Com 575 km de trilhos e investimento de R$ 7,88 bilhões, a ferrovia EF-118 promete conectar o Rio de Janeiro ao Espírito Santo e transformar o Porto do Açu em um novo polo logístico do agronegócio
Uma nova ferrovia com 575 quilômetros de extensão pode mudar o panorama logístico do Sudeste. O projeto, batizado de EF-118, deve ligar Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, a Santa Leopoldina, no Espírito Santo, com um investimento total estimado em R$ 7,88 bilhões. Desse montante, R$ 4,6 bilhões virão da iniciativa privada e até R$ 3,28 bilhões terão origem pública.
Conexão estratégica entre Rio e Espírito Santo
O objetivo principal é facilitar o transporte de cargas agrícolas, minerais e industriais. A ferrovia foi desenhada para alcançar uma capacidade operacional de até 40 milhões de toneladas por ano no longo prazo.
Essa estrutura promete reduzir custos logísticos e fortalecer a competitividade do setor produtivo brasileiro.
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Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, o governo pretende realizar o leilão da concessão ainda neste ano.
O cronograma prevê que as operações comecem entre 2033 e 2035. No entanto, o projeto ainda depende da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Renan Filho destacou que os investimentos em infraestrutura ferroviária se tornaram mais viáveis após a entrada de capital chinês e novas concessões.
“O Brasil é um país de dimensões continentais. Esses investimentos são robustos e, muitas vezes, não conseguem se sustentar apenas com recursos privados. Como há restrições no orçamento público, precisamos buscar soluções inovadoras”, afirmou.
Porto do Açu: a nova aposta do agronegócio
Parte essencial do plano, o Porto do Açu deve funcionar como o ponto de integração da EF-118. O complexo, localizado no norte fluminense, é um dos maiores polos portuários e industriais do país.
Hoje, ele já movimenta parte da produção do agronegócio, mas pretende se consolidar como uma “nova rota do agro”, conectando diretamente as regiões produtoras ao comércio exterior.
O CEO do Porto do Açu, Eugenio Figueiredo, explicou que a conexão ferroviária aumentará a capacidade de movimentação de cargas de forma exponencial.
“A ligação do complexo industrial com uma malha ferroviária eleva o nosso nível de eficiência em N vezes”, disse em entrevista à IstoÉ Dinheiro.
Nova ferrovia EF-118: perspectivas e investimentos futuros
De acordo com Figueiredo, o processo de licitação e concessão da ferrovia deve ser concluído até o primeiro trimestre de 2026.
Ele estima que o novo corredor logístico possa movimentar cerca de 20 milhões de toneladas de cargas.
O Porto do Açu, concebido pelo empresário Eike Batista e inaugurado em 2015, já é considerado o maior exportador de petróleo e gás do Brasil.
Agora, o complexo prepara um terminal exclusivo para grãos, com previsão de investimento de R$ 500 milhões até 2028.
“A nossa missão é mostrar aos produtores que o Porto do Açu pode ser uma alternativa competitiva para o escoamento da produção agrícola”, reforçou Figueiredo.
Se concretizado, o projeto da EF-118 deve representar um marco na integração logística do Sudeste, promovendo eficiência, reduzindo custos e fortalecendo o papel do Brasil no comércio internacional.
Com informações de ND Mais.



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