Aos 4 anos, Bella Deviatkina, a menina russa impressionou o mundo ao falar 7 idiomas fluentemente russo, inglês, francês, espanhol, alemão, chinês e árabe — surpreendendo linguistas e desafiando a ciência do aprendizado precoce.
Em 2016, o mundo foi surpreendido por uma notícia que parecia saída de um roteiro de cinema: Bella Deviatkina, uma garota de apenas 4 anos demonstrava falar sete idiomas diferentes com fluência, entre eles russo, inglês, francês, espanhol, alemão, chinês e árabe. A história foi revelada em um programa de televisão na Rússia e rapidamente se espalhou por veículos internacionais como a BBC, o Daily Mail e o NewsChannel5. A performance deixou especialistas em linguagem boquiabertos. Afinal, dominar até dois idiomas já é desafiador para um adulto. Mas como uma criança tão pequena poderia se expressar de forma natural em sete línguas distintas, cada uma com estrutura gramatical própria, sons únicos e alfabetos diferentes?
Como tudo começou
Bella Deviatkina cresceu em um ambiente bilíngue, mas desde cedo os pais decidiram expô-la a múltiplas línguas como forma de enriquecimento cultural.
Com acesso a professores nativos, livros infantis traduzidos e métodos interativos de aprendizado, o que começou como brincadeira virou um experimento real de poliglotismo infantil.
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Segundo reportagens da época, a rotina dela incluía jogos, músicas, desenhos e conversas diárias em idiomas diferentes, o que a levou a adquirir fluência natural em cada um deles.
O mais impressionante: em programas de TV, a criança conseguia responder espontaneamente a perguntas feitas em inglês, alemão ou árabe, sem qualquer sinal de hesitação.
O que significa falar sete idiomas aos 4 anos?
O aprendizado de línguas em idade precoce é um dos fenômenos mais estudados pela linguística. Existe um conceito chamado período crítico da linguagem, que vai da infância até a puberdade.
Nessa fase, o cérebro humano é extremamente receptivo a sons, estruturas gramaticais e vocabulário, o que explica por que crianças podem adquirir idiomas com mais facilidade do que adultos.
No entanto, o caso dessa menina ultrapassa o normal. Falar sete idiomas distintos envolve:
- Reconhecimento fonético: distinguir e reproduzir sons como os tons do mandarim ou os guturais do árabe.
- Gramática múltipla: lidar com a ordem das palavras no alemão, as conjugações verbais complexas do espanhol e as particularidades do francês.
- Vocabulário contextual: conseguir usar palavras em situações reais, não apenas repetir frases decoradas.
Segundo linguistas entrevistados pela BBC, isso não seria possível apenas com memorização. A criança realmente internalizou cada língua como parte de seu repertório cognitivo.
Repercussão internacional
A apresentação viralizou em vídeos no YouTube, acumulando milhões de visualizações em poucos dias. O Daily Mail destacou o feito como “um dos maiores exemplos de genialidade linguística precoce já registrados”.
Já o NewsChannel5 questionou: “Como é possível uma criança tão jovem falar línguas que muitos adultos passam anos tentando aprender?”
O caso também gerou debates entre especialistas: alguns defendiam que a menina era um exemplo único de talento prodigioso, enquanto outros afirmavam que o ambiente certo — imersão, contato nativo e disciplina — poderia produzir resultados semelhantes em outras crianças.
Comparações com prodígios históricos
Ao longo da história, o mundo já conheceu alguns poliglotas infantis, mas raramente em tão pouca idade. O garoto britânico Arpan Sharma, por exemplo, foi notícia ao falar 11 idiomas aos 10 anos. Em 2019, o indiano Niall Thoguluva, com 8 anos, foi reportado pela NDTV como capaz de ler e escrever em mais de 100 línguas.
Ainda assim, o caso da menina russa ganhou proporções únicas porque ocorreu quando ela tinha apenas 4 anos, idade em que a maioria das crianças ainda está consolidando o domínio da língua materna.
O que dizem os linguistas?
Especialistas explicam que não há um limite fixo de quantos idiomas uma criança pode aprender na primeira infância. Quanto maior a imersão e consistência, maior a capacidade de absorção.
O que torna o caso dessa menina extraordinário é a qualidade da fluência apresentada. Ela não apenas repetia palavras, mas respondia perguntas complexas, entendia contextos e alternava entre línguas em questão de segundos.
Para muitos pesquisadores, esse fenômeno reforça a importância de introduzir múltiplas línguas desde cedo, aproveitando a plasticidade cerebral da infância.
O impacto cultural e educacional
Além da repercussão midiática, a história abriu discussões sobre educação infantil e ensino de línguas. Se uma criança pode aprender sete idiomas antes dos 5 anos, o que impede sistemas de ensino de adotarem métodos mais intensivos de bilinguismo?
Algumas escolas no Brasil e no exterior passaram a citar o caso como exemplo de que expor alunos a dois ou três idiomas desde a alfabetização pode trazer resultados duradouros.
Apesar da genialidade, especialistas também alertaram para o risco de pressão sobre crianças prodígio. A psicologia infantil lembra que o aprendizado deve ser sempre acompanhado de brincadeiras e momentos de lazer, sem transformar o talento em fardo.
No caso de Bella Deviatkina, os pais reforçaram que a exposição aos idiomas acontecia em contextos naturais, sem cobrança excessiva, mantendo a espontaneidade do aprendizado.
O futuro dos poliglotas mirins
Casos como esse sugerem que o futuro poderá ver cada vez mais crianças dominando múltiplos idiomas, graças ao acesso à tecnologia, aulas online e ferramentas de imersão digital. Se antes aprender 7 línguas parecia inacessível, hoje aplicativos de inteligência artificial já ajudam crianças a interagir em diferentes idiomas desde os primeiros anos.
No entanto, o carisma e a espontaneidade dessa garota aos 4 anos permanecerão como um marco da linguística moderna — um exemplo vivo de que os limites do cérebro humano ainda estão longe de serem totalmente compreendidos.