Com 35.000 m2, ícone da Belle Époque em Belém recebe R$ 64 milhões em obras de restauração, colocando a maior feira ao ar livre da América Latina no centro das atenções mundiais.
O Mercado Ver-o-Peso, conhecido como a maior feira ao ar livre da América Latina, é mais do que um ponto turístico em Belém (PA); é um organismo vivo que pulsa no ritmo da Amazônia. Com uma história que, segundo a Agência Belém, completa 398 anos, este complexo é uma explosão de cores, cheiros e sons. Agora, este ícone da Belle Époque, famoso por sua estrutura de ferro europeia, está passando por uma profunda transformação: uma reforma de R$ 64 milhões destinada a prepará-lo para a COP 30, que ocorrerá na capital paraense.
O complexo, que se estende por 35.000 m2 conforme dados da Wikipedia, não é apenas um mercado, mas um pilar econômico e cultural. De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), seu valor é tão singular que foi tombado em 1977 em três livros diferentes: Histórico, de Belas Artes e Etnográfico, protegendo não só a arquitetura, mas os saberes das erveiras e a vida dos feirantes. A reforma atual busca equilibrar a modernização necessária com a preservação dessa identidade única.
A gênese de um império comercial
A história do Ver-o-Peso se confunde com a de Belém. Sua origem remonta ao século XVII, com a “Casa de Haver o Peso”, um posto fiscal da Coroa Portuguesa, como detalha a cronologia histórica disponível na Wikipedia. A função era clara: controlar e taxar as “drogas do sertão” que saíam da Amazônia. O próprio nome “Ver-o-Peso” deriva dessa obrigação fiscal de aferir o peso das mercadorias antes da cobrança de impostos.
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Esse passado fiscal deu lugar a um vibrante centro de comércio. A grande transformação arquitetônica ocorreu durante o Ciclo da Borracha, um período de riqueza que buscou espelhar a Europa na Amazônia, segundo a Wikipedia. O Mercado de Ferro, ou Mercado de Peixe, inaugurado em 1901, é o símbolo máximo dessa era, quando a elite local remodelou a cidade com aspirações cosmopolitas.
Um ícone da Belle Époque na Amazônia
O Mercado de Ferro é uma joia da arquitetura Art Nouveau. Conforme descrito pelo IPHAN, sua estrutura metálica foi inteiramente pré-fabricada e importada da Europa, uma tendência de modernidade industrial da época. O design, com torres ornamentadas e cobertura em escamas de zinco, foi erguido para abrigar os produtos mais autênticos da floresta, criando um paradoxo cultural que define o local: o requinte europeu protegendo o pirarucu e o açaí.
A importância do complexo foi oficialmente reconhecida pelo IPHAN em 1977. O tombamento do Ver-o-Peso é excepcional por ter sido inscrito em três livros: Belas Artes (pela arquitetura), Histórico (pelo papel desde o período colonial) e Etnográfico e Paisagístico. O IPHAN destaca que esta última inscrição foi pioneira, protegendo o patrimônio imaterial: as práticas dos feirantes, o conhecimento das erveiras e a complexa teia social que faz o mercado funcionar.
O motor econômico que alimenta Belém
A escala do Ver-o-Peso é monumental. A Agência Belém, órgão de notícias da prefeitura, estima que o complexo recebe um fluxo diário de cerca de 20.000 pessoas. Este movimento intenso sustenta milhares de trabalhadores, entre permissionários registrados e uma vasta rede de economia informal que depende do mercado para sobreviver.
O mercado é a verdadeira despensa da metrópole amazônica. Dados da Agência Belém informam que o volume de pescado comercializado no local é vasto, sendo o principal ponto de abastecimento da cidade. A Feira do Açaí, parte integral do complexo listado pela Wikipedia, é o ponto de desembarque do principal alimento do paraense, movimentando a economia ribeirinha e urbana antes mesmo do sol nascer.
A reforma de R$ 64 milhões para a COP 30
Após décadas sem intervenções estruturais significativas, o Ver-o-Peso está em obras. A reforma, impulsionada pela realização da COP 30 em Belém, visa revitalizar as estruturas históricas e modernizar a infraestrutura, conforme noticiado pela Agência Belém. O investimento de R$ 64 milhões busca resolver problemas crônicos de segurança e higiene, preparando o complexo para receber visitantes de todo o mundo.
O maior desafio do projeto é encontrar o equilíbrio entre o novo e o antigo. A revitalização é urgente para garantir a segurança dos trabalhadores e a preservação do patrimônio. No entanto, existe o temor de que uma modernização excessiva possa “esterilizar” o espaço, removendo o caos autêntico que, segundo o IPHAN, é parte fundamental de seu valor etnográfico. A gestão desse processo definirá o futuro da maior feira ao ar livre da América Latina.
A reforma do Ver-o-Peso é um dos tópicos mais debatidos em Belém. E você, o que pensa sobre essa transformação? Acha que a modernização é necessária para a COP 30 ou teme que ela possa tirar a alma do mercado? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber a visão de quem vive e ama este lugar.


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