Com 47 fábricas em cinco países, a Arcor produz 1 milhão de toneladas por ano e é uma das maiores fabricantes de doces e chocolates do mundo.
A história da Arcor é um dos maiores exemplos de como uma empresa latino-americana conseguiu transformar tradição artesanal em escala industrial global. Fundada em 1951 na cidade de Arroyito, província de Córdoba, Argentina, a companhia começou como uma pequena fábrica de balas e, em sete décadas, se tornou uma das maiores indústrias alimentícias do planeta, com presença em mais de 120 países e faturamento anual que ultrapassa US$ 3 bilhões.
Hoje, o grupo Arcor opera 47 fábricas distribuídas em cinco países: 37 na Argentina, 5 no Brasil, 3 no Chile, 1 no México e 1 no Peru, produzindo uma impressionante variedade de produtos que inclui doces, chocolates, biscoitos, molhos, massas, sucos e embalagens plásticas. O conglomerado é responsável por mais de 1 milhão de toneladas de alimentos processados por ano, consolidando-se como a maior multinacional de alimentos de capital argentino e uma das dez maiores produtoras de confeitos do mundo, ao lado de gigantes como Ferrero, Mondelez e Mars.
A fábrica que virou império
A expansão começou nos anos 1960, quando a Arcor passou a investir em automação e tecnologia para aumentar sua escala de produção. Em 1968, tornou-se a primeira exportadora de balas da Argentina, e nas décadas seguintes começou a se internacionalizar, construindo fábricas no Brasil e no Chile, mercados estratégicos por sua dimensão populacional e pela alta demanda por produtos de confeitaria.
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Hoje, o complexo industrial da Arcor em Arroyito é considerado o maior polo de doces da América Latina, com uma estrutura que ocupa mais de 200 mil m² e opera 24 horas por dia.
De lá, saem cerca de 600 mil toneladas anuais de balas, chocolates, chicletes e biscoitos, abastecendo tanto o mercado interno argentino quanto as exportações para a Europa, Ásia e América do Norte.
Um gigante diversificado
A Arcor não é apenas uma marca de doces. O grupo diversificou suas operações em vários ramos:
- Alimentos: com marcas como La Campagnola e Noel, fabrica molhos, enlatados, massas e produtos prontos.
- Biscoitos e chocolates: linhas como Bon o Bon, Tubi Tubi, Butter Toffees e Rocklets estão entre as mais populares da América do Sul.
- Embalagens e plásticos: com a divisão Cartocor, produz materiais de papelão e embalagens recicláveis que abastecem tanto o grupo quanto outras multinacionais.
Essa estrutura integrada faz da Arcor uma companhia verticalizada, capaz de controlar todas as etapas — da produção de insumos à embalagem final — garantindo competitividade e independência em relação ao mercado externo.
A presença do Brasil e a força regional
No Brasil, a Arcor inaugurou sua primeira fábrica em 1981, em Bragança Paulista (SP). Desde então, o país se tornou um dos pilares da operação latino-americana, com unidades também em Campinas (SP), Contagem (MG), Porto Alegre (RS) e Rio das Pedras (SP).
Juntas, essas fábricas produzem centenas de milhões de unidades por mês de bombons, balas, biscoitos e chocolates, atendendo tanto o mercado interno quanto países vizinhos.
Além disso, o Brasil abriga um dos principais centros logísticos do grupo fora da Argentina, responsável por exportações para mais de 30 países. Essa estrutura consolidou o país como o segundo maior polo industrial da Arcor no mundo, atrás apenas da matriz argentina.
Arcor – uma potência silenciosa
Apesar de sua origem familiar, a Arcor se transformou em um império global sem abandonar o controle nacional. O grupo continua sendo de capital argentino e emprega mais de 20 mil pessoas diretamente, com uma cadeia que movimenta centenas de pequenas e médias empresas fornecedoras em toda a América do Sul.
Segundo a consultoria Statista e o ranking da Candy Industry Global 100, a Arcor ocupa a 7ª posição entre as maiores companhias de doces e confeitaria do planeta, superando marcas tradicionais europeias em volume de produção. Além de doces e chocolates, a empresa é uma das maiores exportadoras de produtos alimentícios da América Latina, com 30% de sua produção destinada a mercados internacionais.
Um símbolo da indústria latino-americana
O sucesso da Arcor não está apenas nos números, mas na capacidade de unir inovação tecnológica, eficiência logística e identidade regional.
Enquanto concorrentes terceirizam etapas de produção, o grupo aposta em manter a fabricação próxima aos centros de consumo, fortalecendo economias locais e criando polos industriais em países como Argentina, Brasil e Chile.
O resultado é uma rede de fábricas interconectadas que operam como um único sistema continental, capaz de processar milhões de quilos de açúcar, cacau e derivados todos os meses — transformando a América Latina em um dos grandes centros mundiais de doces e chocolates.
Mais do que uma empresa, a Arcor é o retrato de uma região que, mesmo longe dos polos tradicionais da Europa e dos Estados Unidos, aprendeu a competir em escala global.