta de atenção primária à saúde, a cobertura de saneamento e os índices educacionais na etapa básica compõem um conjunto favorável.

A estabilidade local, a baixa pressão demográfica e a presença de uma atividade industrial de alta complexidade ajudam a sustentar políticas públicas e gerar arrecadação compatível com a manutenção dos serviços.

São Paulo domina o ranking do Índice de Progresso Social

No recorte por estados, São Paulo domina o topo do ranking municipal, com 14 das 20 primeiras posições do IPS.

A concentração de cidades paulistas entre as melhores colocadas indica padrões de infraestrutura e serviços com desempenho acima da média nacional.

A pontuação média do Brasil em 2025 ficou por volta de 61,9 pontos, o que coloca Gavião Peixoto significativamente acima do país.

Ainda que o índice não capture todas as nuances territoriais, a leitura geral aponta que municípios com rendas mais altas e redes de serviços consolidadas tendem a figurar nas partes superiores da lista.

Renda média reforça o protagonismo da cidade

O salário médio formal também reforça o protagonismo local.

Segundo o IBGE, o trabalhador com carteira assinada no município recebe, em média, 5,2 salários mínimos.

Em valores de 2025, essa renda se aproxima de oito mil reais.

Como comparação, cidades mais populosas e com economias diversificadas, como a capital paulista e Campinas, aparecem atrás quando a régua é esse indicador.

A estrutura produtiva estimulada pela indústria aeronáutica puxa as remunerações para cima, seja por demanda por qualificação técnica, seja pela necessidade de serviços especializados.

Embraer e rede de fornecedores sustentam o crescimento

A Embraer é o ativo industrial mais visível e funciona como âncora de um ecossistema de fornecedores que inclui manutenção, componentes, engenharia e logística.

O conjunto cria postos de trabalho diretos e indiretos e amplia a massa salarial, com impacto no comércio e nos serviços.

Mesmo sem divulgar um número consolidado e recente de empregos diretos na planta local, a empresa mantém programas contínuos de estágio, seleção de profissionais e especialização em engenharia, o que sustenta a percepção de demanda constante por mão de obra qualificada.

O efeito de encadeamento setorial ajuda a explicar por que um município pequeno aparece em destaque quando se comparam rendimentos formais dentro do estado.

Pequeno porte e gestão eficiente fazem diferença

Outra pista relevante é a escala.

Em cidades de porte reduzido, ganhos de eficiência em serviços essenciais se refletem rapidamente nos resultados de indicadores compostos como o IPS.

A gestão local também costuma ter mais proximidade com demandas do território, o que facilita enfrentar gargalos específicos.

Gavião Peixoto, por exemplo, opera com uma densidade demográfica baixa e espaço disponível para atividades industriais e logísticas, ao mesmo tempo em que utiliza estruturas regionais de saúde e educação.

Esse arranjo permite conciliar um parque fabril de alta tecnologia com um ambiente urbano de menor pressão.

Qualidade de vida vai além da renda

A leitura do ranking, no entanto, pede contexto.

O IPS mede qualidade de vida sob critérios sociais e ambientais e não substitui métricas econômicas tradicionais.

Uma cidade pode ter renda elevada, mas perder posições se falhar em itens como inclusão, direitos ou meio ambiente.

Em 2025, a dimensão de Oportunidades foi a que obteve piores notas no Brasil, o que mostra que ampliar acesso a ensino superior, garantir liberdades e combater desigualdades segue como desafio nacional.

No topo, a dimensão de Necessidades Humanas Básicas teve performance superior, sinal de que saneamento, moradia e atenção primária caminharam em algum avanço, ainda que de forma desigual.

Referência nacional em qualidade de vida

O caso de Gavião Peixoto ilustra a combinação entre uma base econômica de nicho e políticas urbanas que respondem à escala local.

Enquanto parte dos municípios lida com déficits em saneamento, saúde e segurança, a cidade paulista mantém indicadores robustos nessas frentes e adiciona um diferencial salarial acima da média.

O posto de melhor qualidade de vida pelo IPS não nasce de um único fator.

Ele resulta de uma soma que passa por serviços públicos, renda e ordenação territorial, com apoio de uma cadeia industrial que agrega tecnologia e empregos qualificados.

Desafios e perspectivas para o futuro

A situação regional reforça a leitura de que qualidade de vida não é atributo exclusivo de grandes metrópoles.

São Paulo capital e Campinas ficam atrás de Gavião Peixoto quando a régua é a remuneração média formal, ao passo que o índice social pondera áreas em que municípios menores conseguem entregar resultados mais consistentes.

Ainda assim, capitais e cidades médias permanecem relevantes quando se observa acesso a serviços de alta complexidade, diversificação econômica e universidades.

Em qualquer cenário, a comparação feita pelo IPS ajuda a apontar prioridades e a direcionar políticas públicas.

Em perspectiva, a manutenção do desempenho exige atenção contínua.

A expansão da cadeia de fornecedores, a qualificação profissional alinhada à indústria e a preservação dos serviços urbanos serão determinantes para sustentar as métricas do IPS e o diferencial salarial.

A experiência sugere que ganhos de curto prazo podem se perder sem planejamento, sobretudo em cidades com economia concentrada em um único setor.

Por ora, os resultados colocam Gavião Peixoto como referência para municípios que buscam alinhar desenvolvimento econômico, serviços públicos funcionais e indicadores sociais em alta.

Na sua opinião, qual componente do IPS mais pesa para definir a “melhor cidade para se viver” no Brasil?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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