Medida de Arábia Saudita, Rússia e aliados visa recuperar participação de mercado e pode pressionar preços globais
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou um aumento de 547 mil barris por dia na produção de petróleo a partir de setembro de 2025. A medida foi confirmada neste domingo (3) por um comunicado oficial, refletindo a estratégia do grupo em retomar espaço no mercado global de energia.
O acréscimo envolve oito países, incluindo Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes, Cazaquistão e Iraque, e representa o desmonte de parte dos cortes de oferta que vinham sustentando os preços. Com o barril do Brent girando em torno de US$ 70, a decisão busca gerar maior volume de exportação em vez de manter o foco na valorização do produto.
Quem decidiu o aumento da produção?
A decisão foi tomada pelos ministros da Energia dos oito países que compõem o núcleo da Opep+, em reunião realizada neste fim de semana. O grupo já havia iniciado, meses atrás, uma reversão gradual dos cortes anteriores que chegaram a 2,2 milhões de barris por dia.
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Esse movimento marca uma nova fase da política da Opep+, que agora visa ganhar mercado frente a produtores independentes, mesmo que isso signifique lidar com preços mais baixos a curto prazo.
Por que a Opep+ está aumentando a produção agora?
O principal objetivo é recuperar participação no mercado internacional. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços do petróleo passaram por grandes oscilações. Após atingir um pico de US$ 120 em 2022, o Brent recuou para cerca de US$ 70, reduzindo a rentabilidade das exportações para muitos países.
Com a demanda global se estabilizando e o mercado menos volátil, a Opep+ decidiu priorizar volume. Segundo o analista Giovanni Staunovo, do banco UBS, o aumento já estava precificado e não deve gerar choques imediatos na reabertura dos mercados nesta segunda-feira.
Qual o impacto dessa decisão nos preços do petróleo?
Especialistas preveem que, no curto prazo, os efeitos sobre os preços serão moderados, já que o mercado vinha antecipando esse movimento desde junho. No entanto, o analista Warren Patterson, do ING, alerta que um excedente de petróleo pode surgir no quarto trimestre de 2025, o que pressionaria os preços para baixo.
Além disso, nos últimos meses, a produção real dos países ficou abaixo das cotas estabelecidas, o que indica que nem todo o volume anunciado chega efetivamente ao mercado. Ainda assim, o risco de oferta excessiva acende alerta entre investidores e importadores.
A decisão afeta o Brasil?
Embora o Brasil não faça parte formal da Opep+, a medida pode influenciar os preços do petróleo tipo Brent, referência para os contratos de exportação da Petrobras. Se o barril cair, os combustíveis podem ter pressão de baixa no mercado interno, a depender da política de preços da estatal e da cotação do dólar.
Setores como transporte, aviação e agricultura acompanham de perto essas decisões, pois seus custos operacionais estão diretamente ligados à variação do petróleo no mercado internacional.
Você acha que a Opep+ acertou ao priorizar volume em vez de preço? Essa decisão pode beneficiar ou prejudicar o Brasil? Deixe sua opinião nos comentários — sua visão ajuda a entender os impactos reais dessa mudança.