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Com China e EUA em conflito, Brasil ganha destaque no agronegócio global

Publicado em 14/04/2025 às 21:04
A guerra tarifária entre China e EUA favorece o Brasil, que ganha destaque no setor agropecuário com aumento nas exportações e interesse global crescente.
A guerra tarifária entre China e EUA favorece o Brasil, que ganha destaque no setor agropecuário com aumento nas exportações e interesse global crescente. Imagem: IA
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A guerra tarifária entre China e EUA favorece o Brasil, que ganha destaque no setor agropecuário com aumento nas exportações e interesse global crescente.

A intensificação da guerra tarifária entre Estados Unidos e China abriu uma janela de oportunidades para a agropecuária brasileira, que vem se destacando como uma alternativa estável e estratégica no fornecimento global de alimentos.

A escalada das tensões entre as duas maiores economias do mundo já causa prejuízos ao setor agrícola norte-americano, enquanto países da América do Sul, especialmente o Brasil, colhem os frutos de uma crescente demanda asiática e europeia por produtos alimentícios.

Segundo reportagem do Financial Times publicada no domingo (13), a recente decisão do governo americano de elevar tarifas contra a China em até 145% fortalece ainda mais o protagonismo brasileiro no cenário agroexportador.

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Para especialistas ouvidos pelo jornal britânico, esse movimento configura um verdadeiro efeito bumerangue para os EUA, ao passo que países como o Brasil e a Argentina são apontados como os principais beneficiários dessa reconfiguração comercial.

Soja, carne e aves lideram alta nas exportações brasileiras

Os dados mais recentes confirmam a tendência: somente no primeiro trimestre de 2025, as exportações de carne bovina brasileira para a China cresceram 33% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

As aves seguiram o mesmo ritmo, com alta de 19%. Já a soja, carro-chefe do setor agropecuário, também registrou aumento expressivo na procura externa, superando os volumes exportados pelos Estados Unidos.

De acordo com o analista de agricultura Isham Bhanu, a guerra tarifária funciona como uma “bênção” para o Brasil e seus vizinhos sul-americanos.

“Os países asiáticos vão buscar relações ainda melhores com a América do Sul”, afirmou Bhanu ao FT.

Brasil consolida liderança para a China

A reportagem destaca ainda que o Brasil já havia se consolidado como o principal fornecedor de alimentos para Pequim após a primeira rodada de tarifas entre americanos e chineses, durante o mandato de Donald Trump.

Com os desdobramentos recentes, essa liderança se amplia. Em números, a fatia brasileira nas importações alimentares da China saltou de 17,2% em 2016 para 25,2% em 2023.

Já os EUA viram sua participação despencar de 20,7% para apenas 13,5% no mesmo intervalo.

Aurélio Pavinato, executivo da SLC Agrícola, reforçou que o país está “numa posição privilegiada para capitalizar” essa disputa tarifária.

“Com a China de olho em diversificar os fornecedores e a Europa enxergando o Brasil como uma opção estável, vemos um crescimento da demanda estrangeira e um aumento significativo de preços”, afirmou.

Preocupações logísticas e novos investimentos no horizonte

Apesar das conquistas, o Brasil ainda enfrenta desafios em sua infraestrutura logística. Segundo o Financial Times, gargalos como a limitação da capacidade portuária dificultam o escoamento eficiente da produção.

No entanto, especialistas apontam que o atual contexto da guerra tarifária pode atrair investimentos estrangeiros em logística, justamente para tornar o país ainda mais competitivo no comércio internacional.

A infraestrutura americana ainda representa uma vantagem relevante, mas isso pode mudar caso o Brasil consiga modernizar seus corredores de exportação.

Além da China, a Europa também está de olho no Mercosul

Outro ponto de destaque da reportagem é a expectativa em torno da ratificação do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Para a Europa, a busca por alternativas aos produtos norte-americanos também passa por fortalecer os laços com o setor agropecuário brasileiro.

Pedro Cordero, representante da Federação Europeia de Manufatura de Alimentos, ressaltou ao FT que a concorrência entre Europa, China e outros países pelos mesmos produtos brasileiros poderá pressionar ainda mais os preços internacionais dos alimentos.

Se o país conseguir superar seus desafios logísticos e manter a qualidade e constância de produção, o cenário é promissor — tanto para o setor agropecuário nacional quanto para a balança comercial brasileira como um todo.

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Andriely Medeiros de Araújo

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